Cenário – Broker Brasil https://www.brokerbrasilcambio.com.br Fri, 02 Aug 2024 14:53:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/wp-content/uploads/2025/04/cropped-flavicon-32x32.png Cenário – Broker Brasil https://www.brokerbrasilcambio.com.br 32 32 CENÁRIO-2: DÓLAR SOBE A MAIOR NÍVEL DESDE DEZ/2021 ANTE TEMOR GEOPOLÍTICO E COM ATIVIDADE GLOBAL https://www.brokerbrasilcambio.com.br/cenario-2-dolar-sobe-a-maior-nivel-desde-dez-2021-ante-temor-geopolitico-e-com-atividade-global/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/cenario-2-dolar-sobe-a-maior-nivel-desde-dez-2021-ante-temor-geopolitico-e-com-atividade-global/#respond Fri, 02 Aug 2024 14:53:37 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012183 Depois de uma manhã em que alternou movimentos de alta e baixa, o dólar teve uma tarde de forte valorização ante o real. A moeda americana saltou 1,41%, aos R$ 5,7350, o maior nível desde 21 de dezembro de 2021. Mas diferentemente dos picos recentes, o grosso do movimento teve causa externa. A escalada da crise que coloca, de um lado, Israel e, de outro, Irã e os grupos Hezbollah e Hamas é o gatilho para um forte movimento de aversão ao risco no mercado internacional. Adicionalmente, há temor com crescimento mundial, em particular, dos Estados Unidos, onde os dados fracos divulgados hoje acenderam o alerta para a atividade. Esse combo acabou anulando os efeitos favoráveis à tomada de risco do aceno do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao corte de juros em setembro, bem como a baixa das taxas na Inglaterra. No exterior, houve corrida para o dólar e fuga de commodities e bolsas. O Nasdaq foi o índice mais prejudicado em Nova York, com baixa de 2,30%. Aqui no Brasil, o Ibovespa só não caiu mais por causa de ações como Bradesco (ON +1,07% e PN +1,29%) e de segmentos de consumo e frigoríficos. O índice terminou o dia em 127.395,10 pontos (-0,20%). Na curva de juros, o ajuste de baixa após o mercado queimar prêmios com o comunicado do Copom acabou perdendo força com o aumento da cautela externa. Na pesquisa do Projeções Broadcast, é unânime a visão de que o Banco Central manterá a Selic em 10,50% em setembro, embora na curva de juros ainda há apostas de uma alta.

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

CÂMBIO  

O dólar disparou ao longo da tarde e superou a barreira psicológica de R$ 5,70, encerrando o dia no maior valor de fechamento desde fins de dezembro de 2021. As divisas emergentes latino-americanas foram as que mais sofreram com a onda de aversão global ao risco deflagrada por temores de desaceleração mais forte da economia americana e, em menor medida, pelo avanço das tensões geopolítica no Oriente Médio. O real apresentou as piores perdas entre as principais moedas, seguido por um de seus pares, o peso chileno.  

Após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, abrir a porta ontem para início de corte de juros em setembro, investidores hoje receberam dados sugerindo perda de fôlego maior da atividade nos EUA. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês), medido pelo ISM, caiu em julho, na contramão da previsão de alta, e se manteve abaixo da linha de 50 pontos, o que sugere contração. Os números de pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram mais do que as expectativas.

A leitura de economia aquecida e resiliência inflacionária deu lugar ao temor de uma desaceleração econômica abrupta, com até eventual recessão nos EUA. Não à toa o Banco Central americano, embora tenha repetido ontem que precisa de maior confiança no processo de desinflação para reduzir os juros, alertou que está atento a riscos para os dois lados de seu mandato duplo: controle de inflação e pleno emprego.

Lá fora, as bolsas americanas despencaram, com tombo das big techs, as taxas dos Treasuries recuaram e a moeda americana ganhou força na comparação com o euro e a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O iene subiu mais um degrau na comparação com o dólar, o que pode ter contribuído para a depreciação mais aguda de divisas latinas. O petróleo recuou com receio de enfraquecimento da demanda se sobrepondo a riscos à oferta vindos de possível conflito entre Israel e Irã.

