Blog – Broker Brasil https://www.brokerbrasilcambio.com.br Tue, 08 Apr 2025 10:21:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/wp-content/uploads/2025/04/cropped-flavicon-32x32.png Blog – Broker Brasil https://www.brokerbrasilcambio.com.br 32 32 Transforme a volatilidade cambial em oportunidade para o seu cliente! https://www.brokerbrasilcambio.com.br/transforme-a-volatilidade-cambial-em-oportunidade-para-o-seu-cliente/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/transforme-a-volatilidade-cambial-em-oportunidade-para-o-seu-cliente/#respond Tue, 08 Apr 2025 10:20:19 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1013531

Quem trabalha com importações e exportações tende a ver a volatilidade cambial como uma ameaça. 

Se você, como despachante aduaneiro, for capaz de mostrar para o seu cliente que, ao seu lado, essa mesma variável pode ser uma oportunidade, o valor agregado ao seu trabalho será enorme. Consequentemente, a conquista e fidelização de clientes também.

Mas como transformar a volatilidade cambial em oportunidade?

Entenda a volatilidade cambial

A volatilidade cambial refere-se às mudanças rápidas e imprevisíveis nas taxas de câmbio entre moedas. Esses movimentos podem ser causados por uma série de fatores, como políticas econômicas, crises internacionais, mudanças nos mercados financeiros, entre outros.  

Quando não gerida de forma adequada, a volatilidade pode resultar em custos adicionais para as empresas, afetando diretamente seus lucros e prejuízos.

Como a volatilidade cambial pode ser transformada em oportunidade?

Para mudar a perspectiva em relação a esse assunto, o despachante precisa dominar algumas ferramentas e estratégias:

Estratégias de hedge (proteção cambial): uma das formas mais eficazes de lidar com a volatilidade cambial é por meio do hedge cambial. Ao adotar estratégias de proteção, você pode “travar” uma taxa de câmbio favorável, minimizando o impacto das flutuações. Essa abordagem não apenas protege seus clientes contra o risco cambial, mas também oferece previsibilidade, ajudando-os a planejar com mais precisão os custos das transações internacionais.

Aproveitando as flutuações para maximizar lucros: enquanto alguns veem as flutuações cambiais como um risco, outros as consideram uma oportunidade para maximizar seus lucros. Para empresas exportadoras, por exemplo, a desvalorização de sua moeda pode tornar seus produtos mais baratos para compradores internacionais, aumentando a competitividade no mercado global. Por outro lado, uma valorização da moeda pode beneficiar as empresas importadoras, permitindo a compra de produtos a preços mais baixos.

Diversificação de moeda: para empresas que lidam com múltiplos mercados internacionais, a diversificação das moedas de transação pode ser uma excelente estratégia. Ao não depender de uma única moeda, as empresas podem diluir os riscos associados a uma única flutuação cambial. Isso oferece mais flexibilidade e, com o planejamento adequado, pode resultar em uma gestão mais eficiente e rentável.

Como a Broker Brasil pode ajudar?

Na Broker Brasil, entendemos que a volatilidade cambial é, ironicamente, uma constante no mercado global, mas acreditamos que ela pode ser aproveitada para gerar vantagens competitivas para os nossos clientes. 

Com nossa experiência em gestão cambial e soluções personalizadas, oferecemos aos despachantes aduaneiros as ferramentas necessárias para transformar essa volatilidade em oportunidade. Por meio de estratégias de proteção cambial, consultoria especializada e acesso às melhores taxas de mercado, ajudamos nossos parceiros a conquistarem os melhores resultados. 

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Intermodal 2025: conectando profissionais e oportunidades no setor de comex e logística https://www.brokerbrasilcambio.com.br/intermodal-2025-conectando-profissionais-e-oportunidades-no-setor-de-comex-e-logistica/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/intermodal-2025-conectando-profissionais-e-oportunidades-no-setor-de-comex-e-logistica/#respond Mon, 17 Mar 2025 19:34:44 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012263 A Intermodal 2025 está chegando e para nós será um evento e tanto!. Afinal, entendemos o impacto dessa feira, que reúne os principais players do mercado de logística e comex. 

É uma oportunidade única de fortalecer conexões, promover soluções inovadoras e abrir portas para negócios internacionais.

“Mais de 90% do nosso volume de câmbio vem de operações corporativas ligadas à importação e exportação de mercadorias. Esse é o nosso DNA! Atendemos desde pequenos importadores e exportadores até gigantes multinacionais líderes em seus segmentos, sempre com o objetivo de simplificar e otimizar pagamentos e recebimentos internacionais”, ressalta Airton Junior, CEO da Broker Brasil Corretora de Cãmbio.

A importância da Intermodal para o Setor de comex e logística

A Intermodal não é apenas um evento de grande porte para o setor de transporte e logística. É também – e acima de tudo – uma plataforma estratégica de encontro entre profissionais, empresas e soluções. 

O evento é conhecido por ser o ponto de convergência de soluções inovadoras, tecnologias disruptivas e, claro, oportunidades para expandir fronteiras no comércio exterior.

A presença da Broker Brasil na Intermodal 2025 reafirma nosso compromisso com o mercado de câmbio e com a construção de pontes entre o Brasil e o restante do mundo. 

“E é por isso que a INTERMODAL 2025 é o lugar certo para estarmos! O evento já faz parte da rotina dos nossos clientes e parceiros, sejam eles pequenos importadores e exportadores, as gigantes multinacionais ou prestadores de serviço como NVOCCs, Tradings, agentes de carga e despachantes aduaneiros”, comenta Airton Junior.

Para empresas que atuam no comércio exterior, como importadores, exportadores, distribuidores e até mesmo operadores logísticos, entender as nuances do mercado de câmbio é fundamental para garantir que as operações sejam financeiramente vantajosas e seguras. 

E é exatamente isso que a Broker oferece: expertise no câmbio, além de soluções financeiras integradas que viabilizam transações internacionais com mais eficiência.

Networking: uma oportunidade para profissionais se conectarem

Mais do que uma feira de negócios, a Intermodal 2025 oferece uma chance de networking como poucas que acontecem ao longo do ano. 

Durante os dias do evento, profissionais de diversas partes do mundo se reúnem para trocar experiências, discutir tendências do setor e buscar soluções para desafios comuns. Para quem trabalha no setor de comex e logística, estar presente neste evento significa ter acesso direto a outros líderes do mercado, empresas parceiras e até potenciais clientes.

As soluções da Broker Brasil na Intermodal 2025

Em 2025, a Broker Brasil levará, pela primeira vez, à Intermodal soluções ainda mais sofisticadas e inteligentes para o setor de comércio exterior e logística. 

Sabemos que o câmbio é um elemento essencial para o sucesso nas operações internacionais, e por isso, vamos apresentar nossa gama de serviços com foco em:

  • Consultoria de câmbio personalizada: oferecemos consultoria especializada para ajudar empresas a otimizar suas operações cambiais, com foco em redução de custos e mitigação de riscos;
  • Tecnologia em transações cambiais: por meio do nosso sistema proporcionamos mais agilidade, segurança e transparência nas transações internacionais onde o cliente pode acompanhar tudo online;
  • Gestão de riscos cambiais: durante o evento, nossos especialistas vão mostrar como as empresas podem se proteger contra as flutuações do mercado cambial;

Por que estar na Intermodal 2025 é essencial para o futuro dos negócios

A Intermodal 2025 será um evento decisivo para quem deseja se posicionar no cenário internacional. Vemos essa oportunidade como uma chance de estreitar ainda mais o relacionamento com nossos clientes, oferecendo soluções que atendem às novas demandas do comércio exterior. 

Por meio do nosso portfólio de soluções financeiras, buscamos ajudar empresas a se destacarem em um mercado cada vez mais complexo e dinâmico, com confiança e segurança.

Não deixe de nos visitar na Intermodal 2025 e conhecer as soluções que temos para transformar suas operações cambiais e logísticas. 

Estamos prontos para ajudá-lo a expandir seus horizontes e prospectar novas oportunidades no mercado internacional.

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Por que um despachante aduaneiro precisa de uma corretora de câmbio? https://www.brokerbrasilcambio.com.br/por-que-um-despachante-aduaneiro-precisa-de-uma-corretora-de-cambio/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/por-que-um-despachante-aduaneiro-precisa-de-uma-corretora-de-cambio/#respond Thu, 06 Mar 2025 12:14:34 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012257 O câmbio é um dos aspectos mais complexos do comércio exterior. E é importante na mesma proporção.

Os processos de importação e exportação exigem que o pagamento seja realizado em moedas estrangeiras, e isso envolve uma série de procedimentos e cuidados que podem ser difíceis de gerenciar sem o suporte adequado. E é aqui que nós entramos.

Como uma corretora de câmbio com mais de uma década de atuação no mercado, a Broker Brasil oferece mais do que conversão de moedas, atuamos como uma parceira estratégica. 

Nossa missão é pautada pela segurança, eficiência e compliance, aspectos essenciais para despachantes aduaneiros que buscam entregar resultados seguros e eficazes para os clientes.

Como nossa parceria pode transformar seu serviço de despachante aduaneiro?

Atuamos em diversas frentes garantindo que o despachante preste um serviço de excelência para o seu cliente.

1. Maior eficiência no processo cambial

Ao contar com uma corretora especializada, você pode otimizar o processo de câmbio e pagamento internacional. A Broker Brasil oferece soluções rápidas e eficientes, permitindo que o despachante aduaneiro consiga fornecer aos seus clientes um processo mais ágil e sem complicações. 

2. Segurança e conformidade regulamentar

Como primeira corretora de câmbio certificada pelo Selo Abracam de Conformidade, a Broker Brasil garante que todas as operações estejam em conformidade com as exigências da legislação brasileira e internacional. 

Isso significa que, ao escolher nossa corretora como sua parceira, você assegura que seus clientes estarão cumprindo todas as exigências legais. Isso não só aumenta a confiança no serviço prestado, mas também minimiza riscos de multas e penalidades.

3. Soluções personalizadas para cada necessidade

Cada cliente tem necessidades diferentes e a Broker Brasil entende que o câmbio pode variar conforme o tipo de transação e o perfil de cada importação ou exportação. 

Nossa equipe de especialistas está disponível para ajudar os despachantes a encontrar soluções personalizadas, de modo que cada operação de câmbio seja eficiente e adequada ao momento do cliente.

4. Gestão de riscos cambiais

Um dos maiores desafios para quem lida com o câmbio internacional é a flutuação das taxas de câmbio. No entanto, com o nosso apoio e por meio de soluções de hedge, o despachante aduaneiro pode  proteger as operações do cliente dele contra as oscilações do mercado. 

5. Aumento da competitividade no mercado

O mercado de comércio exterior é extremamente competitivo, e cada detalhe pode ser a chave para conquistar um novo cliente ou garantir uma renovação de contrato. 

Ao travar uma parceria com a Broker Brasil, o despachante aduaneiro agrega valor à qualidade do serviço que oferece e também se destaca como um profissional que vai além, proporcionando uma experiência superior para seus clientes.

6. Facilidade e suporte para o cliente

A Broker Brasil oferece suporte contínuo ao despachante aduaneiro, garantindo que sejam atendidos rapidamente sempre que necessário. 

Nossa equipe está disponível para tirar dúvidas, fornecer informações em tempo real sobre as taxas de câmbio e ajudar a resolver qualquer problema relacionado às transações cambiais. 

Esse suporte ágil e eficaz contribui para uma experiência mais fluida e sem obstáculos, que, por sua vez, reflete positivamente no relacionamento entre o despachante e seu cliente.

A Broker Brasil é mais do que uma simples corretora de câmbio: somos seu parceiro para agregar valor aos serviços prestados no comércio exterior. 

Conte com a nossa equipe!

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Toda quarta é Super quarta? Quando ocorre a Super Quarta? https://www.brokerbrasilcambio.com.br/toda-quarta-e-super-quarta-quando-ocorre-a-super-quarta/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/toda-quarta-e-super-quarta-quando-ocorre-a-super-quarta/#respond Wed, 16 Oct 2024 12:35:08 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012225 Você já ouviu falar da “Super Quarta”? Ela acontece quando o Banco Central do Brasil (Copom) e o Federal Reserve dos EUA (Fomc) anunciam suas taxas de juros no mesmo dia. Essas decisões impactam diretamente os mercados globais e locais, influenciando investimentos, câmbio, inflação e a atividade econômica como um todo. 

Por que a Super Quarta é tão importante?

A Super Quarta é relevante porque as decisões sobre as taxas de juros desses dois grandes bancos centrais ditam o rumo da economia e afetam o fluxo de capital entre os países. Quando os juros americanos sobem, por exemplo, investidores tendem a mover seus recursos para os EUA em busca de retornos mais elevados, impactando a demanda por moedas estrangeiras, como o real brasileiro. A combinação desses anúncios no mesmo dia gera grandes movimentações no mercado financeiro, especialmente no mercado de câmbio.

Como a Super Quarta afeta o mercado cambial?

Decisões sobre as taxas de juros têm um impacto direto sobre as moedas. Uma alta na taxa de juros nos EUA pode valorizar o dólar, enquanto uma redução da taxa no Brasil pode enfraquecer o real. Essas variações influenciam diretamente as operações de câmbio, afetando o custo de importações e exportações, contratos futuros e até as reservas cambiais das empresas.

Como se preparar para uma Super Quarta?

– Acompanhe as notícias: é fundamental estar por dentro das expectativas do mercado antes da Super Quarta. Grandes instituições financeiras e especialistas já começam a antecipar possíveis cenários dias antes dos anúncios.

– Monitore as decisões ao vivo: para não ser pego de surpresa, fique atento às atualizações. Aqui na Broker Brasil, sempre compartilhamos informações sobre os impactos dessas decisões em tempo real. Siga nosso perfil para acompanhar as novidades! 

– Planeje suas operações de câmbio: antecipe-se! Dependendo das expectativas para a Super Quarta, pode ser vantajoso realizar operações de hedge cambial ou renegociar contratos de câmbio com antecedência. Consultar especialistas é essencial para proteger suas finanças.

Como saber quando será uma Super Quarta?

A Super Quarta ocorre nas datas de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Brasil) e do Fomc (Federal Open Market Committee, dos EUA). Para não perder nenhuma, anote aí as próximas Super Quartas de 2025:

  • 29 de janeiro
  • 19 de março
  • 30 de abril
  • 11 de junho
  • 24 de julho
  • 18 de setembro
  • 11 de dezembro

Esses dias podem trazer grandes variações para o mercado, então esteja preparado!

Quer entender melhor como esses anúncios impactam sua empresa e como se proteger das oscilações cambiais? Conte com a Broker Brasil para te ajudar a ser protagonista nesse cenário com segurança e eficiência! 

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DÓLAR FECHA NO MAIOR NÍVEL EM 4 SEMANAS COM TOMBO DE PETRÓLEO E DI EM QUEDA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/dolar-fecha-no-maior-nivel-em-4-semanas-com-tombo-de-petroleo-e-di-em-queda/ Wed, 31 May 2023 13:23:43 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007618 Tendo o segundo pior desempenho entre as moedas emergentes, atrás somente da lira turca, o real caiu hoje pressionado pela queda das commodities e pelo fechamento da curva de juros local. As dúvidas quanto à demanda da China fizeram o petróleo tombar 4%, pesando ainda no minério de ferro e no cobre. Há incertezas ainda quanto à economia dos Estados Unidos, nesta véspera de votação da suspensão do teto na Câmara dos Representantes, o que puxou para baixo os rendimentos dos Treasuries. A queda dos juros lá fora arrastou ainda o DI, onde a queima de prêmio ocorreu também devido à deflação do IGP-M. Neste ambiente de menor atratividade de commodities e da renda fixa local, o dólar à vista chegou a flertar com o nível de R$ 5,07 na máxima (R$ 5,0694), ainda que com algum arrefecimento na etapa da tarde. A moeda terminou o dia aos R$ 5,0423, valorização de 0,60% e maior nível de fechamento desde 2 de maio. A cautela foi vista também no Ibovespa, que cedeu aos 108.967,03 pontos, recuo de 1,24%, na esteira das quedas de Vale ON (-2,35%) e Petrobras (-0,94% ON e -1,12% PN). O giro não foi tão fraco quanto o de ontem, então abaixo de R$ 12 bilhões com o feriado nos Estados Unidos, mas seguiu moderado, como tem sido a tendência recente, pouco acima dos R$ 20 bilhões, a R$ 21,4 bilhões.

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•BOLSA

CÂMBIO

O dólar à vista subiu pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, 30, e se firmou acima da linha de R$ 5,00, em dia marcado por tombo das commodities e fortalecimento da moeda americana em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de matéria-prima. Pesam sobre essas moedas a crescente perspectiva de aumento de juros Estados Unidos em junho e sinais de perda de fôlego da China, que hoje à noite divulga dados de indústria e serviços.

Ao ambiente externo desfavorável soma-se a possibilidade cada vez mais forte de início de ciclo de corte da taxa Selic, reforçada pela deflação do IGP-M de maio, divulgado pela manhã, e por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A combinação de taxas em níveis mais altos nos EUA com cortes da Selic reduz o diferencial de juros interno e externo. Investidores ajustam posições e aproveitam para embolsar lucros com venda de moedas latino-americanas de países com juros altos e ganhos em 2023, caso do real, que hoje amargou o pior desempenho entre pares.

Tirando uma queda pontual e bem limitada na abertura, o dólar operou em terreno positivo ao longo de todo o dia. Com máxima a R$ 5,0694 (+0,60%), no início da tarde, a moeda encerrou a sessão em alta de 0,60%, cotada a R$ 5,0423 – maior valor de fechamento desde 2 de maio. No mês, a divisa acumula valorização de 1,10%, o que reduz as perdas no ano para 4,50%.

Termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para junho apresentou bom giro, acima de US$ 14 bilhões. O volume deve aumentar bastante amanhã, dia de disputa pela formação da última ptax de maio e de rolagem contratos. Comenta-se nas mesas de operação que a maré externa negativa para divisas emergentes pegou boa parte dos fundos multimercados locais com forte posicionamento ‘vendido’ (que traz lucros quando a moeda americana cai ante o real). Para reverter essas posições e limitar perdas, esses fundos têm que comprar dólar futuro, o que estaria pressionando a formação da taxa de câmbio.

“Essa alta aqui parece um movimento normal, com avanço do dólar contra outras moedas. Commodities como trigo, milho, soja estão caindo e o petróleo perdendo bastante. Não vejo fatores internos para alta do dólar”, afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ressaltando que real tem “andando junto” com outras divisas nos últimos dias.

Ontem à noite, em discurso em Fortaleza (CE), o presidente do Banco Central disse que a aprovação do arcabouço fiscal traz um cenário melhor para as expectativas de inflação, que ainda seguem elevadas. “A gente tem uma inflação que parece que vai engrenar uma melhora, mesmo que lenta, ao mesmo tempo em que a atividade tem surpreendido para cima”, disse Campos Neto.

Pela manhã, a FGV informou que o IGP-M de maio registrou deflação de 1,84% em maio, após queda de 0,95% em abril. O índice veio no piso do intervalo de Projeções Broadcast. A mediana era negativa em 1,61%.

Em artigo para o Broadcast publicado nesta terça-feira, o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, lembra que, historicamente, as duas variáveis mais importantes para o comportamento do câmbio são o diferencial de juros e os preços de commodities. Por sorte, escreve Padovani, a “direção das duas principais variáveis explicativas é mais clara hoje”.

Ele observa que a tendência é de queda do diferencial de juros, uma vez que, mesmo que o Fed não dê continuidade ao processo de alta de juros, o Banco Central deve começar a reduzir a taxa Selic no segundo semestre. “Acompanhando a alta de juros nos Estados Unidos, os preços de commodities também mostraram reversão a partir do segundo trimestre do ano passado e, com a desaceleração global em curso, dificilmente irão mudar de tendência”, afirma Padovani.

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes – operou em leve baixa ao longo do dia, mas ainda acima da linha dos 104 mil pontos e no maior nível desde meados de março. As taxas dos Treasuries caíram em bloco sob pressão da demanda, o que sinaliza busca por proteção. Há ainda certo receio com a tramitação do projeto de lei que aumenta o teto da dívida dos EUA no Congresso americano.

As cotações do petróleo recuaram mais de 4%, com o contrato do Brent para agosto fechando em baixa de 4,40%, a US$ 73,71 o barril, em meio a rumores de que pode haver mudança no corte de produção na reunião da Opep+ na próxima semana diante de dúvidas sobre a demanda global. Líder do cartel, a Arábia Saudita fez críticas à Rússia por não cumprir integralmente a promessa de limitar a produção.

“O dia foi de cautela no exterior. Existe uma grande preocupação com desaceleração da atividade econômica e queda do petróleo. Há relatos de saída de recursos do nosso mercado e a redução do diferencial de juros, com fechamento da curva local, acaba pesando contra o câmbio”, afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

(Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.04230 0.5965 5.06940 5.00100

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5061.000 0.79665 5072.000 5002.000

DOLAR COMERCIAL 5077.000 0.64427 5098.000 5030.500

MERCADOS INTERNACIONAIS

O petróleo caiu 4% e o WTI terminou a sessão abaixo de US$ 70, diante de especulações sobre a próxima reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e preocupações sobre a economia chinesa. Pesam ainda na commodity as incertezas sobre o acordo do teto da dívida americana, alvo de insatisfação da ala mais à direita do Partido Republicano. O projeto de lei é analisado no Comitê de Regras da Câmara e, se aprovado, deve ser submetido ao plenário da Casa amanhã. Mas o crescente coro de oposição ao texto pintou um quadro de cautela, que pesou nos juros dos Treasuries e beneficiou o ouro. Em Nova York, o Dow Jones também ficou sob pressão, mas o Nasdaq foi apoiado pelo contínuo otimismo em relação à inteligência artificial, após Nvidia atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado. No câmbio, o dólar devolveu ganhos recentes ante boa parte dos pares rivais, embora rublo tenha avançado mais de 5% ante a divisa americana em meio a notícias de ataques ucranianos a Moscou.

Os contratos mais líquidos do petróleo já iniciaram a sessão em queda de 1%, na volta do feriado nos EUA e no Reino Unido, que tirou a liquidez do mercado ontem. A commodity piorou ao longo do dia e levou o WTI a fechar abaixo da marca de US$ 70 o barril pela primeira vez desde 4 de maio. Entre os diversos drivers, investidores ponderaram sobre especulações relativas à próxima reunião da Opep+, gerando dúvidas se o cartel optará por mais cortes produtivos, e sobre a demanda da China, à medida que o gigante asiático lida com uma nova onda de covid-19. Assim, o WTI para julho fechou em baixa de 4,42% (US$ 3,21), em US$ 69,46 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto caiu 4,40% (US$ 3,39), a US$ 73,71 o barril, na ICE.

Para a Hargreaves Lansdown, as incertezas frente ao ritmo do Congresso para aprovar a elevação do teto da dívida também pesaram sobre a commodity. Republicanos criticam o acordo anunciado entre o presidente americano, Joe Biden, e o da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, que prevê a elevação do teto da dívida por dois anos em troca de travas aos gastos públicos. Representantes da ala mais à direita do partido alegam que o acordo gerou poucas concessões e defendem mais cortes nas despesas, chegando a colocar em cheque até mesmo a liderança de McCarthy.

Nesta tarde, o Comitê de Regras da Câmara americana deu início a uma análise do projeto de lei e, se aprovada, a legislação pode ser submetida ao plenário amanhã. Um agravamento da resistência entre republicanos colocaria pressão sobre os democratas para entregar os 218 votos necessários para a aprovação. À reportagem da ABC, McCarthy afirmou que permanece confiante no suporte do seu partido republicano e que não está preocupado com a possibilidade de deputados implementarem uma moção para retirá-lo do cargo.

O BMO analisa que a semana deve ser definida pelas incertezas sobre a aprovação da legislação no Congresso dos EUA, até a data limite de 5 de junho estipulada pelo Departamento do Tesouro para esgotamento dos recursos financeiros. Na visão da SPI Asset Management, um rebaixamento dos ratings de dívida dos EUA ainda é uma grande possibilidade, mesmo com o acordo bipartidário. “Esperaríamos que o mercado precificasse um Federal Reserve (Fed) mais dovish neste cenário”, afirmou a SPI, o que teria impacto sobre os rendimentos dos Treasuries.

O quadro de cautela pesou sobre os juros dos Treasuries e beneficiou o ouro, diante também do dólar enfraquecido no exterior. Por volta das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,444%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,687% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,890%. No fechamento, o ouro para julho fechou em US$ 1968,10 a onça-troy, em alta de 0,72%, na Comex.

Já o dólar recuou ante boa parte das moedas rivais. A moeda americana caía a 139,76 ienes, após o governo do Japão informar que deve monitorar e responder “de forma apropriada” aos movimentos de câmbio, para evitar volatilidade excessiva. Por sua vez, o euro subia a US$ 1,0733, na esteira de falas do dirigente do BCE, Gediminas Simkus, indicando a possibilidade de altas de 25 pontos-base nas próximas duas reuniões monetárias para conter a inflação. No horário citado, a libra tinha alta a US$ 1,2407 e o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,09%, a 104,165 pontos.

Entre emergentes, o rublo chegou a avançar mais de 5% ante a divisa americana e recuperou perdas recentes, em meio a notícias de ataques ucranianos a Moscou. No final da tarde, o dólar recuava a 79,680 rublos.

Em Wall Street, a divergência entre o clima de cautela e o impulso de empresas de semicondutores frente a novidades de IA levaram as bolsas de Nova York a encerrarem mistas. Nvidia (+2,99%) voltou a apoiar a alta de fabricantes de semicondutores, após atingir a marca de atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado. Tesla também teve ganhos robustos (+4,14%), seguindo viagem do CEO Elon Musk à China. No final da tarde, o Dow Jones fechou em baixa de 0,15%, em 33.042,78 pontos, o S&P 500 ficou estável em 4.205,52 pontos, e o Nasdaq avançou 0,32%, a 13.017,43 pontos. (Laís Adrina – lais.almeida@estadao.com)

JUROS

Os juros futuros terminaram a terça-feira entre a estabilidade e leve queda, num desempenho que pode ser considerado positivo se comparado às perdas dos demais ativos domésticos e também diante da forte queima de prêmios na curva na semana passada que, em tese, chamaria para uma realização de lucros mais pronunciada. O tombo superior a 4% nos preços do petróleo, a forte deflação do IGP-M em maio e o fechamento da curva dos Treasuries em meio às dúvidas sobre a votação do acordo sobre o teto da dívida nos Estados Unidos acabaram ancorando as taxas, apesar do desempenho negativo das moedas de economias emergentes, incluindo o real.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,20%%, estável ante o ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2025 caiu de 11,48% para 11,16%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,95% (10,96% ontem) e a do DI para janeiro de 2029, em 11,29%, mesma taxa do ajuste de ontem.

O ajuste de alta visto ontem nas taxas não conseguiu avançar nesta sessão, em meio a vários fatores potencialmente desinflacionários e que podem contribuir, se não para um início imediato do ciclo de queda da Selic, ao menos para uma sinalização do Copom sobre quando isso poderá ocorrer. Antes da abertura, o mercado já conhecia o IGP-M, que acelerou a deflação de 0,95% em abril a 1,84% em maio, coincidindo com o piso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. Ainda que o IPC-M tenha subido (0,46% para 0,48%), a expectativa é de que o tombo do IPA (-2,72%) possa chegar mesmo que parcialmente aos preços ao consumidor.

Ao mesmo tempo, o recuo das commodities reforça a perspectiva benigna para a inflação de curto prazo no Brasil. Hoje, os preços do petróleo tombaram mais de 4% dadas as incertezas sobre o acordo para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos e também sobre o ritmo da demanda global. O barril do tipo WTI com vencimento em julho, que fechou em US$ 69,46, não caía abaixo de US$ 70 desde 4 de maio.

A leitura dos analistas é de que esse alívio nas matérias-primas será importante para fazer frente ao impacto que a mudança na cobrança de ICMS sobre a gasolina terá sobre os preços. A partir de quinta-feira (1º), o tributo passa a ser cobrado com uma alíquota fixa (R$ 1,22 por litro), em vez de porcentagem sobre o preço. Além disso, como destacou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o governo concluirá o ciclo de reoneração da gasolina e etanol no fim de junho, quando acaba a vigência do imposto de exportação sobre óleo cru para compensar a elevação gradual das alíquotas de PIS e Cofins. Ceron disse que o imposto de exportação não será renovado e que os tributos federais voltarão a ser cobrados com alíquota cheia.

O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier, afirma que o mercado de juros hoje não teve um “grande driver” e que as preocupações com o ritmo da economia da China, ante os dados que saem nesta semana, estão pesando mais diretamente no câmbio e na Bolsa. “Os números podem ser feios, mas na curva local, esta expectativa não tem afetado tanto”. Nesta noite, serão divulgados os PMIs na China.

Para o sócio e estrategista de renda fixa e câmbio da Garin Investimentos, Felipe Beckel, os prêmios na curva já estão bem magros e a tendência é que o mercado opere mais de lado no curto prazo. “O ‘play’ mais tranquilo para agora é o de inclinação. Por mais que já se tenha precificado a queda da Selic, é perigoso ficar unidirecional”, afirma Beckel, para quem os riscos são simétricos.

Ele argumenta que o discurso do Banco Central tem sido mais cauteloso do que os sinais apontando para um relaxamento monetário nos próximos meses. “Tem muita narrativa e pressão para o BC cortar o juro, mas parece que Roberto Campos Neto está receoso em dar pistas sobre o ciclo”, disse.

Ontem, em discurso em Fortaleza, Campos Neto expressou otimismo com a melhora das expectativas de inflação no longo prazo, mas, observou, seguem bastante elevadas em razão do debate sobre a meta e as incertezas fiscais. Parte destas, ponderou, está sendo endereçada após a aprovação do arcabouço pela Câmara. “Então, a gente entende que isso vai melhorar”, declarou o presidente do BC, após mostrar que, apesar da melhora das expectativas para a inflação de 2023 e 2024, as projeções de longo prazo do mercado seguem em 4%, quando a meta é de 3%.

Indicado para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, também destacou hoje o papel do arcabouço na melhora dos ativos. “Vejo que desde a divulgação do arcabouço, as taxas de juros longas vêm cedendo. O câmbio atingiu novo patamar, claro que o câmbio estará sempre alterado, mas o patamar que assistimos já é bem mais confortável”, afirmou em live promovida pelo O Globo e Valor Econômico.

No leilão de NTN-B, o Tesouro reduziu bastante a oferta de títulos a 950 mil, ante 2,5 milhões na semana passada, tendo vendido 873.400 títulos efetivamente. Na avaliação de Xavier, da Sicredi Asset, a leitura é de que a instituição deve priorizar nesta semana lotes maiores de prefixados no leilão de quinta-feira. “Principalmente, na LTN 2025”, comentou. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

BOLSA

Nesta penúltima sessão de maio, em que o petróleo cedeu mais de 4%, a aversão a risco desde o exterior resultou em realização de lucros um pouco mais forte na B3, em terreno negativo pelo segundo dia. Após sequência de ganhos desde o dia 4 – interrompida apenas no dia 16, e que o alçou a 110,7 mil pontos no fechamento de 19 de maio, maior nível então desde 1º de fevereiro -, o Ibovespa passou a alternar séries mais curtas, de avanços e recuos, a partir do último dia 22. Desde 22, foram cinco perdas, incluindo a de hoje, e apenas dois ganhos, em 25 e 26 de maio, quando chegou aos 110,9 mil pontos, superando a marca do último dia 19.

Assim, o Ibovespa oscilou nesta terça-feira entre mínima de 108.551,51 e máxima de 111.290,69 pontos, para fechar aos 108.967,03 pontos, em baixa de 1,24% na sessão, em que saiu de abertura aos 110.333,40 pontos. O giro não foi tão fraco quanto o de ontem, então abaixo de R$ 12 bilhões com o feriado nos Estados Unidos, mas seguiu moderado, como tem sido a tendência recente, a R$ 23,2 bilhões. Na semana, o índice da B3 cede 1,75%, mas ainda avança 4,34% no mês. Em 2023, oscila hoje para baixo, com recuo de 0,70% no ano.

“O Ibovespa vinha de pé trocado, subindo mesmo quando as bolsas lá fora caíam, e agora volta ao suporte que corresponde à média móvel de 200 períodos, um pouco abaixo dos 109 mil. Chegado o fim do mês, é natural uma realização de lucros, considerando que o Ibovespa ainda sobe mais de 4% em maio, com avanço bem distribuído por diferentes setores”, diz Marco Monteiro, analista da CM Capital, mencionando ganhos superiores a 16% para o setor imobiliário, acima de 12% para as ‘small caps’ – ações de menor capitalização de mercado, menos líquidas -, e de quase 12% para o segmento de consumo no mês, pouco antes do fechamento desta terça-feira.