Com máxima a R$ 5,7430, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,41%, cotado a R$ 5,7350 – maior valor de fechamento desde 21 de dezembro de 2022 (R$ 5,7388). Principal termômetro do apetite para negócios, o contrato de dólar futuro para setembro teve giro forte, acima de US$ 17 bilhões, o que sugere mudanças relevantes de posicionamento. Operadores citaram busca por hedge e ordens de “stop loss” de agentes que carregam posições vendidas em derivativos cambiais.  

“Há um movimento global de aversão ao risco que ganhou impulso forte hoje, sobretudo após indicador industrial mais fraco nos EUA e na China. Alguns indicadores estão apontando para uma desaceleração mais forte da economia mundial, o que leva a uma reprecificação dos ativos financeiros”, afirma o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, ressaltando que o índice VIX – conhecido com termômetro do medo – disparou e atingiu os maiores níveis desde abril.  

O quadro externo deixou em segundo plano a reação ao comunicado da decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. A avaliação da maioria dos economistas foi a de que, apesar de vir menos duro que o esperado, o comunicado abriu uma fresta para uma eventual alta da taxa Selic caso haja piora do câmbio e deterioração maior das expectativas de inflação.  

Para Oliveira, o comunicado trouxe um tom mais duro do que os anteriores, com aumento das projeções para o IPCA de 2024 e 2025 e dos riscos de alta da inflação. Apesar de adotar uma postura cautelosa, o comitê não sinalizou alta de juros em sua próxima reunião e parece ter como plano de voo manter a Selic em 10,50% por período prolongado, avalia.  

O economista do Pine não vê motivos para uma alta dos juros por aqui mesmo com a depreciação do real, uma vez que a tendência é de queda das taxas globais. “O mercado já começa a aumentar a precificação de corte de 50 pontos-base nos EUA em setembro”, observa Oliveira, ressaltando que um retorno da visão de ‘soft landing’ da economia americana pode beneficiar divisas emergentes, como o real.  

17:49  

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima   

Dólar Comercial (AE) 5.73500 1.4093 5.74300 5.63290  

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0      

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5764.500 1.5950 5770.500 5651.500  

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5779.000 1.4216 5779.000 5722.500  

MERCADOS INTERNACIONAIS  

A rodada de indicadores nos Estados Unidos hoje reforçou as apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião, enquanto lançou preocupações sobre a possibilidade de recessão, agora com investidores aguardando a divulgação do payroll de julho, que deve apresentar a terceira desaceleração consecutiva. O cenário de cautela também foi intensificado pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, conforme Irã e Hezbollah prometem retaliação a Israel após o assassinato de um líder militar do grupo extremista – pela tarde, Israel interceptou foguetes lançados do Líbano. Com a aversão ao risco instaurada, os principais índices de Nova York tiveram forte queda, e os retornos da ponta curta dos Treasuries caíram ao menor nível desde fevereiro, diante da alta demanda, com o da T-note de 10 anos abaixo de 4%. No câmbio, o dólar se fortaleceu, e a força da moeda americana prejudicou a atratividade das commodities, com o petróleo caindo também diante de uma possível demanda americana fragilizada.

Pela manhã, os pedidos de seguro-desemprego da última semana nos Estados Unidos atingiram o maior valor desde agosto de 2023, enquanto o custo unitário de mão de obra ficou abaixo do esperado no segundo trimestre, e o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial dos EUA, medido pelo instituto ISM, indicou contração na atividade durante julho. Os investimentos em construção caíram em junho, enquanto era esperada alta. Diante de tantos sinais de enfraquecimento da economia, a ferramenta de monitoramento do CME Group agora precifica 25,5% de chance de corte de 50 pontosbase pelo Fed na reunião de setembro. No agregado do ano, as apostas do mercado para cortes de 25 ou 50 pontos-base estão zeradas e, embora a chance majoritária ainda seja de corte de 75 pb, com 66,3% de chance; houve forte alta da chance de redução de 100 pontos-base até o fim de 2024, agora com 30,4% de probabilidade.  

Segundo Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, a sequência de dados negativos motivou a queda dos rendimentos dos Treasuries, e a interpretação dos dados pode indicar que o perfil do emprego americano está se movendo excessivamente para o lado negativo.  