“A queda de hoje foi muito condicionada pelas commodities, como o petróleo, principalmente, e o minério de ferro, que já vem mais fraco há algum tempo, o que afeta empresas de peso como Petrobras e Vale”, diz Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos. Ele observa que a pressão sobre os preços das commodities acabou por ofuscar, na sessão, outros desdobramentos recentes positivos, como o avanço de uma solução para o teto da dívida nos Estados Unidos e, no Brasil, a leitura mais fraca do IGP-M, com deflação de 1,84% em maio – e uma queda de 4,47% em 12 meses. A moderação dos índices de inflação se reflete na curva de juros doméstica, que tem melhorado com a acomodação dos preços.

Lá fora, por outro lado, os contratos futuros de petróleo aprofundaram perdas ao longo da sessão, em queda acima de 4% nos fechamentos de Nova York e Londres. As tensões emergentes entre Arábia Saudita e Rússia quanto a cortes de oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estiveram no radar nesta terça-feira. A Rússia continua a disponibilizar grandes volumes de petróleo mais barato, minando esforços sauditas para fortalecer os preços da commodity, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Petrobras ON e PN encerraram a sessão em baixa, respectivamente, de 0,94% e 1,12%, enquanto Vale ON cedeu 2,35%, com o minério abaixo de US$ 100 por tonelada na China (Dalian). O dia foi amplamente negativo para o setor metálico como um todo, com destaque para CSN (ON -3,77%, mínima do dia no fechamento, a R$ 12,00).

Na ponta perdedora do Ibovespa, além de CSN, de CSN Mineração (-2,84%) e de Usiminas (-2,88%), nomes correlacionados ao ciclo doméstico, como CVC (-3,87%) e Petz (-3,72%). No lado oposto, destaque para IRB (+4,31%), Hapvida (+4,10%), Raízen (+1,98%) e Dexco (+1,41%). Entre os grandes bancos, o dia foi majoritariamente negativo, com perdas de até 2,73% (Bradesco PN) no fechamento, à exceção de BB (ON +0,86%). (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108967.03 -1.2384

Máxima 111290.69 +0.87

Mínima 108551.51 -1.62

Volume (R$ Bilhões) 2.31B

Volume (US$ Bilhões) 4.57B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109300 -1.4383

Máxima 111985 +0.98

Mínima 109060 -1.65

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EM DIA DE LIQUIDEZ BAIXA, DÓLAR SUPERA OS R$ 5 E BOLSA CAI COM REALIZAÇÃO https://www.brokerbrasilcambio.com.br/em-dia-de-liquidez-baixa-dolar-supera-os-r-5-e-bolsa-cai-com-realizacao/ Tue, 30 May 2023 13:31:59 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007614 Os ativos domésticos tiveram ajuste de baixa nesta segunda-feira de estreita liquidez devido à ausência dos mercados em Nova York e em Londres. A realização de lucros recentes deu o tom aqui, à medida que o investidor também espera o início da tramitação do arcabouço fiscal no Senado e o resultado do Produto Interno Bruto do Brasil no primeiro trimestre, esse a ser conhecido na quinta-feira. Neste ambiente, o dólar superou o nível dos R$ 5 e terminou no segmento à vista perto da máxima do dia (R$ 5,0165), com valorização de 0,48%, aos R$ 5,0124. Houve também uma pressão externa no câmbio. Depois de democratas e republicanos chegarem no fim de semana a um acordo para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos, prevaleceu no mercado a percepção de que saíram os entraves à atividade americana no curto prazo. Isso também significa que o Federal Reserve pode continuar com a sua política monetária apertada, gerando ao fim a valorização da divisa dos EUA mundo afora. No final da tarde, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava alta de 0,07%, a 104,278 pontos, em dia ainda de baixa do euro após a convocação de eleições antecipadas na Espanha. Já entre moedas de países emergentes, a lira turca renovou mínimas históricas, após o presidente Recep Tayyip Erdogan conseguir se reeleger. De volta ao Brasil, o Ibovespa terminou o dia em 110.333,40 pontos, queda de 0,52%. As ações da Vale, que mais cedo ajudaram a diminuir a queda do índice, acabaram virando na hora final e terminaram em baixa de 0,75%. Na renda fixa, os juros subiram levemente, em dia à mercê de fatores técnicos e fluxos pontuais.

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

CÂMBIO

Após trocas de sinal pela manhã, o dólar à vista se firmou em terreno positivo ao longo da tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 29, em alta de 0,48%, cotado a R$ 5,0124. Sem a referência de Treasuries e dos índices acionários em Nova York, em razão feriado de Memorial Day nos Estados Unidos, o mercado de câmbio local trabalhou em marcha lenta. As movimentações foram contidas, com oscilação de apenas cerca de quatro centavos entre mínima (R$ 4,9743) e máxima (R$ 5,0155). O contrato futuro para junho, principal termômetro do apetite por negócios, apresentou volume financeiro inferior a US$ 8 bilhões.

“Com o feriado nos EUA, a liquidez foi mínima. O exterior acabou ditando o ritmo, com o dólar aqui acompanhando o comportamento de alta em relação a alguns pares emergentes do real”, afirma o analista de câmbio Elson Gusmão, da corretora Ourominas, acrescentando que amanhã à tarde o mercado já deve começar a se movimentar para a rolagem de posições no segmento futuro e a disputa pela formação da última Ptax de maio.

Lá fora, o índice DXY – termômetro do desempenho do dólar frente a seis divisas fortes – operou em leve alta ao longo da tarde, na casa dos 102,200 pontos, em razão da fraqueza do euro. Haverá antecipação de eleição geral na Espanha, após derrota do Partido Socialista do primeiro-ministro Pedro Sánchez em pleito regional neste domingo.

O dólar ganhou força na comparação com a maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, incluindo moedas latino-americanas de países de juros altos, à exceção do peso mexicano. A lira turca renovou mínimas históricas, após o presidente Recep Tayyip Erdogan conseguir se reeleger.

No front externo, o destaque foi o acordo firmado entre o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano Kevin McCarthy, e o presidente Joe Biden para ampliação do teto da dívida americana. A perspectiva é que o projeto de lei seja votado nesta quarta-feira, 31. Afastado o risco de calote e paralisação de serviços públicos, o foco dos investidores se volta para a trajetória de taxa de juros nos EUA. Dados mais recentes de atividade e inflação aumentam as chances de nova elevação da taxa em 0,25 ponto porcentual pelo Federal Reserve em junho e desautorizam apostas mais contundentes em cortes os juros ainda neste ano.

Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, a perspectiva de alta da taxa básica americana em junho, após acordo em torno do teto da dívida, tende a apoiar o dólar no exterior. “O acordo da dívida nos EUA aliviou e eliminou a antecipação da recessão e o eventual rebaixamento do rating, mas também reforça dólar e alta dos juros pelo Fed”, afirma Velho.

Por aqui, Velho afirma que a expectativa de mais ingresso de recursos externos nos próximos dias, em especial para a Bolsa, e exportações líquidas fortes devem sustentar a taxa de câmbio ao redor de R$ 5,00 no curtíssimo prazo.

Investidores vão monitorar nas próximas semanas a tramitação da nova proposta de arcabouço fiscal no Senado, após a aprovação por votação por folga na Câmara. O avanço do novo marco fiscal e a desaceleração surpreendente do IPCA-15 de maio, somadas a declarações em tom mais ameno do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estimularam na semana passada as apostas em corte da taxa Selic em agosto. É grande a expectativa em torno do encontro do Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho, que pode haver adoção de meta de inflação contínua, como defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pela manhã, o boletim Focus trouxe nova redução das expectativas para o IPCA deste ano (de 5,80% para 5,71%). Para 2024, a projeção mostrou manutenção em 4,13% após quatro semanas de queda. Houve redução das expectativas para a taxa de câmbio no fim deste ano (de R$ 5,15 para 5,11%) e do próximo (de R$ 5,20 para 5,17%). (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.01240 0.4751 5.01650 4.97430

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5021.000 0.37985 5024.000 4977.000

DOLAR COMERCIAL 5044.500 0.28827 5049.000 5005.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Nem a resistência de uma ala do Partido Republicano ao acordo para suspender o teto da dívida americana deve ser suficiente para impedir a aprovação do projeto. A avaliação predominante no mercado é de que há votos suficientes nos dois partidos para acabar com o impasse antes do prazo de 5 de junho fixado pelo Tesouro para evitar um possível calote. De qualquer forma, o ínfimo volume de negócios determinou movimentações contidas aos ativos de risco que operaram no exterior nesta segunda-feira, com feriados nos EUA e no Reino Unido. Assim, o petróleo subiu marginalmente em Londres, enquanto bolsas europeias tiveram viés negativo. Já o dólar se fortaleceu, com euro vendido após a convocação de eleições antecipadas na Espanha.

“Vamos tentar [bloquear o acordo]”, avisou o deputado republicano Chip Roy, um dos representantes da bancada mais à direita da oposição. O parlamentar integra um crescente grupo congressistas que criticaram o chamado “Projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal”, fruto de semanas de negociações entre o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, e a Casa Branca. A proposta prevê a suspensão do teto da dívida por dois anos combinada a novas travas nos gastos em várias áreas. A previsão é de que a pauta seja votada já na próxima quarta-feira.

Candidato à nomeação republicana para as eleições presidenciais de 2024, o governador da Flórida, Ron DeSantis, afirmou que o texto mantém a maior economia do planeta em rota rumo à “falência”. Ainda que imponha alguns limites, a legislação autorizaria quase US$ 800 bilhões em despesas com segurança nacional em 2024 e mais de US$ 700 bilhões em outros setores. “Dizer que você pode fazer 4 trilhões [dólares] de aumentos no próximo ano e meio, quero dizer, é uma quantidade enorme de gastos”, criticou DeSantis.

Apesar da emergente revolta republicana, a expectativa consensual é de que a lei seja aprovada. O Goldman Sachs prevê que a Câmara dará seu aval na quarta-feira e enviará a matéria ao Senado, que deve votá-la no final de semana. “Há menos incerteza em relação ao apoio no Senado do que na Câmara, acreditamos, então isso é mais uma questão de cronograma do que resultado”, avalia o banco americano.

Essa percepção positiva pintou um quadro benigno nas poucas mesas de operações que atuaram durante o feriado do Memorial Day americano. Tanto que os futuros atrelados aos principais índices acionários de Nova York operaram no azul. No entanto, do outro lado do Atlântico, predominou o sinal negativo: Frankfurt perdeu 0,20%, Paris cedeu 0,21% e Milão caiu 0,36%.

Investidores monitoraram o cenário político da Espanha, onde eleição geral foi antecipada para julho no dia seguinte à derrota do partido governista em pleitos regionais. A Eurasia avalia que a medida fortalece a oposição de direita, que faria um governo mais pró-mercado, na visão da consultoria. A S&P Global Ratings, por sua vez, avalia que a situação terá impacto limitado na política fiscal do país.

Ainda assim, o euro acelerou queda após a notícia, embora a liquidez menor tenha mitigado qualquer movimentação. No fim da tarde em Nova York, a divisa comum europeia recuava a US$ 1,0714 e a libra subia a US$ 1,2361. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava ganho de 0,07%, a 104,278 pontos. A moeda americana se fortalecia ainda a 20,0960 liras turcas após a reeleição do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defensor de uma agenda macroeconômica heterodoxa. A lira chegou a renovar mínima histórica ante o dólar. “Na ausência de uma reviravolta em suas políticas econômicas, o risco de uma crise cambial aguda se aproxima”, resume o Danske Bank.

Entre commodities, o petróleo ficou perto da estabilidade em uma sessão encurtada pelos feriados: o barril do Brent para agosto fechou em alta de 0,16%, a US$ 77,10. Operadores aguardam novidades sobre a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), marcada para o começo de junho. Na semana passada, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, chegou a dizer que não esperava “passos adicionais” no encontro, o que foi interpretado como uma sinalização de que não haverá cortes na oferta do cartel. No entanto, Novak voltou atrás e disse que não havia sido tomada decisão. (André Marinho – andre.marinho@estadao.com)

BOLSA

O Ibovespa teve um início de semana com variação e giro financeiro restritos pelo feriado em Nova York e também na principal praça financeira europeia, Londres. Assim, sem catalisadores domésticos que elevassem o índice da B3 pelo terceiro dia seguido, ou que resultassem em uma realização de lucros significativa, a referência oscilou menos de mil pontos entre a mínima (110.195,11) e a máxima (111.168,05) do dia, em que saiu de abertura aos 110.905,81 pontos.

No fechamento, mostrava perda de 0,52%, aos 110.333,40 pontos, com giro fraquíssimo nesta segunda-feira, a R$ 11,9 bilhões. No mês, que termina na quarta-feira, o Ibovespa acumula ganho de 5,65%, que coloca o do ano a 0,55%.

As ações de maior peso e liquidez tiveram inclinação moderada ao longo da sessão, na maioria em baixa, como Petrobras (ON -0,63%, PN -0,41%), e ao final com sinal misto para as de grandes bancos (Itaú PN -0,44%, Bradesco PN +0,12%, Unit do Santander +0,31%). Apesar da recuperação de quase 5% para o preço do minério neste início de semana na China, o setor metálico, que chegou a esboçar reação mais cedo, fechou o dia em baixa, com Vale (ON -0,75%) à frente.

Na ponta do Ibovespa, destaque nesta segunda-feira para CVC (+4,03%), Cogna (+3,26%), Eztec (+2,45%) e Méliuz (+2,30%). No lado oposto, Vibra (-3,91%), BRF (-2,89%), Fleury (-2,31%) e Equatorial (-2,28%).

“Com liquidez muito baixa, o dia foi de ajuste leve, com o mercado tendo a seu favor o alívio, que deve ser maior amanhã com Nova York, proporcionado pelo entendimento sobre a elevação do teto da dívida americana, no fim de semana. Mercado trabalhou hoje aqui perto do zero a zero, com o setor metálico devolvendo a alta vista mais cedo. Dia bem tranquilo, sem grandes movimentações”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

“O acerto sobre o limite do teto nos Estados Unidos, que será votado na quarta-feira, afasta o risco de calote na dívida americana. E o acordo veio com o compromisso do presidente Joe Biden, junto aos republicanos, de não aumentar gastos públicos nos próximos dois anos – algo que foi visto de forma positiva nos índices futuros dos Estados Unidos, e que deve se refletir amanhã na retomada dos negócios em Nova York”, diz Alan Dias Pimentel, especialista da Blue3 Investimentos.

Na agenda doméstica neste começo de semana, destaque pela manhã para a divulgação do Boletim Focus, que trouxe nova redução nas projeções de mercado para o IPCA no fechamento de 2023, a 5,71%, em mais um desdobramento que contribui para a redução da pressão sobre os juros no Brasil, observa Vanessa Naissinger, especialista da Rico Investimentos. Ela destaca, na semana, outro ponto da agenda com potencial para orientar os negócios, o PIB brasileiro no primeiro trimestre. A mediana da pesquisa Projeções Broadcast indica alta de 1,2% para o indicador ante o mesmo período de 2022.(Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110333.40 -0.51585

Máxima 111168.05 +0.24

Mínima 110195.11 -0.64

Volume (R$ Bilhões) 1.18B

Volume (US$ Bilhões) 2.37B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110895 -0.54706

Máxima 111860 +0.32

Mínima 110655 -0.76

JUROS

Os juros futuros começaram a semana com leve alta, numa sessão de liquidez fraquíssima imposta pela ausência de negócios em Wall Street. Os últimos quatro dias de baixa deixaram espaço para uma realização de lucros que, no entanto, foi discreta considerando o tamanho da queima de prêmios na semana passada. Sem os mercados em Nova York e sem destaques internos – a pesquisa Focus trouxe poucas novidades -, a curva hoje ficou a mercê de fatores técnicos e fluxos pontuais. O mercado também espera para ver como será a reação das bolsas americanas na reabertura amanhã ao acordo para a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, em boa medida já precificado.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,220%, de 13,168% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025, em 11,50%, de 11,43%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,97%, de 10,94% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2029 ficou em 11,29%, de 11,28%.

O sinal positivo das taxas se instalou logo pela manhã, alinhado ao movimento de correção que se via nos segmentos de ações e câmbio que, assim como na renda fixa, ficaram reféns do giro fraco. Hoje é feriado nos Estados Unidos, o Memorial Day, em homenagem aos militares norte-americanos mortos em guerras, e, por isso, os mercados não operaram por lá. “O fechamento do mercado dos EUA tende a enfraquecer a liquidez e a tomada de novas posições”, disse o economista-chefe da JFTrust, Eduardo Velho. Para se ter ideia, o DI mais líquido, janeiro de 2025, movimentou apenas 245 mil contratos, ante média diária de 639 mil nos últimos 30 dias.

Após o bull flattening da curva na semana passada, Velho vê o mercado bem ajustado e com menos espaço para novas quedas, uma vez que também acredita que o investidor já precificou de forma plena a aprovação do arcabouço fiscal pelo Congresso. Esta semana o texto deve começar a tramitar no Senado.