Somado a isto, investidores monitoraram hoje o desenrolar da nova escalada das tensões no Oriente Médio. Durante a tarde, foram ouvidas sirenes no sul israelense perto das fronteiras com o Líbano. O Hezbollah, então, confirmou a autoria de ataques, que foram contidos pelo domo de ferro do país, conforme a imprensa local. Há preocupações com a possibilidade de uma escalada, enquanto um ataque iraniano ao país também é possível.

Neste contexto, houve alta demanda por Treasuries hoje, o que derrubou os rendimentos da T-note de 2 e 10 anos para o menor nível desde fevereiro; com o juro da T-note de 10 anos abaixo de 4%. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos cedia a 4,166%, de 4,253% perto do fechamento da sessão do mercado acionário ontem. O da Tnote de 10 anos recuava a 3,987%, de 4,050% e o do T-bond de 30 anos baixava a 4,284% de 4,339%.

Enquanto isso, o dólar se fortaleceu contra euro e libra, embora o iene continue se fortalecendo diante do quadro de cautela. Hoje a libra recuou mais forte do que os pares, com fuga da moeda após o Banco da Inglaterra (BoE) dar início ao seu ciclo de flexibilização monetária. No fim da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou valorização de 0,31%, a 104,421 pontos. A libra cedia a US$ 1,2746 e o euro, a US$ 1,0797. A moeda japonesa seguiu firme e o dólar recuava a 149,74 ienes.

A força do dólar americano hoje prejudicou a atratividade do petróleo, que pela manhã chegou a subir na esteira das preocupações com perturbações na oferta no Oriente Médio. Porém, os preços viraram e passaram a cair diante dos sinais de enfraquecimento econômico nos EUA, que apontam para uma demanda menor. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 2,05% (US$ 1,60), A US$ 76,31 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), retraiu 1,63% (US$ 1,32), a US$ 79,52 o barril.

No mercado acionário de Nova York, a fuga do risco deixou a temporada de balanços no segundo plano, enquanto investidores aguardavam balanços de importantes empresas do setor de tecnologia após o fechamento. O índice Dow Jones fechou em queda de 1,21%, a 40.347,97 pontos; o S&P 500 perdeu 1,37%, a 5.446,68 pontos; o Nasdaq recuou 2,30%, a 17.194,15 pontos. O índice VIX subia 13,69% perto do fechamento, tendo atingido maior nível desde abril na máxima do dia. Exceção, Meta subiu 4,82%, após informar lucro acima do esperado.  

Agora, os olhos se voltam para a leitura do payroll dos Estados Unidos em julho. Segundo a mediana de 30 analistas ouvidos pelo Broadcast, o país gerou 180 mil vagas no mês, o que sinalizaria a terceira desaceleração consecutiva e, segundo o Citi, deixaria o mercado de trabalho “à beira de um desconforto”. “Qualquer combinação de um crescimento mais fraco do emprego ou aumento na taxa de desemprego pode aumentar as expectativas por cortes maiores pelo Fed, de 50 pontos-base”, projeta o banco americano

BOLSA  

O Ibovespa lutou até o meio da tarde por sinal positivo neste primeiro fechamento de agosto, após a recuperação vista nos dois meses anteriores, especialmente em julho, quando subiu 3%. Mas, do meio para o fim da tarde, o índice da B3 não conseguiu resistir à forte correção em Nova York nesta abertura de mês e também à pressão no câmbio, que foi negociado a R$ 5,74 na máxima desta quinta-feira. Assim, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,20%, a 127.395,10 pontos, entre mínima de 127.149,63 (-0,39%) e máxima de 128.761,54 pontos (+0,87%) na sessão, em que saiu de abertura aos 127.652,02 pontos.

O giro financeiro foi a R$ 23,8 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa recua 0,08% e, no ano, acumula perda de 5,06%.

A aversão global que prevaleceu nesta quinta-feira colocou o ouro – um típico ativo defensivo, buscado em momentos de risco econômico e geopolítico – no maior nível histórico intradia na Comex, de Nova York, a US$ 2.506,60 por onça-troy. Em Nova York, os principais índices de ações fecharam com perdas entre 1,21% (Dow Jones) e 2,30% (Nasdaq) a sessão, em que o índice de volatilidade (VIX) atingiu o maior nível desde abril, refletindo o aumento da percepção de risco.  