Do lado externo, ele cita expectativa de nova alta dos juros pelo Federal Reserve em junho, de 25 pontos-base, e de números ainda altos do payroll que sai na sexta-feira, o que estaria “induzindo menos espaço, ou então mais tempo, para o início da queda dos juros”. Ainda, para o economista, o mercado pode estar antecipando que os dados fiscais, que saem amanhã e na quarta-feira, ainda serão fracos comparativamente a 2022. Nesta terça-feira, o Tesouro deve divulgar um superávit de R$ 15,9 bilhões para o Governo Central em abril, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. O resultado é bem melhor do que o saldo negativo de R$ 7,08 bilhões em março, mas bem abaixo dos R$ 28,9 bilhões de abril de 2022.

Também amanhã a instituição realiza leilão de NTN-B e resta saber se a oferta virá tão elevada quanto na semana passada, quando foi ofertado um lote 2,5 milhões de títulos, absorvido integralmente. Hoje, o Tesouro divulgou o relatório da dívida referente a abril, segundo o qual a emissão líquida de R$ 92,3 bilhões naquele mês foi a maior desde junho de 2021. No ano, o saldo ainda é de resgate, R$ 125,82 bilhões, pressionado pelas elevadas torres de vencimento em janeiro e março. “Ao longo do ano temos outras pela frente. A maior torre que teremos é a de setembro, algo em torno de R$ 300 bilhões”, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Luis Felipe Vital.

Pelo lado da inflação, a pesquisa Focus trouxe alívio na mediana de IPCA em 2023, de 5,80% para 5,71%, na esteira do IPCA-15 de maio mais baixo e da sequência de revisões baixistas que se seguiu à divulgação do índice. Não houve, no entanto, alteração nas medianas para 2024 (4,13%) e 2025 (4,00%). Todas elas se mantêm acima do centro das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional.

“A persistência da desancoragem reflete a percepção de maior expansionismo fiscal, bem como a possibilidade de alterações no regime de metas de inflação, seja a escolha de metas mais elevadas ou a adoção de um horizonte mais amplo para o alcance das metas”, afirma Luiz Benamor, da Tendências Consultoria. E, apesar do aumento nas apostas de corte da Selic na curva de juros na semana passada para este e o próximo ano, no Boletim Focus as medianas permanecem em 12,5% para 2023 e 10,00% para 2024. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

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ARCABOUÇO DESINCLINA CURVA NA SEMANA, MARCADA AINDA POR 5º AVANÇO SEGUIDO DO IBOVESPA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/arcabouco-desinclina-curva-na-semana-marcada-ainda-por-5o-avanco-seguido-do-ibovespa/ Mon, 29 May 2023 13:08:23 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007607 O placar robusto do arcabouço na Câmara e a perspectiva de uma aprovação célere da proposta no Senado deram condições para a queda firme dos juros futuros nesta semana, em especial nos vencimentos mais longos, resultando em desinclinação da curva de juros em relação à sexta-feira passada. Os trechos curtos também cederam, com desaceleração inesperada da inflação e falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem, mas a baixa nos longos foi mais consistente. O DI janeiro 2027, por exemplo, recuou cerca de 30 pontos, ao passo que o 2024 cedeu menos de 15. Houve alguma pressão de realização nos pregões recentes na Bolsa, mas a perspectiva de juros mais baixos de agora adiante deu suporte ao Ibovespa ao longo dos últimos dias, fazendo o índice terminar a sexta-feira em 110.905,51 pontos, alta diária de 0,77% e semanal de 0,15%. Foi a quinta semana seguida de ganho, ainda que comedido. O investidor também monitora a situação externa, com o impasse em torno do teto da dívida dos Estados Unidos. Ainda que as negociações tenham avançado bastante de ontem para hoje, a incerteza deu o tom na semana. Tanto que o índice Dow Jones, que subiu 1,00% nesta sessão, caiu 1,00% no cômputo semanal. S&P 500 e, principalmente, Nasdaq conseguiram se segurar no azul nas duas comparações, mas devido ao impulso de ações ligadas à inteligência artificial. Os ganhos foram de 1,30% no dia e de 0,32% na semana para o S&P 500, e de 2,19% e 2,51%, respectivamente, para o Nasdaq. O câmbio seguiu a semana operando em margens estreitas, ponderando o cenário externo, onde também houve reprecificação – para cima – em relação aos juros americanos após dados de atividade e inflação, e a entrada de fluxo para o País. A moeda americana à vista subiu aos R$ 4,9887, baixa de 0,93% hoje e de 0,14% na semana.

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

JUROS

Após três sessões em queda, os juros futuros ensaiaram um movimento de realização de lucros pela manhã, mas que perdeu força à tarde, com as taxas zerando o sinal de alta e passando a cair, para completar o quarto dia consecutivo em baixa. O movimento se deu em linha com a melhora do apetite pelo risco vista no exterior, na medida em que cresciam as esperanças no fechamento de um acordo para o teto da dívida dos Estados Unidos que precisa sair até o começo de junho para que não haja calote, que também favoreceu o real. Com o noticiário interno hoje esvaziado, a dinâmica do mercado foi conduzida pelo ambiente internacional e ajustes técnicos. No acumulado da semana, a curva perdeu inclinação, pelo recuo consistente dos contratos de longo prazo, refletindo, em boa medida, a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,16%, de 13,18% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,47% para 11,42%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,93%, de 10,99%, e a do DI janeiro de 2029 terminou em 11,25%, de 11,32%. Na semana, enquanto a ponta curta fechou perto de 10 pontos-base, os longos caíram 35 pontos.

Ao fim de uma semana profícua para quem está vendido em taxa, que teve, além da aprovação do novo arcabouço, o IPCA-15 de maio abaixo do consenso, era de se imaginar que o mercado buscasse algum tipo de realização de lucros nesta sexta-feira. A correção foi testada na primeira parte dos negócios, com ajuda de dados de inflação nos Estados Unidos que superaram o consenso das estimativas e endossaram a aposta de alta de juros na reunião do Federal Reserve em junho. À tarde, na medida em que o dólar ampliou a queda e voltou a cruzar para baixo a linha dos R$ 5,00, os juros zeraram a alta que já era modesta e passaram a cair. Ainda, houve alívio na taxa da T-Note de dez anos.

O pano de fundo de fundo para a melhora do mercado foi a percepção de que a Casa Branca e a Câmara dos Representantes nos Estados Unidos chegarão logo a um acordo para evitar o default da dívida. O presidente da Câmara, Kevin McCarthy avaliou hoje que as equipes avançaram nas negociações, mas que a questão dos gastos do governo ainda é um grande problema. McCarthy falou em “progresso” várias vezes, ao conversar com a imprensa, mas ainda não há acordo.

No fim da tarde, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que o governo não conseguirá honrar as dúvidas se o teto não for elevado até 5 de junho. “Esperar até último minuto para elevar teto pode afetar rating dos EUA e confiança”, alertou, citando que vê o custo dos empréstimos do Tesouro mais alt para os títulos que vencem em junho.

É consenso que este acordo vai sair, mas quanto antes melhor, representando assim um fator a menos de incerteza. Por aqui, a incerteza também diminuiu com a votação do arcabouço na Câmara e o mercado agora acompanha a tramitação no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse querer entregar o texto para sanção presidencial ainda em junho. A economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, afirma que a busca pelo protagonismo tende a pautar o ritmo de andamento da matéria no Senado. “Ao contrário do que se viu na Câmara, Pacheco quer cumprir os ritos das comissões, mas acho que não teremos alterações em termos de texto. Vão aprovar”, afirmou.

O grande desafio fiscal trazido pelo novo marco é alcançar a arrecadação necessária para acomodar a intenção de gastos sem comprometer o cumprimento das metas estipuladas. Desse modo, o mercado vê com bons olhos o caráter temporário do programa de incentivo ao setor automobilístico anunciado ontem pelo governo. Nesta tarde, em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é algo “tópico”, que não vai se estender para além deste ano. “Estamos falando de um programa que pode durar três ou quatro meses, não é estrutural”, declarou o ministro.

Haddad também afirmou que o programa não deve chegar a um quarto do impacto fiscal estimado pelo mercado, de R$ 8 bilhões. Os cálculos preliminares já foram feitos, porém a equipe econômica precisa fechar a equação seguindo os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O ministro também voltou a falar sobre a meta de inflação, defendendo uma regra contínua que, segundo ele, quando adotada raramente é alterada. “Um único país do mundo adota meta calendário. Definir uma meta contínua para o BC perseguir é melhor”, afirmou. Garantiu que o debate sobre a mudança será técnico. O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá no fim de junho para discutir o assunto. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

BOLSA

O Ibovespa encontrou fôlego para acentuar alta à tarde e colocar a semana no positivo, no fechamento desta sexta-feira. Na sessão, o índice da B3 subiu 0,77%, aos 110.905,51 pontos, e acumulou leve ganho de 0,15% na semana, em que abriu com perdas até a quarta-feira e encerrou com avanços entre ontem e hoje. Assim, a referência conseguiu encadear a quinta semana de alta, em intervalo positivo que retrocede a 24 de abril. Saiu então de patamar inferior a 104 mil pontos, a 103,9 mil, para nível bem próximo dos 111 mil, cerca de 7 mil pontos adiante.

Embora em alguns pontos do intervalo os avanços tenham sido muito discretos, em recuperação gradual para o índice, desde trecho entre janeiro e fevereiro do ano passado o Ibovespa não colhia cinco semanas sem quebra de ganhos. Hoje, oscilou entre mínima de 109.900,40 e máxima de 111.705,53 pontos, com abertura aos 110.057,62. Após alguma recuperação em parte da semana, o giro financeiro voltou a se enfraquecer nesta sexta-feira, a R$ 21,8 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 6,20%, colocando a 1,07% a alta de 2023. O nível de fechamento desta sexta-feira foi o maior desde 1º de fevereiro, então aos 112 mil pontos.

Em Nova York, em semana na qual o otimismo em torno dos efeitos disruptivos da inteligência artificial impulsionou o setor de tecnologia, o índice Nasdaq fechou a sexta-feira em alta de 2,19% e o S&P 500, de 1,30% – na semana, o primeiro acumulou ganho de 2,51% e o índice amplo, de 0,32%, ambos à frente do blue chip Dow Jones, que subiu hoje 1,00%, mas cedeu terreno na semana. O período foi marcado também pelas negociações em torno do teto da dívida americana, e a tensão inicial vai dando lugar à expectativa de que uma solução seja encontrada nos próximos dias – e votada pelo Congresso até o meio da próxima semana para impedir um default.

Segundo a Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, estão se aproximando de acordo que aumentaria o teto da dívida, de US$ 31,4 trilhões, por dois anos, limitando os gastos na maioria dos itens, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.

O desdobramento positivo também animou os mercados acionários da Europa nesta última sessão da semana, com recuperação para as ações do setor de petróleo por lá, movidas também por avanço pouco acima de 1% para o Brent e o WTI. Aqui, Petrobras ON e PN encerraram o dia em alta de 1,66% e 1,32%, respectivamente, enquanto Vale ON subiu 2,28% com o alívio proporcionado pela relativa recuperação do minério de ferro na China nesta sexta-feira, de volta ao limiar de US$ 100 por tonelada. Ainda assim, as perdas na ação da mineradora ficaram em 4,16% na semana – no mês, os papéis cedem até aqui 8,38% e, no ano, caem 23,73%.

“Com o petróleo na faixa de US$ 70 a US$ 80 por barril como agora, Petrobras vai bem, considerando que suas ações seguem muito descontadas em relação aos ‘peers’ internacionais, com o Ebitda que a empresa tem. Vale está muito amassada: depende demais da demanda chinesa e, com a incerteza sobre o nível de atividade no país, uma recuperação do preço do minério, que tem se mantido ali pelos US$ 100, fica condicionada a anúncio de medidas de estímulo à economia pelo governo de lá, o que não tem ocorrido”, diz Cesar Mikail, gestor de variável da Western Asset.

Por outro lado, ele ressalta o bom momento doméstico, com a confirmação de inflação mais acomodada no IPCA-15 e a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, ambos nesta semana: uma combinação positiva em momento no qual as projeções de mercado já vinham embutindo expectativa mais favorável para os índices de preços e os juros.

“A situação é boa para Bolsa, câmbio e curva de juros, que vem fechando, ajudando em especial as ações de consumo”, diz. “Até meados da próxima semana, quando deve vir a definição sobre o teto da dívida americana, ainda há espaço para a Bolsa andar. Mas definido isso, dependerá de novos gatilhos – e o comportamento dos juros tem sido um fator importante.”

A percepção do mercado é de que cortes na Selic virão no segundo semestre, com a desaceleração dos índices de inflação e segurança maior em torno da disposição do governo em não deixar que os gastos públicos fujam ao controle, embutida no arcabouço fiscal. E de que os juros das principais economias (EUA e zona do euro) estejam perto do pico, ainda que o processo de redução das taxas de referência, como os Fed funds, leve mais tempo para ser iniciado por lá, como se espera.

“Mercado ainda otimista com relação à regra fiscal, e a gente observa isso especialmente na curva de juros, com todos os vértices hoje em queda, refletindo dissipação de preocupações [em torno da condução das contas públicas]”, diz Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

No entanto, considerando o espaço já recuperado pelo Ibovespa no mês, o quadro das expectativas do mercado para o desempenho do índice no curtíssimo prazo ficou um pouco mais conservador no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação ao levantamento da semana passada. A previsão de alta para o índice, porém, segue majoritária. Entre os participantes, 50,0% esperam ganhos e 37,50%, estabilidade. Para 12,50%, a Bolsa terá uma semana de perdas. No último Termômetro, a expectativa para esta semana era de avanço para 57,14% e de variação neutra para 42,86%, sem nenhuma resposta indicando baixa.

Na B3, o dia, como a semana, foi misto para as ações de grandes bancos, entre perda de 0,77% (Itaú PN) e leve ganho de 0,14% (Unit do Santander) na sessão, em que prevaleceu o sinal dado pela relativa recuperação, nesta sexta-feira, das gigantes do setor de commodities, Petrobras e Vale, assim como a de outros nomes do segmento metálico (Gerdau PN +3,10%, CSN ON +1,38%) nesta última sessão da semana. Na ponta do Ibovespa, destaque nesta sexta-feira para CVC (+11,19%) Gol (+6,66%) e Dexco (+5,79%). No lado oposto na sessão, Cielo (-3,19%), Assaí (-1,98%) e 3R Petroleum (-1,73%). (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110905.51 0.77337

Máxima 111705.53 +1.50

Mínima 109900.40 -0.14

Volume (R$ Bilhões) 2.18B

Volume (US$ Bilhões) 4.35B

18:06

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111505 0.77271

Máxima 112400 +1.58

Mínima 110410 -0.22

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam o pregão com sólidos ganhos e o Nasdaq subiu mais de 2%, em meio ao bom humor sobre esforços de inteligência artificial e o otimismo por um acordo para o impasse do teto da dívida nos EUA. Nova previsão forte para demanda, desta vez da Marvell Technology, estendeu o impulso que o setor de semicondutores já vinha recebendo do balanço da Nvidia. Ainda, Tesla e Ford ganharam 6% após anúncio de parceria em veículos elétricos. Tudo isso amplificou o efeito do arrefecimento das expectativas de inflação, em movimento que apoiou o petróleo e trouxe viés negativo ao dólar no exterior. Já os Treasuries ficaram sem direção única, embora com suporte pontual de apostas por mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed), diante da indicação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que os juros americanos terão que ficar elevados por mais tempo para conter a inflação. Após o fechamento dos mercados, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, alertou que os recursos financeiros dos EUA podem se esgotar até 5 de junho.

O salto da Marvell Technology (+32,42%) ampliou ganhos de pares do setor de semicondutores e de big techs americanas no mercado acionário em Wall Street, após a empresa projetar que deve dobrar sua receita neste ano, devido ao crescimento da demanda por soluções de inteligência artificial. O anúncio estendeu o otimismo com o setor, na esteira de anúncio semelhante pela Nvidia, que também voltou a subir neste pregão (+2,54%) junto com Micron (+6,21%), Intel (+) e KLA Corporation (+6,20%). Entre as empresas conhecidas como big techs, Amazon ganhou 4,44%, Meta avançou 3,70%, Microsoft subiu 2,14%, Apple teve alta de 1,41% e Google avançou 0,92%;

Os fortes ganhos de tecnologia impulsionaram os índices, levando Dow Jones a reduzir perdas semanais e S&P e Nasdaq a registrar alta no mesmo período. Tesla (+4,72%) e Ford (+6,24%) ofereceram fôlego nesta sessão, seguindo anúncio de uma parceria entre ambas as empresas para fornecimento conjunto de carregadores de veículos elétricos nos EUA a partir de 2024. No fechamento, Dow Jones ganhou 1,00%, em 33.093,34 pontos, o S&P 500 subiu 1,30%, a 4.205,45 pontos, e o Nasdaq avançou 2,19%, a 12.975,69 pontos. Na comparação semanal, Dow Jones perdeu 1,00%, S&P 500 subiu 0,31% e Nasdaq se valorizou 2,51%.

Para o IG, o mercado de ações conseguiu se recuperar tendo como suporte ainda as especulações sobre a aproximação de um acordo no teto da dívida americana.

Desde a noite de ontem, veículos americanos reportam que fontes, sob condição de anonimato, revelaram que as negociações entre as equipes democrata e republicana estariam em seus últimos detalhes, a ponto de redigir um acordo capaz de satisfazer ambos os lados. Ao Punchbowl, o deputado americano Garret Graves, representante do partido republicano nas tratativas, disse que há grandes questões que ainda não foram resolvidas. Após o fechamento dos mercados, Yellen voltou a alertar sobre o risco de esgotamento de recursos caso um acordo não seja alcançado, afirmando que o governo não conseguirá honrar dívidas se o teto não for elevado até 5 de junho.

Já a Oanda destaca que Wall Street, assim que um acordo for alcançado, terá que encarar a “dura realidade” de mais aperto monetário pelo Fed, tendo em vista que o término das altas de juros pode não ocorrer até o final do terceiro trimestre.

Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,4% em abril ante março e subiu 4,4% na comparação anual. Após a divulgação do indicador, medida preferida do Fed para medir a inflação no país, o mercado consolidou apostas majoritárias (65,4%) por nova alta de 25 pontos-base nos juros básicos americanos em junho, contra chance de manutenção (34,6%), conforme plataforma do CME Group.

A visão de juros altos nos EUA por mais tempo também foi corroborada pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, durante evento. Georgieva afirmou que as taxas básicas terão que ser mais altas e deverão permanecer restritivas por tempo prolongado para retornar a inflação à meta de 2%. Em relatório lançado hoje, o FMI ainda projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deverá crescer 1,7% em 2023 e 1,0% em 2024.

Expectativas de juros restritivos chegaram a oferecer fôlego pontual para os rendimentos dos Treasuries, porém, o movimento se desfez pouco depois da Universidade de Michigan apontar deterioração no sentimento do consumidor em maio e redução nas expectativas de inflação de um ano. Encerrando o pregão mais cedo em antecipação ao feriado do Memorial Day, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,559%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,804% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,902%, às 15 horas (de Brasília).

Em movimento semelhante, o dólar fechou sem direção única ante outras divisas. Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar subia a 140,64 ienes, o euro recuava a US$ 1,0730 e a libra tinha alta a US$ 1,2349. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,04%, a 103,198 pontos, mas com ganho de 0,97% na comparação semanal.

Sem que o dólar conseguisse ganhar força no exterior, o petróleo se beneficiou do apetite por risco e de ponderações sobre a oferta da commodity. Segundo o Swisswuote, a Opep+ pode anunciar novo corte produtivo em sua reunião na próxima semana, diante do fraco cenário econômico global. Assim, o WTI para julho fechou em alta de 1,17% (US$ 0,84%), em US$ 72,67 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto, agora mais líquido, teve ganho de 1,05% (US$ 0,80), a US$ 76,98 o barril, na ICE. Na comparação semanal, o WTI avançou 1,37% e o Brent, 1,85%. (Laís Adriana – lais.almeida@estadao.com)

CÂMBIO

O dólar à vista recuou na sessão desta sexta-feira, 26, devolvendo parte da alta de 1,65% ontem, quando houve rearranjo das apostas para o rumo da taxa de juros aqui, após o IPCA-15 de maio, e nos Estados Unidos. A recuperação do real hoje veio no bojo de uma queda da moeda americana em relação a divisas emergentes, em meio ao avanço das commodities e ao aumento do apetite a risco no exterior, na esteira de sinais de progresso nas negociações para ampliação do teto da dívida dos EUA.

Afora uma alta pontual na primeira hora de negócios, quando registrou máxima a R$ 5,0330 o dólar operou com sinal negativo no restante do dia. Após tocar mínima a R$ 4,9802 à tarde, em sintonia com o ambiente mais benigno lá fora, a moeda fechou cotada a R$ 4,9887, em baixa de 0,93%, encerrando a semana com leve desvalorização (-0,14%). Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para junho teve bom giro, acima de US$ 14 bilhões. Operadores relataram internalização de recursos por exportadores e fluxo para ações domésticas.

“Houve uma reação positiva dos mercados hoje aos sinais de resolução do impasse nos Estados Unidos, já que um calote na maior economia do mundo teria impacto global, minando a confiança e a atividade econômica”, afirma o CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, ressaltando que os resultados expressivos das exportações brasileiras têm contribuído para o desempenho do real nas últimas semanas.

Referência do comportamento do dólar frente a seis moedas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY passou a tarde em leve baixa, por volta dos 104,200 pontos, com o mercado monitorando as tratativas em Washington. Na semana, o Dollar Index avança ao redor de 1%. Pela manhã, investidores digeriram dados divergentes sobre inflação nos EUA. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida pelo Federal Reserve, veio acima das estimativas em abril tanto em relação a março quanto na comparação anual. Já as expectativas para a inflação em um ano, segundo pesquisa da Universidade de Michigan, recuaram de 4,6% em abril para 4,2% em maio.

Ferramenta da CME mostra que as chances de alta de 0,25 pontos porcentual da taxa de juros pelo banco central americano em junho, que ontem passaram a ser majoritárias, chegaram a superar 55%. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse hoje a inflação ainda é “muito alta” e que “todas as opções estão na mesa” para o encontro da autoridade monetária no mês que vem. O resultado do PCE, observou Mester, sinaliza que o Fed ainda tem trabalho a fazer, embora o ciclo de aperto já esteja perto do fim.

Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, com uma resolução para a questão do teto da dívida, o dólar pode voltar cair frente a pares fortes, dada a perspectiva de desaceleração da economia americana nos próximos meses. Mesmo que opte por não elevar os juros em 25 pontos-base em junho, o Fed deve manter a política monetária restritiva por mais tempo, o que já começa a ser ‘precificado’ pelo mercado.

“O dólar tende a ficar mais fraco lá fora, o que pode levar fluxo para emergentes, beneficiando a nossa moeda. O dólar pode continuar abaixo de R$ 5,00 no mercado local. Uma queda maior depende de sinais de que o governo vai conseguir as receitas para cumprir as metas fiscais”, diz Velho, ressaltando que uma redução da taxa Selic a partir de agosto ou setembro, embora reduza o diferencial de juros interno e externo, pode beneficiar o real ao atrair recursos para a bolsa doméstica.

Ontem, além do IPCA-15 abaixo do esperado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adotou um tom mais brando ao dizer que o “cenário está melhor” e classificar a votação do novo arcabouço fiscal na Câmara como “estrondosa”.

Pela manhã, o Banco Central informou que o resultado das transações correntes foi negativo em US$ 1,680 bilhão em abril, abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast (-US$ 1,500 bilhão). A mediana apontava superávit de US$ 50 milhões. No ano até abril a conta corrente teve rombo de US$ 13,678 bilhões. Trata-se do menor déficit para o período desde 2017, graças a expressivo superávit comercial. Apesar do número ruim no curto prazo, não há preocupações com as contas externas, dado que o déficit é facilmente financiado por investimentos diretos no país (IDP). (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.98870 -0.9294 5.03300 4.98020

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5002.000 -0.77366 5036.500 4982.500

DOLAR COMERCIAL 5030.000 -0.38618 5061.500 5012.000

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MERCADO VÊ CORTE DA SELIC EM AGOSTO E TAXA DE 1 DÍGITO EM 2024 APÓS IPCA-15 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/mercado-ve-corte-da-selic-em-agosto-e-taxa-de-1-digito-em-2024-apos-ipca-15/ Fri, 26 May 2023 14:05:59 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007603 O mercado de renda fixa deu extensão na tarde desta quinta-feira ao alívio visto desde a manhã. Os gatilhos foram os dados mais fracos do que o previsto do IPCA-15 e a perspectiva de aprovação célere do arcabouço fiscal no Senado, mas, na segunda etapa, falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deram força adicional à queda das taxas. À GloboNews, ele pontuou a surpresa com preços em vestuário e núcleos, embora tenha destacado que a “inflação tem melhorado em um ritmo lento”. Salientou que, apesar da desinflação mais lenta, há sinais positivos à frente. Foram as senhas para o mercado consolidar a aposta em corte de Selic em agosto, agora na ordem de quase 70%. Os agentes também passaram a precificar taxa básica de um dígito no final de 2024. O DI para janeiro de 2024, a 13,185% no fechamento, girou quase 2 milhões de contratos. Já o janeiro 2027 (11,025%) cedeu ao menor nível desde abril do ano passado. A perspectiva de juros mais baixos no País deu suporte à compra de ações, com o Ibovespa retomando a linha dos 110 mil pontos. No fechamento, o índice marcava 110.054,38 pontos, elevação de 1,15%. No câmbio, a possibilidade de cortes da Selic se juntou ao fortalecimento do dólar no mercado internacional, levando de volta a moeda americana à casa de R$ 5. No segmento à vista, a divisa subiu 1,65%, aos R$ 5,0355. O pano de fundo é a menor atratividade das operações ‘carry trade’ em meio a um processo de reprecificação de juros nos Estados Unidos após dados fortes de atividade. As chances de o Fed subir juros em 25 pontos-base em junho se tornaram majoritárias, conforme monitoramento do CME Group e o índice DXY teve elevação a 104,251 pontos (+0,35%). A despeito disso, os índices Nasdaq e S&P 500 tiveram alta (1,71% e 0,88%), com o salto da Nvidia (+24,37%). O Dow Jones teve queda suave, de 0,11%. No radar, segue o impasse do teto da dívida dos Estados Unidos, mais monitorado hoje do que formador de preço.

•JUROS

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

O IPCA-15 de maio melhor do que o esperado renovou o fôlego de queda dos juros futuros, animando as perspectivas do mercado sobre o ciclo de redução da Selic, uma vez também aprovado o texto do novo arcabouço na Câmara, que diminui a incerteza sobre o quadro fiscal. As apostas de que o processo de alívio monetário terá início no Copom de agosto cresceram e se tornaram majoritárias e a precificação da curva já aponta taxa básica em um dígito no fim de 2024. Declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à GloboNews à tarde, reconhecendo a surpresa positiva da inflação, endossaram a devolução nos prêmios de risco. Embora o destaque hoje tenha sido a ponta curta, o fechamento das taxas foi generalizado, completando o terceiro dia consecutivo de baixa.

Com giro explosivo de quase 2 milhões, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,185%, de 13,268% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,62% para 11,47%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,02%, de 11,13% ontem, e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 11,36%, de 11,44%.

Com o IPCA-15 de maio divulgado no início da sessão, as taxas cediam já na largada dos negócios e o recuo foi ganhando corpo ao longo do dia, na medida em que os analistas se aprofundavam sobre os preços de abertura, com destaque para a desaceleração da inflação subjacente, núcleos e serviços. Ao contrário da aceleração prevista, para 0,65%, segundo a mediana da pesquisa do Projeções Broadcast, o IPCA-15 arrefeceu para 0,51%, ante 0,57% em abril. É a menor variação desde outubro de 2022 (0,16%). Em 12 meses, desacelerou de 4,16% para 4,07%. Além do índice cheio ficar perto do piso das estimativas, que iam de 0,48% a 0,72%.

“Não foi só pelo headline, mas a composição como um todo. No desagregado, o que foi ruim era já esperado e que foi bom superou as expectativas”, afirmou Rafael Rondinelli, economista do Banco Modal, citando como exemplo para cada um desses casos os segmentos de Alimentos & Bebidas e Transporte, respectivamente.

A leitura dos analistas é de que a inflação, após a pressão de abril, retomou o ritmo de desaceleração, que deve prosseguir no IPCA de maio em junho com a entrada dos efeitos dos reajustes em baixa nos preços da Petrobras anunciados no dia 16, que devem compensar a nova alíquota “ad rem” do ICMS, que passará a valer a partir do próximo dia 1º. Em julho, porém, o ritmo de desinflação pode voltar a ser interrompido pelo impacto da reoneração integral do PIS/Cofins sobre combustíveis.

À GloboNews, Campos Neto reconheceu que o índice veio de fato melhor, com uma grande surpresa em vestuário e núcleos um pouco melhores. “A inflação tem melhorado em um ritmo lento”, ponderou. O presidente da autarquia afirmou, porém, que apesar da desinflação mais lenta há sinais positivos à frente. Citou a parte hídrica, com melhora no cenário de energia, e os alimentos, com queda das commodities no atacado, que em breve deve chegar ao varejo, além do crescimento global em desaceleração.

Exaltou ainda a votação do arcabouço fiscal na Câmara, classificando como “estrondosa”, e destacou que ao longo do “processo” os juros longos já caíram “bastante”. “Taxa de juros longas já caíram bastante, quase 2% nos últimos meses.” Após três sessões de queda, as taxas longas hoje fecharam no patamares mais baixo em mais de um ano. A do DI para janeiro de 2027, a 11,02%, é a menor desde 4/4/2022 (10,83%). O desempenho da curva local hoje foi totalmente na contramão dos Treasuries, cujos rendimentos saltaram em meio ao aumento das apostas de nova elevação de juros pelo Federal Reserve na reunião de junho.

Questionado sobre se, no atual contexto, a queda da taxa Selic era uma questão de quando, Campos Neto desconversou e repetiu que é apenas um voto de nove no colegiado. De todo modo, na curva do DI, os 17 pontos-base de queda precificados para o Copom de agosto representam 68% de probabilidade de corte de 25 pontos na Selic ante 32% de chance de manutenção nos atuais 13,75%. Até ontem, o quadro estava dividido, com cerca de 50% de chance para cada lado. Para o fim de 2023, a projeção é de 12,23% e para o fim de 2024, de 9,88%.

O texto do arcabouço fiscal aprovado na Câmara e a surpresa positiva com a inflação pavimentaram o caminho para o Tesouro elevar fortemente a oferta de prefixados no leilão, após a bem sucedida oferta de NTN-B na terça-feira. Foram 19 milhões de LTN e 2,5 milhões de NTN-F absorvidos integralmente. O risco para o mercado, de US$ 855 mil, surpreendeu. “Vemos espaço para uma oferta em torno de U$ 700 mil, como foi a de 15 dias atrás”, pontuava Luis Felipe Laudisio dos Santos, da Mesa de Títulos Públicos da Warren Rena, em comentário enviado antes da abertura do mercado. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

BOLSA

Interrompendo sequência de três perdas – uma pausa relativamente curta, intercalada a 11 ganhos nas 12 sessões anteriores à leve realização de lucros -, o Ibovespa ficou perto de neutralizar o efeito do ajuste ao subir hoje 1,15%, a 110.054,38 pontos, em dia de recuperação de apetite por risco em Nova York. Por lá, os ganhos chegaram a 1,71% (Nasdaq) no fechamento desta quinta-feira, apesar da pendência de solução para o aumento do teto da dívida nos Estados Unidos, com a aproximação da data-limite para evitar default, daqui a uma semana, no início de junho.

Hoje, prevaleceu em Wall Street o otimismo em torno das estratégias de inteligência artificial, o que foi decisivo para o desempenho robusto da Nvidia e das ações de big techs, impulsionando a alta dos índices S&P 500 (+0,88%) e Nasdaq na sessão.

Na B3, o giro financeiro subiu para R$ 27,5 bilhões nesta quinta-feira, em que o Ibovespa oscilou entre mínima de 108.799,60, da abertura, e máxima de 111.114,53. Na semana, o índice da B3 ainda cede 0,62%, mas avança 5,38% no mês e volta ao positivo no ano (+0,29%), após ter oscilado ontem a terreno de contração.

“De meados de 2021 a 2023, no intervalo aproximado de dois anos, o Ibovespa acumulou uma retração de cerca de 25%, muito descontado, antecipando então uma deterioração das condições macro. Saiu de 130 mil para menos de 100 mil, nos piores momentos. O mercado antecipa, e agora o movimento é de descompressão na curva de juros, com percepção mais favorável sobre a condução do fiscal, e projeções melhores para inflação e para o custo de crédito, no segundo semestre”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos.