No dia seguinte à celebração de sinais mais brandos do Federal Reserve sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos, vieram dados mais fracos tanto sobre a economia americana como sobre a chinesa, as duas maiores do mundo, o que resultou em retomada de temores sobre o nível de atividade global. E, como pano de fundo, as tensões geopolíticas no Oriente Médio que afetam diretamente os preços de commodities, como o petróleo (em baixa de 1,63% no Brent), e reforçam a demanda por dólar, a principal referência entre as moedas.

“Houve realização [de lucros] forte em Nova York após a decisão de ontem do Federal

Reserve. O mercado ansiava muito pela expectativa de o corte de juros se materializar

[em setembro], e foi o que se teve ontem, com o tom ‘dovish’, flexível, mostrado pelo Fed”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Hoje veio um ajuste, em meio a uma temporada de resultados trimestrais volátil, que traz nesta noite dois nomes importantes: Apple e Amazon”, acrescenta.

Na B3, “seis das 10 empresas mais pesadas do Ibovespa tiveram dia negativo”, aponta Anderson Silva, sócio da GT Capital, destacando a forte pressão observada no câmbio especialmente à tarde, que lançou o dólar à vista a R$ 5,74 no pico da sessão. Vale ON fechou em baixa de 2,24%, enquanto Petrobras ON e PN cederam, respectivamente, 1,85% (na mínima do dia no fechamento, a R$ 39,85) e 1,52%. Na ponta perdedora do Ibovespa, Dexco (-4,38%), Embraer (-4,09%) e Cogna (-3,95%). No lado oposto, Vivo (+4,31%), Weg (+4,30%) e Marfrig (+3,71%).

“A manutenção da taxa de juros no Brasil aconteceu – porém, o governo ainda não fez ação que melhore o cenário com relação ao fiscal, o que deixou os vencimentos futuros de DI mistos [na sessão], com parte deles ainda exigindo prêmio maior. O governo diz ‘baixe os juros’, o mercado diz ‘suba os juros’, e o Banco Central faz malabarismo para equilibrar tudo isso”, acrescenta Silva.

Para Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter, conforme esperado para a noite de ontem, a Selic em 10,50% ao ano, foi acompanhada por comunicado “duro, mas inteligente”, no qual se reconhece a “deterioração das expectativas, a piora do quadro fiscal e a depreciação do câmbio”.

“Os riscos exigem uma política monetária apertada por mais tempo”, aponta Boragini em nota, na qual ressalva não ter havido, no comunicado da noite de ontem, “qualquer indicação” de que o Copom planeja aumentar a taxa de juros, ao contrário de receios que vinham sendo precificados na curva de juros futuros.

No câmbio, a superação de níveis como o de R$ 5,70 aciona ordens de ‘stop loss’, o que resulta em vendas automáticas de ativos denominados em real e em aumento da demanda por dólares, observa em nota Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. “Dados econômicos fracos nos Estados Unidos, como os que mostraram, hoje, desaceleração da atividade industrial e aumento dos pedidos de seguro-desemprego, fortalecem o dólar como ativo de refúgio”, acrescenta. No fechamento desta quinta-feira, o dólar à vista mostrava alta de 1,41%, a R$ 5,7350.  

17:34  

 Índice Bovespa   Pontos   Var. %   

Último 127395.10 -0.2011  

Máxima 128761.54 +0.87  

Mínima 127149.63 -0.39  

Volume (R$ Bilhões) 2.38B  

Volume (US$ Bilhões) 4.20B  

17:49  

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %   

Último 127625 -0.3630  

Máxima 129270 +0.92  

Mínima 127520 -0.44  

JUROS 

A curva de juros ganhou inclinação nesta quinta-feira, com taxas em baixa até o trecho intermediário, enquanto as longas chegaram ao fim do dia em alta. A reação ao comunicado do Copom deu o tom principalmente na primeira etapa dos negócios, mas depois o aumento a cautela vinda do ambiente externo foi prevalecendo, com piora na percepção de risco geopolítico, somada a dados abaixo do esperado da economia dos EUA que referendaram o sinal do Federal Reserve de queda de juros em setembro.