“Os investidores internacionais se mostraram mais predispostos [a compras] do que antecipávamos, com o argumento de que os ‘valuations’ no Brasil estão mais atrativos em comparação a outros mercados emergentes, e que o Brasil tende a ter bom desempenho quando houver mais clareza sobre cortes nas taxas de juros”, aponta o Itaú BBA em relatório sobre ações brasileiras, divulgado nesta quinta-feira.

No texto, a equipe de análise menciona processo em curso no mercado, de rotação de ações, que tende a prosseguir, com interesse maior por nomes domésticos de “Beta alto”, mais voláteis – costumam amplificar a respectiva variação ante referência como o Ibovespa -, e percepção mais cautelosa para commodities, em geral.

As conclusões do relatório do Itaú BBA foram tiradas de conferência realizada entre os dias 9 e 11 deste mês, com a participação de 501 investidores institucionais, de 218 instituições, dos quais 30% eram brasileiros e 70%, internacionais.

Em linha com essa percepção menos favorável a commodities, o minério de ferro mostrou forte correção pelo terceiro dia seguido em Dalian, na China, refletindo as incertezas sobre a demanda no país asiático, mas Vale ON, já muito descontada (em queda de 6,30% na semana, de 10,43% no mês e de 25,43% no ano), conseguiu mostrar movimento discreto na sessão, em baixa de 0,31% no fechamento, a R$ 64,85.

Com o Brent e o WTI em queda de cerca de 3% na sessão, Petrobras ON e PN cederam, respectivamente, 0,74% e 0,75% nesta quinta-feira. Além de Vale, o dia também foi negativo para outros nomes do setor metálico, como CSN (ON -2,30%).

Entre as ações de maior peso e liquidez no Ibovespa, destaque positivo para o setor financeiro, em especial Bradesco (PN +3,60%) e Itaú (PN +3,14%) – exceção entre as grandes instituições para Santander (Unit -1,02%). Na ponta do índice da B3, destaque para Hapvida (+10,99%), MRV (+10,33%), Via (+7,76%), Locaweb (+7,47%) e Azul (+6,19%). No lado oposto, CVC (-4,63%), Braskem (-2,87%) e 3R Petroleum (-2,53%), além de CSN. (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110054.38 1.15335

Máxima 111114.53 +2.13

Mínima 108799.60 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.74B

Volume (US$ Bilhões) 5.49B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110650 0.72368

Máxima 111880 +1.84

Mínima 110275 +0.38

CÂMBIO

O dólar à vista subiu com força no mercado doméstico e voltou a fechar acima de R$ 5,00 pela primeira vez desde 8 de maio. O dia foi marcado por uma onda de fortalecimento global da moeda americana. Ao impasse em torno do aumento do teto da dívida dos EUA, que precisa ter um desenlace até 1º de junho para afastar o risco de calote, somou-se hoje o aumento das chances de nova alta de juros pelo Federal Reserve.

O real apresentou o segundo pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes, atrás apenas do rand sul-africano, com perdas superiores a 2%. Analistas atribuem a fraca performance relativa da moeda brasileira ao aumento das apostas de corte da Selic já em agosto, na esteira da desaceleração mais forte que a esperada do IPCA-15 e de declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à tarde.

A combinação de possibilidade de postura dura do BC americano com cortes da Selic reduz o diferencial de juros interno e externo – o que tende a diminuir a atratividade das operações ‘carry trade’. Operadores afirmam que fundos locais correram para reverter operações vendidas em dólar, na tentativa de limitar prejuízos, o que contribuiu para turbinar os ganhos da moeda americana por aqui.

Com máxima a R$ 5,0443 (+1,82%), justamente em meio à fala de Campos Neto, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 25, em alta de 1,65%, cotado a R$ 5,0355 – maior valor de fechamento desde 2 de maio (R$ 5,0467). Após a arrancada de hoje, a divisa passou a acumular avanço de 0,79% na semana e de 0,96% no mês. No ano, a moeda ainda tem desvalorização de 4,63%. Principal termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para junho teve giro forte, acima de US$ 16 bilhões.

O IPCA-15 desacelerou de 0,57% em abril para 0,51% em maio, bem abaixo da mediana da pesquisa do Projeções Broadcast (+0,65%) e perto do piso das estimativas (0,48%). Economistas ressaltaram a desaceleração de núcleos e de serviços. À tarde, Campos Neto disse que o IPCA-15 foi de fato positivo, com “núcleos melhores” e comentou a possibilidade de que a queda da inflação de alimentos no atacado se espraie para o varejo “daqui a pouco”.

O presidente do BC, como de praxe, desconversou quando questionado a respeito de eventual início de corte da taxa Selic, ao dizer que é “um voto em 9”, em referência à composição do Comitê de Política Monetária (Copom). Em afago ao governo, Campos Neto disse que a aprovação do arcabouço fiscal, com votação “estrondosa”, diminuiu o risco de descontrole das contas públicas e pode influenciar na formação das expectativas de inflação. No mercado de juros futuros, as apostas em corte da taxa Selic em agosto se tornaram majoritárias.

“A leitura do mercado sobre o IPCA-15 é que abre a porta para que o Banco Central assuma um tom menos duro e possa iniciar o processo de queda dos juros em algum momento mais à frente. E isso pode diminuir o ‘carry da moeda”, afirma o gestor Bruno Martins, sócio da Armor Capital, ao comentar o desempenho ruim do real em relação a seus pares.

Segundo Martins, pode estar sendo desfeito hoje uma operação bastante “popular entre gestores de multimercados”, que combina venda de índice futuro de Ibovespa e de dólar futuro. Isso ajudaria a explicar o movimento simultâneo de alta expressiva da Bolsa e forte depreciação do real.

O gestor da Armor ressalta que a “posição técnica” do mercado “não era boa”, dado que os fundos locais haviam aumentado muito nas últimas semanas as posições “vendidas” em dólar, que atingiram US$ 6,6 bilhões ontem. “A performance ruim do real é por conta de uma soma de fatores, como inflação baixa e posição técnica ruim”, afirma Martins.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes – superou a linha dos 104 mil pontos, algo não visto desde meados de março. O euro foi pressionado pela queda de 0,3% do PIB da Alemanha no primeiro trimestre na margem, o que colocou a maior economia da Europa tecnicamente em recessão.

Nos EUA, o Departamento de Comércio informou pela manhã revisão do crescimento do PIB americano para 1,3% no primeiro trimestre (taxa anualizada). O resultado ficou acima da estimativa inicial, de 1,1%, embora tenha superado projeções de analistas (1,6%). O índice de preços de gastos de consumo (PCE) também foi revisado para cima. Monitoramento da CME mostra que as chances de uma alta de 25 pontos-base na reunião do Fed em junho passaram a ser majoritárias. Investidores já mostram menos convicção de que possa haver corte dos juros ainda neste ano.

“Embora o IPCA-15 tenha vindo abaixo das expectativas, o que acaba impactando toda a curva de juros e o câmbio, muito do movimento de alta do dólar hoje está ligado ao exterior. Não é um movimento independente”, afirma o líder de alocação da Manchester Investimentos, Rodrigo Ferreira. (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.03550 1.6451 5.04430 4.94570

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5041.000 1.51027 5049.000 4950.000

DOLAR COMERCIAL 5049.500 1.13158 5060.000 4981.500

MERCADOS INTERNACIONAIS

A euforia diante do otimismo com estratégias de inteligência artificial manteve o desempenho robusto da Nvidia e de big techs americanas em Wall Street, impulsionando alta forte dos índices S&P e Nasdaq. Dow Jones, porém, permaneceu pressionado pelas incertezas macroeconômicas, com o prolongamento do impasse sobre o teto da dívida e apostas majoritárias para novo aperto monetário do Federal Reserve (Fed) em junho. Este cenário incentivou o avanço dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior, em detrimento de commodities. Acumulando também incertezas sobre oferta e demanda global, o petróleo teve perdas acentuadas e recuou cerca de 3%.

Nesta tarde, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a comentar sobre o andamento das negociações do teto da dívida. Biden garantiu que democratas e republicanos discutem ajustes orçamentários, não sobre a possibilidade de inadimplência, algo que está fora de questão, na visão dele. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, também ressaltou hoje que as negociações estão avançando e que, mesmo com pontos de entrave, sua equipe irá trabalhar de forma incansável 24 horas por dia até que o acordo seja finalizado.

Os comentários renovaram o fôlego em Wall Street, reduzindo parte da perdas do Dow Jones e elevando ganhos dos índices S&P e Nasdaq. Estes últimos já eram suportados desde o início do pregão pelo otimismo com estratégias de inteligência artificial (IA). No fechamento, o índice Dow Jones recuou 0,11%, o S&P 500 subiu 0,88% e o Nasdaq ganhou 1,71%. Entre as ações de destaque, a Nvidia saltou 24,37%, apoiando outras produtoras de semicondutores – como a Advanced Micro Devices (+11,17%) e a Micron (+4,63%) – após reportar resultados fortes no primeiro trimestre e oferecer guidance positivo, envolvendo IA. Assim, as big techs Microsoft, Alphabet e Meta também subiram 3,85%, 2,13% e 1,40%, respectivamente. Por outro lado, a Intel recuou 5,52%, desempenho negativo pode ter sido apoiado pela alta das rivais do setor de semicondutores, conforme especulações de operadores do mercado.

Contudo, o cenário geral ainda era de preocupações com o teto da dívida e macroeconomia dos EUA. Segundo a Bloomberg, a Moody’s alertou que um pagamento de juros sobre títulos do Tesouro americano até meados de junho será crítico para manter o rating AAA do país. O aviso ocorre um dia depois da Fitch colocar o rating AAA soberano dos EUA em observação negativa, alegando que o impasse sobre o teto da dívida enfraquece a governança da maior economia do planeta. Neste ambiente, o Credit Default Swap (CDS) de 1 ano dos Estados Unidos, uma espécie de seguro contra o calote do governo, voltou a avançar e subia 4,36%, a 163,2 pontos-base, segundo monitoramento do FactSet. Analista da Oanda, Edward Moya avalia que os mercados deveriam ficar mais nervosos conforme se aproxima a data limite para esgotamento dos recursos financeiros do Tesouro.

Ainda no radar, a revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA na segunda leitura no primeiro trimestre, somados à resiliência do mercado de trabalho americano, reforçaram expectativas por mais aperto monetário do Fed. Em relatório, o Citi sinaliza que os dados suportam suas projeções de aumentos de 25 pontos-base em junho e julho para controlar a inflação. Durante o dia, a plataforma de monitoramento do CME Group mostrou avanço nas chances de nova alta de 25 pb em junho (48,2% por volta das 17h45).

A expectativa de maior aperto monetário impulsionou os rendimentos dos Treasuries e o dólar ante outras divisas. Por volta das 17 horas (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,521%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,812% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,990%. No horário citado, o dólar avançava a 140,19 ienes, o euro recuava a US$ 1,0721 e a libra tinha baixa a US$ 1,2317. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho de 0,35%, a 104,251 pontos.

Com a força do dólar, os mercados de metais preciosos e energia foram pressionados. O petróleo, em especial, também foi abalado por preocupações de demanda após o recuo no PIB da Alemanha pelo segundo trimestre seguido – o que caracteriza recessão – e por preocupações quando a reabertura da China – ameaçada por uma nova onda de covid-19 no país. Além disso, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, indicou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode não renovar cortes produtivos em sua próxima reunião. Assim, o WTI para julho fechou em queda de 3,38% (US$ 2,51) a US$ 71,83 por barril, e o Brent para o mesmo mês caiu 2,68% (US$ 2,10), a US$ 76,26 por barril. Novak, contudo, teria voltado atrás em suas declarações após o petróleo fechar em queda acentuada, de acordo com traders.(Laís Adriana – lais.almeida@estadao.com)

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MERCADO VÊ JURO ESTÁVEL NOS EUA EM JUNHO APÓS ATA, MAS IMPASSE DO TETO BRECA ALÍVIO https://www.brokerbrasilcambio.com.br/mercado-ve-juro-estavel-nos-eua-em-junho-apos-ata-mas-impasse-do-teto-breca-alivio/ Thu, 25 May 2023 13:50:19 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007598 Embora a ata do Federal Reserve tenha mostrado uma crescente divergência no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) a respeito dos próximos passos da política monetária nos Estados Unidos, o investidor ampliou a aposta na manutenção dos Fed Funds na faixa de 5%-5,25% na reunião de junho. No mercado, espera-se que a maioria do Fomc siga a opinião do presidente do Fed, Jerome Powell, aparentemente mais inclinada a uma pausa no aperto monetário. A ferramenta de monitoramento do CME Group apontava 70% de chance de manutenção dos juros e 30% de elevação de 25 pontos-base, de 65% a 35% antes da divulgação do texto. Mas o mercado não conseguiu incorporar esta percepção de alívio aos preços. O principal fator a barrar uma melhora é o contínuo impasse em torno da extensão do teto da dívida americana. A uma semana de expirar o prazo dado pelo Tesouro, os progressos seguem a passos lentos. A Casa Branca vê que o impasse ocorre por interesses políticos, enquanto a oposição republicana diz que os democratas têm de entender que “gastam demais”. Assim, as bolsas de Nova York terminaram em queda – de 0,77% o Dow Jones, de 0,73% do S&P 500 e de 0,61% do Nasdaq. Aqui no Brasil, nem mesmo a aprovação célere do arcabouço fiscal no Câmara na noite de ontem, com regras um pouco mais duras para 2024 do que o anteriormente proposto, fez o Ibovespa se desgarrar da cautela externa. O índice terminou o dia aos 108.799,54 pontos, queda de 1,03%. Nos juros futuros e no câmbio, o alívio visto mais cedo se manteve. O DI para janeiro de 2027 cedeu aos 11,14% e o dólar à vista recuou a R$ 4,9540, baixa de 0,37%.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

O mercado ampliou a aposta por manutenção dos juros nos Estados Unidos em junho, embora a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) tenha exposto a crescente divergência entre dirigentes sobre os próximos passos. A sinalização de que a inflação segue “inaceitavelmente alta” contribuiu para o avanço dos rendimentos dos Treasuries, mas a reação do mercado ao documento, no geral, foi marginal. Até porque o foco segue nas ainda travadas negociações pelo teto da dívida americana, que pressionaram as bolsas de Nova York e ampliaram a demanda pela segurança do dólar. Mas essa cautela foi insuficiente para impedir o petróleo de subir quase 2%, após acentuado tombo nos estoques da maior economia do planeta.

Duas grandes linhas de argumentação parecem ter divido o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) na reunião de maio, segundo a ata divulgada hoje. A primeira delas apregoa que mais aperto será necessário para trazer a inflação de volta à meta de 2%, diante de evidências de uma atividade resiliente. Por outro lado, o outro grupo reforça que, se o cenário evoluir conforme as projeções atuais, o Fed poderá encerrar o ciclo de aperto. Mais cedo, o diretor do Fed Christopher Waller expressou apoio a uma nova elevação dos juros.

Apesar disso, o monitoramento do CME Group mostra que o mercado está majoritariamente inclinado à ideia de que alta de maio foi a última. Por volta das 17h, a ferramenta indicava 70,5% de chance de que a taxa siga entre 5,00% e 5,25% no mês que vem, frente a 29,5% de probabilidade de um aumento de 25 pontos-base.

A Capital Economics concorda com a expectativa de investidores. “Um aumento da taxa de juros em julho é uma possibilidade – supondo que o teto da dívida tenha sido elevado até então – mas também é possível que haja mais evidências de queda da inflação e melhora das condições do mercado de trabalho até lá”, avalia.

O Citi, por outro lado, entende que o persistente núcleo da inflação justifica mais dois aumentos de juros de 25 pontos-base, que levariam a taxa dos Fed Funds ao pico entre 5,50% e 5,75%. “A ata ilustra a incerteza fundamental e os diferentes pontos de vista associados sobre o caminho apropriado para novos movimentos da política monetária”, afirma.

Diante das dúvidas, os rendimentos dos Treasuries subiram no final da tarde em Nova York: o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,377%, o da T-note de 10 anos aumentava a 3,733% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 3,977%.

O movimento reverteu a pressão que o impasse do teto vinha impondo sobre os prêmios dos títulos públicos, em mais um dia de negociações travadas. O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, reconheceu que houve “progressos” nas discussões, mas reforçou críticas à agenda de expansionismo fiscal da Casa Branca. Já há democratas que defendem que o presidente Joe Biden aumente o limite da dívida sem aval do Congresso, uma alternativa que potencialmente poderia ser contestada na Justiça.

Com prazo de junho estimado pelo Departamento do Tesouro para o esgotamento dos recursos à vista, operadores se desfizeram de ações e foram em busca da segurança do dólar. No ajuste de fechamento, o índice Dow Jones caiu 0,77%, a 32.799,92 pontos; o S&P 500 perdeu 0,73%, a 4.115,24 pontos; e o Nasdaq baixou 0,61%, a 12.484,16 pontos. “Todo mundo já viu esse filme [do teto] antes e agora estamos finalmente começando a ver algum estresse no mercado, à medida que as negociações sobre o teto da dívida permanecem em um impasse”, afirma o analista Edward Moya, da Oanda.

No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, fechou em alta de 0,39%, a 103,887 pontos. No horário em questão, a libra recuava a US$ 1,2364, depois que a aceleração do núcleo da inflação ao consumidor (CPI) no Reino Unido ampliou a pressão para que o Banco da Inglaterra (BoE) continue subindo juros. O TD Securities espera mais duas elevações, ao pico de 5%. “Os riscos de novas altas após agosto permanecem sobre a mesa, caso os dados de inflação e emprego não esfriem”, avalia.

Entre emergentes, o chamado dólar blue avançou a 493 pesos argentinos no mercado paralelo, conforme levantamento do Âmbito Financeiro. Ontem, o governo do país latino-americano anunciou mais uma série de controles cambiais, com objetivo de estancar o recente esgotamento das reservas internacionais.

O dólar mais fraco, contudo, não dificultou a trajetória do petróleo, que se beneficiou do tombo de 12 milhões de barris nos estoques americanos na semana passada. O barril do WTI para julho aumentou 1,96%, a US$ 74,34, e o do Brent para igual mês subiu 1,98%, a US$ 78,36. (André Marinho – andre.marinho@estadao.com)

BOLSA

Reconectado à cautela externa, o Ibovespa não acompanhou hoje a melhora adicional no câmbio e nos juros futuros após a aguardada aprovação, com folga, do arcabouço fiscal no fim da noite de ontem, na Câmara dos Deputados. Tendo mostrado, recentemente, descolamento das preocupações em torno da elevação do teto da dívida americana – ainda em impasse -, o índice da B3, como ontem, firmou-se em baixa, estendendo moderada realização de lucros pela terceira sessão consecutiva. Contudo, sem se distanciar muito da marca dos 110 mil, que havia assegurado nos três fechamentos entre os dias 18 e 22 de maio.

Nesta quarta-feira, o Ibovespa oscilou entre mínima de 108.546,09 (-1,26%) e máxima de 109.919,92 pontos, correspondente à abertura, para fechar a sessão em baixa de 1,03%, aos 108.799,54 pontos. O giro voltou a se suavizar, a R$ 23,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa recua 1,76%, moderando os ganhos do mês a 4,18%. Com o desempenho de hoje, volta a terreno negativo no ano, em baixa de 0,85%.

Com a preocupação persistente em torno da elevação do teto da dívida americana, e a aproximação do prazo final de 1º de junho para evitar default, a ata da mais recente reunião do Federal Reserve, divulgada à tarde, acabou sendo recebida quase como um não evento pelos investidores.

Alguns dirigentes do Fed enfatizaram ser crucial indicar que a linguagem utilizada no comunicado sobre a mais recente reunião não deve ser interpretada como sinal de que reduções nos juros são prováveis este ano – ou que novos aumentos nas taxas de juros tenham sido descartados. Segundo a ata, os participantes da reunião, em geral, expressaram incerteza quanto ao grau de aperto que pode ser ainda apropriado à política monetária dos Estados Unidos.

“A ata da reunião reforça a visão de que as decisões da autoridade monetária sobre a taxa de juros serão feitas de reunião em reunião, a depender da evolução dos dados de inflação, atividade econômica e mercado”, aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. “Como ainda há riscos altistas [para a inflação], muitos participantes sinalizam a importância de deixar a opção de novas altas [nos juros] em aberto”, acrescenta o economista, observando que a taxa de juros americana deve permanecer no pico “por um bom tempo até que a inflação dê sinais de convergência para a meta de longo prazo, de 2% ao ano.”

Também no foco da atenção global nesta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, disse hoje que acredita “firmemente” na resolução da disputa, apesar da persistência de divergências com o governo democrata. Segundo ele, há chance de “progresso” nas negociações, ainda nesta quarta-feira. Mesmo com o voto de confiança dado pelo líder republicano, os índices de ações em Nova York buscaram mínimas da sessão, mas depois mostraram alguma acomodação, com perdas em torno de 0,8% no meio da tarde. No fechamento do dia, Dow Jones cedia 0,77%, S&P 500, 0,73%, e Nasdaq, 0,61%.

“O Ibovespa vinha em recuperação linear, olhando para os 110 mil pontos como uma área de descanso. A cautela externa se estende às commodities, a que nossa Bolsa tem grande exposição, com o minério em queda mais forte nas últimas sessões, refletindo incertezas sobre a demanda chinesa, além das questões sobre a dívida nos Estados Unidos. Assim, há uma realização de lucros natural, acompanhando o exterior, após o Ibovespa ter avançado mesmo quebrando a correlação com índices de fora – e agora há um ajuste, um realinhamento”, diz Rodrigo Ferreira, líder de alocação da Manchester Investimentos.

“Ambiente externo um pouco mais complicado com a aproximação da data-limite para evitar default nos Estados Unidos, e o Ibovespa emendando agora perdas, após ter vindo de uma sequência muito boa, em que chegou a registrar 10 altas em 11 pregões, devolvendo no momento um pouco desses ganhos. Mercado se mantém apreensivo enquanto não vem uma solução para o teto da dívida nos Estados Unidos, o que prevaleceu hoje na Bolsa, acima da aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, em Brasília”, diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

Ainda assim, o Ibovespa pôde contar, como fator mitigador de perdas na sessão, com o bom desempenho das ações de Petrobras (ON +1,09%, PN +1,52%), embora um pouco defasado em relação ao avanço perto de 2% para os barris do Brent e do WTI nesta quarta-feira, após dados semanais que mostraram queda forte nos estoques dos Estados Unidos, divulgados ainda pela manhã.

Entre as ações e os setores de maior peso e liquidez na B3, as perdas entre os grandes bancos chegaram a 3,05% (Bradesco PN) no fechamento, em sessão também ruim para Vale (ON -2,27%) após novo tombo nos preços do minério na China (Dalian), hoje de 4,61%, agora abaixo de US$ 100 por tonelada, a US$ 96,97. Além de Vale, outros nomes do setor metálico sofreram na sessão, com destaque para CSN ON (-3,81%). Na ponta negativa do Ibovespa, CVC (-7,57%), Dexco (-6,40%) e BRF (-5,55%), com Petz (+2,74%), Méliuz (+2,38%) e BB Seguridade (+1,95%) no canto oposto. (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108799.54 -1.02702

Máxima 109919.92 -0.01

Mínima 108546.09 -1.26

Volume (R$ Bilhões) 2.32B

Volume (US$ Bilhões) 4.69B

18:04

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109855 -1.09836

Máxima 111065 -0.01

Mínima 109160 -1.72

JUROS

A aprovação do texto-base do novo arcabouço fiscal na Câmara, mesmo bem antecipada ontem pelo mercado, conseguiu esticar o movimento de queda dos juros futuros nesta quarta-feira, mas já em magnitude comedida. A margem de votos a favor (372) expressiva e ajustes que tornaram o projeto mais conservador permitiram a continuidade da devolução de prêmios na curva, enquanto o mercado também monitorava o exterior e a novela do teto da dívida dos Estados Unidos. Já a ata da reunião do Federal Reserve não chegou a influenciar a curva local.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,26%, de 13,29% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,68% para 11,63%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,14%, de 11,19% ontem, e a do DI para janeiro de 2029 recuou de 11,50% para 11,42%.

Ao contrário de ontem, quando a curva desinclinou, hoje o recuo das taxas se deu em bloco, com curtos, longos e intermediários cedendo mais ou menos na mesma proporção. A votação expressiva na Câmara, de 372 votos ante 257 necessários, deixou no mercado um sentimento positivo para as próximas matérias, embora se saiba que a reforma tributária, a próxima da fila, deverá trazer muito mais dificuldade para o governo.

De todo modo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o placar elástico um bom prognóstico para Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera o sistema tributário e que exige 308 votos favoráveis, portanto, menos do que o alcançado no projeto do marco fiscal. “Nos dá muita confiança de que a reforma tributária é a próxima tarefa a cumprir. O presidente [da Câmara] Arthur Lira deixou muito claro que pretende votar a tributária na Câmara no primeiro semestre, portanto antes do recesso”, disse.

Um dos principais ajustes no texto do arcabouço que agradaram ao mercado foi o de condicionar o cálculo das despesas para 2024 até o limite de 2,5% com base em 70% do aumento da arrecadação, que estava presente no texto original. O parecer do relator Claudio Cajado (PP-BA) permitia o crescimento até 2,5% sem considerar a arrecadação. Está prevista para hoje a votação de destaques ao texto e, concluída esta etapa, segue para apreciação no Senado.

O comportamento da curva reflete ainda a ideia de que, na medida em que as etapas da tramitação do texto no Congresso vão sendo cumpridas, fica mais viável o início do ciclo de queda da Selic, embora se saiba que não há conexão automática entre as duas coisas. Para Ariane Benedito, economista-chefe a Esh capital, a aprovação do marco pode ter influência sobre a política monetária via canal das expectativas, mas é algo também que levará algum tempo. “Caso se concretize a ancoragem, o BC pode dar algum alívio e sinalizar os cortes”, afirmou.

Para o economista André Perfeito, com um texto mais austero do ponto de vista fiscal, é provável que o real se aprecie mais no curto e médio prazo, o que reforça uma perspectiva de inflação mais sob controle, favorecendo a expectativa de queda de juros, já reforçada pela mudança na política de preços da Petrobras. “Tudo isso sugere que o Copom irá de fato iniciar o corte de juros em breve, muito provavelmente no início do segundo semestre.”

No começo da tarde, as taxas chegaram a zerar a queda e, no caso dos longos, a ameaçar uma correção em alta, em sintonia com as máximas dos Treasuries, mas depois voltaram a cair. Ariane Benedito destacou que a curva tem mostrado alguns desvios na rota baixista em meio não só a percepção sobre o quadro internacional, “mais pró-alta de juros”, como também à avaliação de que a leitura qualitativa do processo de desinflação ainda não autoriza tanto otimismo sobre a queda da Selic. “Por mais que estejamos vendo desaceleração, o qualitativo não tem sido satisfatório. Por isso também a direção para a curva não é tão definida”, disse.

Desse modo, as atenções nesta quinta-feira estarão, logo na abertura, voltadas ao IPCA-15 de maio. A mediana das estimativas é de aceleração a 0,65%, ante a taxa de 0,57% em abril, segundo o Projeções Broadcast, puxado especialmente pela aceleração dos preços de alimentação no domicílio. Na abertura do índice, a expectativa dos analistas é de aceleração para a média dos núcleos, dos preços livres e bens industriais, e de arrefecimento em serviços e administrados. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira, 24, em baixa de 0,37%, cotado a R$ 4,9540, na contramão do sinal predominante de alta da moeda americana no exterior, em meio à aversão ao risco desencadeada pelo impasse em torno do aumento do teto da dívida dos EUA. Mais uma vez, houve oscilação bem contida, de pouco mais de três centavos, entre máxima (R$ 4,9678), na abertura, e mínima (R$ 4,9358), ainda pela manhã.

Analistas atribuíram o desempenho do real à aprovação, no fim da noite de ontem, do texto-base do projeto de lei do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados por ampla margem (372 votos a favor, 108 contrários e uma abstenção). A perspectiva é que a proposta seja apreciada rapidamente também pelo Senado. Embora ainda seja alvo de críticas de ala relevante de economistas, por ser ancorado em aumento de receitas, o chamado novo marco fiscal diminui as incertezas sobre a trajetória das contas públicas no curto prazo.

“O mercado recebeu bem a votação favorável ao arcabouço com um número de votos ainda superior ao de aprovação da urgência da matéria”, afirma Bruno Martins, sócio e gestor da Armor Capital. “A boa performance do peso mexicano, principal par do real, também ajudou. No entanto, seguimos nesse ‘range’ entre R$ 4,95 e R$ 5,00”.

Termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para junho teve bom giro, acima de US$ 14 bilhões, o que pode sugerir redução de posições cambiais defensivas. Investidores estrangeiros ainda mantêm estoque ‘comprado’ em dólar relevante, pouco abaixo de US$ 40 bilhões, contado dólar futuro, mini contratos, cupom cambial e swaps.

Dados divulgados pelo Banco Central hoje à tarde mostram que o apetite por ativos domésticos segue baixo. Em maio, até dia 19, o fluxo cambial é negativo em US$ 3,151 bilhões, graças a saídas líquidas de US$ 5,446 bilhões pelo canal financeiro. Pelo comércio exterior, houve entrada líquida de US$ 2,296 bilhões.

“O arcabouço fiscal trouxe um bom humor ao mercado local. Esse pacote agrada e deve funcionar no curto prazo. Os problemas ficam mais para 2026 e 2027”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, para quem a questão fiscal deve agora ficar em segundo plano. “O real ainda é o melhor ativo para ter no Brasil e deve seguir se apreciando”.

O texto final do relator do arcabouço, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), trouxe ajuste de redação, condicionando o aumento de gastos no ano que vem ao crescimento da receita. Na versão original do relatório, o crescimento real da despesa seria de 2,5%, o máximo permitido pela nova regra – o que, segundo cálculos de economistas, abriria brecha para ampliação de R$ 80 bilhões em gastos nos próximos dois anos. Com a mudança no texto, o limite de despesas para 2024 será calculado com base na variação de 70% da receita acumulada em meses até junho deste ano.

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, em especial euro e iene – subiu se aproximou dos 104,000 pontos. A Casa Branca e opositores do partido republicano na Câmara dos Representantes têm até 1º de junho para entrar em acordo sobre a ampliação do teto da dívida e garantir que o Tesouro tenha dinheiro para honrar compromissos.

Divulgada à tarde, a ata do encontro de política monetária do Federal Reserve em maio não trouxe surpresas. Houve alertas para a lentidão do processo de desinflação. Há dúvidas, contudo, sobre o nível apropriado da extensão do processo de alta de juros. Mais uma vez, o BC americano reiterou que não vê espaço para queda da taxa neste ano, como aventado por ala do mercado. Ferramenta da CME mostra que, após a divulgação da ata, as chances de manutenção dos Fed Funds em junho voltaram a superar 70%.

O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, observa que o estresse com o teto da dívida nos EUA provocou uma alta das taxas dos Treasuries e do dólar em relação a divisas emergentes nas últimas semanas. “Mas o real manteve-se relativamente valorizado na vizinhança de R$ 4,95, bem abaixo do valor justo de R$ 5,05 que calculamos para o curto prazo”, afirma, em relatório, Maciel, que vê a queda da volatilidade da taxa de câmbio e a apreciação do real como reflexos do otimismo com o arcabouço fiscal, mesmo “aquém dos modelos ideais”. (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.95400 -0.366 4.96780 4.93580

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4966.000 -0.27111 4972.000 4941.500

DOLAR COMERCIAL 4993.000 -0.23976 4993.000 4971.000

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DI CAI COM EXPECTATIVA POR ARCABOUÇO, ENQUANTO IMPASSE DO TETO DOS EUA TRAZ CAUTELA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/di-cai-com-expectativa-por-arcabouco-enquanto-impasse-do-teto-dos-eua-traz-cautela/ Wed, 24 May 2023 13:24:13 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007593 Na contramão da tendência de cautela vista nos mercados internacionais, e que teve alguma reverberação na sessão local hoje, os juros futuros terminaram a terça-feira em queda. A percepção dos agentes é que a regra deve passar com folga no plenário da Câmara e que o texto pode até ser endurecido frente ao apresentado na semana passada. A previsão é de votação hoje. O relator da matéria, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), falou até em ampliar o placar a favor da proposta. Na atualização do Placar do Arcabouço, feito pelo Broadcast e o Estadão, eram 111 favoráveis à integralidade do texto e 39 parcialmente, enquanto os contrários eram 51. Dos 513 deputados, 256 não quiseram responder. Há aposta também que o arcabouço passe com rapidez no Senado, uma vez que o presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu entregar o marco fiscal ainda neste semestre. Enquanto no Brasil o clima de harmonia parlamentar segue neste momento, o impasse entre os governistas do Partido Democrata e os oposicionistas do Partido Republicano segue nos Estados Unidos. Apesar de novas rodadas de discussões, não há sinal de consenso. Os republicanos agora duvidam das projeções da secretária do Tesouro, Janet Yellen, de que o país ficará sem recursos para honrar obrigações financeiras já em 1° de junho se não houver resolução para o caso. Os Credit Default Swap (CDS) de 1 ano voltaram a subir e as bolsas de Nova York terminaram em queda – Nasdaq cedeu 1,26%, S&P 500 perdeu 1,12% e Dow Jones recuou 0,69%. Aqui no Brasil, o Ibovespa piorou à tarde e não conseguiu reter a linha dos 110 mil pontos. Ao fim, o índice marcava 109.928,53 pontos, queda de 0,26%. No câmbio, por sua vez, o dólar à vista teve leve valorização, de 0,03%, aos R$ 4,9722, em um pregão de margens bastante estreitas. A divisa oscilou apenas cerca de quatro centavos entre a máxima (R$ 4,9938) e a mínima (R$ 4,9510).