Às 17h12, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu de

10,724% para 10,685% e a do DI para janeiro de 2026, de 11,62% para 11,56%. A taxa do DI para janeiro de 2027 recuava a 11,81%, de 11,84%, e a do DI para janeiro de 2029 subia de 11,98% para 12,02%.

O giro de contratos foi expressivo, especialmente no trecho curto, refletindo os ajustes nas apostas para a Selic nos próximos meses, pela leitura do comunicado do Copom. Na Pesquisa do Projeções Broadcast, 39 de 43 casas preveem que a Selic deve permanecer em 10,50% até o fim de 2024. Nas demais quatro, duas estimam taxa em 10,25% e duas em 10,00%. Na curva, a precificação de aumento da taxa básica perdeu força, mas os DIs seguem apontado nível acima de 11%.

No texto, o Copom atualiza o balanço de riscos para a inflação, destacando a desancoragem das expectativas por período mais prolongado, maior resiliência da inflação de serviços e o risco vindo do câmbio. Pelo lado baixista, cita o de desaceleração da atividade econômica global e os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global.

Parte do mercado esperava um tom mais “hawkish” e até um sinal mais claro sobre a possibilidade de subir os juros, o que os diretores evitaram fazer dadas as grandes incertezas do cenário. “Apesar do esperado endurecimento do tom do Copom, não há sinalização de um novo ciclo de alta, apesar de as portas não estarem fechadas. O Comitê buscou ganhar tempo para avaliar se as trajetórias das expectativas e do câmbio são temporárias ou mais persistentes”, afirma o estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein. Destaca ainda que a projeção de inflação para o primeiro trimestre de 2026, no cenário de Selic constante, ficou em 3,2%, “o que é um desvio aceitável em relação à meta (3%) e não baliza um aperto monetário”.

Para o economista-chefe da Azimut Wealth Management, Gino Olivares, o Copom acertou no tom, sendo assertivo sobre a necessidade de vigilância à escalada dos riscos de alta, sem indicar aperto porque o cenário está muito aberto. “Prefiro olhar o filme do que a foto. O Copom cortou a Selic em 0,5 ponto em março, depois reduziu a dose para 0,25 e depois manteve, conforme o cenário foi se deteriorando. É um processo que tem mesmo de ser gradual. O ritmo do Copom é diferente do ritmo do mercado, pois só poderá eventualmente corrigir a rota daqui a 45 dias. Não pode se precipitar”, afirma.

De todo modo, as taxas curtas e intermediárias devolveram prêmios, especialmente pela manhã quando caíam mais de 10 pontos-base. O fôlego de baixa arrefeceu à tarde, acompanhando o aumento da cautela nos mercados como um todo e com o dólar rompendo os R$ 5,70. O comportamento do câmbio é visto como variável ainda mais chave nas decisões do Copom nos próximos meses.

A ponta longa esteve em baixa pela manhã, mas menos pronunciada do que as demais, acompanhando o fechamento da curva dos Treasuries, por sua vez, conduzido por indicadores fracos da atividade nos EUA, que endossou a aposta de alívio monetário pelo Federal Reserve.  

Posteriormente, os yields aceleraram as perdas, com a escalada das tensões no Oriente Médio, envolvendo Israel, Líbano e o Irã acentuando o temor sobre a atividade global. Na ponta longa doméstica, o efeito foi o contrário. Com o aumento da aversão ao risco, os juros passaram a subir.  

A taxa da T-Note de dez anos furou os 4% pela primeira vez desde fevereiro, refletindo a busca pela segurança que também impulsionou o dólar contra moedas emergentes. O índice VIX, conhecido como “termômetro do medo” em Wall Street, saltava 18% no meio da tarde, ao maior nível desde abril. No fim da tarde, a T-Note de dez anos projetava 3,979%. Na Europa, os juros dos bônus britânicos também cederam, em reação ao corte de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE).

Na gestão da dívida, o Tesouro realizou leilão de prefixados com a mesma quantidade ofertada na semana passada, 4 milhões de LTN e 300 mil NTN-F, vendendo respectivamente 2,145 milhões e 177 mil. Os lotes seguem pequenos, refletindo a falta de interesse dos investidores potencializada pelo início do período de hiato dos dealer, que começou hoje e vai até o dia 10.  