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

JUROS

O otimismo sobre a votação do novo arcabouço fiscal na Câmara embalou a queda dos juros futuros nesta terça-feira, atuando com mais força na ponta longa, o que provocou nova redução da inclinação da curva. Sinais de confiança emitidos pelos principais atores envolvidos na tramitação do texto em Brasília e o placar elaborado pelo Estadão/Broadcast indicando aumento na projeção de votos favoráveis deram apoio à devolução de prêmios, acelerada a partir do meio da tarde com a virada para baixo nos juros dos Treasuries.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,30%, de 13,313% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2025 fechou a 11,68%, de 11,73% ontem. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,20%, de 11,33% ontem, e a taxa do DI para janeiro de 2029 caiu de 11,65% para 11,51%.

Até meados da manhã, houve certa volatilidade na curva, com o mercado reticente em montar posições firmes na ponta vendedora, aguardando o desfecho das reuniões que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria com os presidentes da Câmara e Senado e com o relator da proposta do arcabouço, Claudio Cajado (PP-BA). Além disso, o avanço dos rendimentos dos Treasuries segurava o alívio nas taxas locais.

Ainda na etapa matutina o mercado começou a melhorar, quando o Placar do Arcabouço mostrou avanço nos votos a favor de 140 ontem para 149 – no fim da tarde eram 150. Cajado, à GloboNews, disse acreditar que o placar a favor possa ficar igual ou maior ao registrado na votação sobre a urgência do texto na Câmara, que foi de 367 votos. A aprovação do novo marco fiscal precisa dos votos de 257 deputados.

Na medida em que as autoridades manifestavam otimismo e alinhamento sobre o texto no decorrer do dia, a queda das taxas foi se consolidando, especialmente nos vértices longos, mesmo em meio à dúvida sobre se a votação seria hoje ou ficaria para amanhã. No fim da tarde, o relator informou que a votação será ainda hoje. Haddad disse que a reunião “foi boa porque firmou entendimento para votar o marco fiscal e a reforma tributária”. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destacou a interlocução do Executivo com o Congresso, a harmonia entre as duas Casas.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, disse que o mercado buscou se antecipar à votação que, na sua avaliação, deve ser “expressiva”, “com boa margem”. Para ele, se concretizado este cenário, fica a impressão de que o governo deve ter amplo apoio também para outras matérias. “O que não é bem verdade. Deve haver dificuldades, por exemplo, em pautas como a redução de benefícios fiscais”, previu.

Em boa parte do dia, a confiança na votação do arcabouço favoreceu não só os juros como também o real, que era destaque entre seus pares, com o dólar aqui operando na contramão da alta no exterior. À tarde, porém, a moeda americana zerou as perdas com o aumento da aversão ao risco lá fora. Os DIs, contudo, não só se mantiveram em baixa, como ampliaram a queda, na medida em que os yields dos Treasuries passaram a cair. A piora em Wall Street refletiu a falta de progressos na negociação entre a Casa Branca e a Câmara dos Representantes de um acordo para elevação ou suspensão do teto da dívida dos Estados Unidos, que precisa ser fechado até o começo da junho para evitar um calote.

Segundo Rostagno, a melhora na perspectiva de votação do arcabouço também acabou favorecendo os demais trechos, mais ligados à expectativa para a política monetária. “Além disso, teve o IPC-S bem abaixo do esperado, embora muito concentrado na área de Educação, Leitura e Recreação”, disse. O índice desacelerou a 0,45% na terceira quadrissemana de maio, após subir 0,60% na segunda leitura do mês.

Na precificação para a Selic, a curva do DI aponta manutenção dos 13,75% para o Copom de junho e 50% de probabilidade de queda de 0,25 ponto porcentual, para 13,50%, na reunião de agosto. Para o fim de 2023, a curva projetava taxa básica de 12,50% e para o fim de 2024, em 10,13%.

A melhora da percepção fiscal abriu espaço para o Tesouro colocar lote grande de NTN-B no leilão desta terça-feira. A instituição vendeu integralmente a oferta de 2,5 milhões de títulos, com risco para o mercado de 21% maior do que na semana passada, segundo a Warren Rena. Especialista em renda fixa, Alexandre Cabral destacou no Twitter que o volume, de R$ 10,685 bilhões, foi o maior do ano e que o papel para 15/8/2028 foi o único dos três ofertados com taxa em alta em relação ao último leilão. “Muito bom leilão. Tesouro está conseguindo emitir sem esforço”, observou. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

MERCADOS INTERNACIONAIS

O prolongamento do impasse sobre o teto da dívida dos EUA pesou sobre os mercados e impulsionou compras de Credit Default Swap (CDS) do país, apesar das novas rodadas de negociações. As bolsas de Nova York aceleraram queda durante a tarde, após republicanos e democratas sinalizaram persistente divergência sobre o tema. A deterioração no apetite por risco pressionou os rendimentos dos Treasuries e beneficiou o dólar ante rivais, em detrimento de commodities. O petróleo, contudo, ganhou mais de 1% nesta sessão, de olho na possibilidade de aperto em sua cadeia de oferta.

As novas rodadas de negociações entre republicanos e democratas ainda parecem distantes de um acordo capaz de satisfazer ambos os lados. Após reunião com o presidente Joe Biden ontem, o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, revelou em reunião fechada do partido republicano que manteve a exigência de cortes nos gastos públicos para elevar a dívida, segundo o Punchbowl News. O veículo também apurou que republicanos questionam o prazo estipulado pelo Departamento do Tesouro americano para esgotamento dos recursos em junho, quando o país ficaria impossibilitado de cumprir obrigações financeiras.

Em coletiva, a Casa Branca rebateu críticas de republicanos e alertou que a falta de um acordo pode reverter progressos econômicos americanos. O governo Biden afirmou que não é possível dar uma data para acordo sobre o teto, embora o presidente e McCarthy concordem que um calote da dívida está “fora de cogitação”. Ao Punchbowl, McCarthy observou que ambos os lados estão cientes de que o acordo precisaria de 72 horas de tramitação na Câmara antes de ser votado.

De acordo com reportagem do Washington Post, o Tesouro americano já está sondando entre agências federais a possibilidade de adiar alguns pagamentos para conservar recursos e prevenir um calote. Este contexto de impasse e proximidade da data limite estipulada elevou em 2,57 pontos-base o CDS dos EUA de 12 meses, ao nível de 145,13 pontos-base, conforme dados da FactSet. O ativo funciona como uma espécie de seguro contra inadimplência.

O impasse sobre o teto da dívida pesou sobre os mercados acionários. Para a Oanda, os negócios foram afetados ainda por dados macroeconômicos dos EUA que renovaram temores de que o processo de desinflação pode enfrentar dificuldades. Hoje, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços avançou de 53,6 para 55,1 na leitura preliminar de maio, demonstrando a resiliência do setor, avalia o Citi. Tudo somado, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,69%, o S&P 500 caiu 1,12% e o Nasdaq recuou 1,26%.

Na contramão, o setor bancário apresentou viés positivo, com destaque para o avanço do PacWest (+ 7,74%), ainda em resposta ao anúncio de venda de empréstimos. Já a Chevron subiu 2,89%, diante da alta do petróleo e à medida que investidores digeriam notícia sobre aquisição da rival PDC Energy.

Em relatório, o BMO analisa que um acordo sobre a dívida dos EUA até a próxima semana poderia eliminar o risco de calote, o que incentivaria alta no mercado de ações. O efeito, porém, não seria claro para a curva dos juros dos Treasuries. Nesta sessão, os rendimentos recuaram e, no horário citado, a T-note de 2 anos caía a 4,346%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,703% e o do T-bond de 30 anos diminuía a 3,954%. Investidores também permanecem em compasso de espera pela ata da última reunião monetária do Federal Reserve (Fed) amanhã, 24. Ainda no radar, a plataforma de monitoramento do CME Group aponta expansão nas expectativas (32,7%) por elevação de 25 pontos-base nos juros em junho pelo BC americano, embora a chance de manutenção permaneça cotada como majoritária (67,3%).

O cenário de cautela beneficiou a alta do dólar ante boa parte das divisas globais No horário citado, o dólar subia a 138,58 ienes, o euro caía a US$ 1,0770 e a libra tinha baixa a US$ 1,2413. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho de 0,28%, a 103,488 pontos.

Apesar da força do dólar no exterior, o petróleo conseguiu avançar mais de 1% nesta sessão, após o ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, alertar sobre a possibilidade de novos cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em junho. Assim, o petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,19% (US$ 0,86), em US$ 72,91 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês subiu 1,12% (US$ 0,85), a US$ 76,84 o barril, na ICE. (Laís Adriana – lais.almeida@estadao.com)

BOLSA

O Ibovespa piorou à tarde e não conseguiu reter a linha dos 111 mil pontos – vista no intradia pela terceira sessão seguida -, tendo lutado em parte do dia contra o sinal externo, negativo, mirando nos melhores momentos o maior nível de encerramento desde 1º de fevereiro, então aos 112 mil.

Hoje, entre piso de 109.713,06 (-0,45%) e máxima de 111.324,70 pontos, o índice acompanhou Nova York nas mínimas do dia no meio da tarde, e fechou em baixa de 0,26%, aos 109.928,53 pontos. O giro subiu a R$ 24,3 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa cede agora 0,74%, mas ainda avança 5,26% no mês e 0,18% no ano.

Entre as ações de maior peso e liquidez, as da Petrobras (ON +2,08%, PN +2,46%) e dos grandes bancos (BB ON +2,35%, Bradesco PN +0,82%) foram o contraponto ao efeito de Vale (ON -2,26%) na sessão, refletindo queda de quase 3% do minério na China (Dalian), no limiar de US$ 100 por tonelada, em meio a dúvidas sobre a demanda.

Na ponta do índice, destaque para Suzano (+1,51%), além de Banco do Brasil e das duas ações da Petrobras, que lideraram os ganhos no fechamento. No canto oposto, BRF (-4,91%), com o “estado de emergência zoossanitária” em todo o território nacional por 180 dias, por gripe aviária, o que afetou também as ações de outros frigoríficos, como Marfrig (-5,18%), maior queda na sessão. Destaque também na ponta perdedora para CVC (-5,00%), Usiminas (-4,46%) e Magazine Luiza (-3,68%).

O “estado de emergência” foi decretado ontem pelo Ministério da Agricultura para monitorar casos de infecção pelo vírus da influenza aviária no Brasil. A notícia havia sido antecipada pelo Broadcast Agro, antes da publicação da decisão em edição extra do Diário Oficial da União.

Por outro lado, o bom desempenho de Petrobras, hoje, decorreu do avanço acima de 1% para os preços da commodity, com declarações do ministro de Energia da Arábia Saudita. De acordo com a Reuters, o ministro saudita, Abdulaziz bin Salman, endureceu nesta terça-feira o tom contra os vendedores a descoberto no mercado de petróleo, e os aconselhou a ficarem atentos, poucos dias antes da reunião da Opep+.

Os vendedores a descoberto são investidores que apostam na queda dos preços do petróleo e, portanto, quando um movimento inesperado da Opep+ para cortar a produção causa um rali, são forçados a fechar posições com prejuízo. Os membros do cartel do petróleo devem se reunir em 4 de junho em Viena, Áustria.

Mesmo com apoio do petróleo e das ações da Petrobras nesta terça-feira, o Ibovespa emendou o segundo dia negativo, em grau moderado em ambas as sessões. Ainda assim, foi a primeira vez desde o início do mês, nas sessões dos dias 2 e 3 de maio, que o índice colhe dois reveses consecutivos.

De forma geral, “o sentimento externo continua negativo com a demora para definição do aumento do teto da dívida americana, e hoje também com índices de atividade mais fracos (PMI) na zona do euro – exceção positiva para o Japão, onde não chegou a fazer preço, na Ásia”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

“Aqui, existe uma percepção mais favorável sobre o fiscal, com a expectativa de que o arcabouço avance com celeridade, sem grandes transformações no texto. Passando o arcabouço, a expectativa se volta para a reforma tributária, e para uma agenda que possa melhorar o segundo semestre”, acrescenta o analista, observando que a recente moderação na curva de juros doméstica contribuiu para o apetite por ações na B3.

“O fechamento da curva de juros e a recuperação do mercado acionário têm embutido o otimismo para a aprovação do arcabouço. As sondagens mostram avanço do apoio na Câmara, em uma votação que exige maioria absoluta”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109928.53 -0.25822

Máxima 111324.70 +1.01

Mínima 109713.06 -0.45

Volume (R$ Bilhões) 2.42B

Volume (US$ Bilhões) 4.88B

18:05

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111075 -0.14833

Máxima 112140 +0.81

Mínima 110435 -0.72

CÂMBIO

Após trocas de sinal ao longo do dia, o dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira em alta de 0,05%, cotado a R$ 4,9722. Apesar da instabilidade, a divisa oscilou apenas cerca de quatro centavos entre a máxima (R$ 4,9938) e a mínima (R$ 4,9510). O vaivém das cotações ao foi atribuído por operadores a um jogo de forças opostas que influenciaram a formação da taxa de câmbio.

Lá fora, a moeda americana ganhou força na comparação com pares e a maioria das divisas emergentes, em meio a dados fracos na Europa e ao ambiente de cautela diante das negociações para ampliação do teto da dívida americana. No front interno, a perspectiva de uma aprovação célere da proposta de novo arcabouço fiscal, talvez com regras mais duras, e relatos de fluxo davam certo suporte ao real, que operou descolado do exterior em boa parte da tarde.

No dia seguinte ao encontro entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, representantes dos dois lados voltaram a se reunir para tentar avançar nas negociações sobre o teto da dívida. McCarthy teria informado a correligionários que a Casa Branca e a oposição ainda não estão “nem perto” de um acordo. Republicanos também questionam a estimativa da secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, de que o país pode ficar sem recursos para honrar obrigações financeiras já em 1° de junho se não houver resolução para o caso.

À tarde, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Biden e McCarthy concordaram que um acordo tem de ser fechado antes do prazo estipulado pelo Tesouro americano. Ela ressaltou, porém, que não é possível fornecer uma data para resolução do impasse, que pode ocorrer ainda hoje.

“O dólar segue forte no exterior com essa indefinição sobre o teto da dívida e as expectativas para a política monetária americana. Dirigentes do Fed [Federal Reserve] estão endossando a necessidade de uma postura dura por conta da inflação ainda alta”, afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, que vê o real com uma boa performance. “De três dias para cá, estamos com desempenho melhor que dos nossos pares. O mercado está comprando a ideia de que o arcabouço caminha para ser aprovado rapidamente e com mais restrições”.

A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, observa que, além da questão do teto da dívida, o mercado assumiu uma postura mais defensiva hoje em razão da divulgação, amanhã, da ata da reunião de política monetária do Fed em maio. “O mercado está bastante cauteloso por conta desses temas. E o dólar acabou de lado no fim do pregão”.

Em Brasília, as atenções estiveram voltadas a encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes da Câmara, Artur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco. Também estavam presentes os relatores do marco fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), e da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Lira distribui afagos a Haddad e Pacheco, ao propagar sintonia entre as duas Casas do Congresso, e disse que reunião de hoje “é simbólica” para aprovação “célere” do arcabouço. Haddad se disse “bem impressionado” com consenso em torno da agenda econômica e afirmou que é possível ter não apenas o arcabouço fiscal como a reforma tributária aprovados “ainda neste semestre”.

Rolha, da Venice Investimentos, vê o dólar operando, no curto prazo, em uma banda entre R$ 4,90 e R$ 5,10, mas ressalta que há um viés de baixa, que pode se acentuar caso haja aprovação rápida do arcabouço e a moeda americana experimente um desafogo no exterior. “A taxa de juro deve continuar beneficiando o real. Campos Neto tem falado duro e um corte da Selic deve vir somente em setembro. Tem espaço para o dólar testar o nível de R$ 4,80”. (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.97220 0.0302 4.99380 4.95100

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4979.500 0.07034 5003.000 4958.500

DOLAR COMERCIAL 5005.000 0.1 5028.500 4989.500

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