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ATAQUE NO LÍBANO IMPULSIONA BUSCA POR TREASURIES, MAS EFEITONAS BOLSAS É LIMITADO https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ataque-no-libano-impulsiona-busca-por-treasuries-mas-efeitonas-bolsas-e-limitado/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ataque-no-libano-impulsiona-busca-por-treasuries-mas-efeitonas-bolsas-e-limitado/#respond Wed, 31 Jul 2024 14:11:06 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012177 A resposta militar de Israel ao Líbano após o ataque do fim de semana do Hezbollah trouxe cautela ao mercado internacional na tarde desta terça-feira. Na busca por

segurança, o investidor comprou títulos do Tesouro dos EUA e ouro. A reação nas bolsas de Nova York foi de baixa, com mínimas na casa de 2% no Nasdaq, mas minutos depois o movimento de venda de ações arrefeceu. A imprensa internacional noticiou que Israel não pretende escalar ainda mais a crise e que o ataque de hoje serviu como uma “mensagem forte” ao Hezbollah, o que explica a reação limitada no petróleo, que apenas desacelerou a queda. De todo modo, o assunto segue no radar do investidor,

especialmente pelo potencial de pressão em preços de fretes marítimos, variável-chave observada pelos bancos centrais. Aqui no Brasil, o mercado mais impactado com a

tensão no Líbano foi a Bolsa, com o Ibovespa chegando a perder o suporte dos 126 mil pontos. O índice terminou o dia aos 126.139,21 pontos (-0,64%). Ações relacionadas a

commodities foram destaque de baixa, seguindo a desvalorização do preço das matérias- primas no mercado internacional, por dúvidas com o crescimento global. Nos juros futuros, sob pano de fundo do primeiro dia da reunião do Copom, o ajuste foi de baixa,

incorporando o movimento dos Treasuries e do petróleo. O saldo do Caged acima do consenso teve efeito pontual de redução do ritmo de queda. No dólar, houve queda de 0,15%, aos R$ 5,6173, com movimentos técnicos de rolagem de posições no mercado futuro prevalecendo.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

O ataque de Israel a um alvo do Hezbollah em Beirute injetou cautela nos mercados internacionais nesta tarde, e investidores correram para o ouro e os Treasuries, o que derrubou os retornos dos títulos do Tesouro dos EUA, diante de temores sobre uma possível escalada no conflito na região. Logo após os relatos, as bolsas de Nova York

ampliaram perdas, mas devolveram parte do movimento conforme os mercados avaliam o risco de expansão da guerra. Segundo relatos na imprensa, o governo dos EUA foi avisado do ataque antes dele acontecer, e considerou pequena a chance de escalada.

Enquanto há dúvidas sobre a possibilidade de expansão da guerra no Oriente Médio, os mercados de commodities de maneira tímida ao ataque, com o petróleo continuando o movimento de queda visto mais cedo. No câmbio, os olhos estão voltados para as

decisões de juros de Banco do Japão (BoJ) e Federal Reserve (Fed), com o iene reagindo a relatos de que o BoJ subirá juros, enquanto a moeda americana se fortalece contra euro e libra, de olho no diferencial de juros entre as economias.

Perto das duas da tarde (de Brasília), o exército de Israel atacou um líder do Hezbollah no Líbano, em retaliação a um bombardeio atribuído ao grupo militar neste fim de semana, que ceifou vidas de crianças israelenses. Há informações conflitantes sobre o alvo da

investida e o movimento foi comunicado anteriormente aos Estados Unidos. O governo americano, porém, considerou pequenas as chances de escalada no conflito, e um líder de Israel disse que a nação não tem intenção de começar uma guerra, mas dar uma

resposta ao Hezbollah. Também na região e aliado do Hezbollah, o Irã condenou o ataque de hoje.

Diante dos novos desdobramentos, investidores procuraram ativos de segurança nesta tarde, com os retornos dos Treasuries ampliando queda em meio à procura renovada pelos títulos, e com o preço do ouro subindo mais de 1% no pregão eletrônico da Comex. Pela manhã, os juros dos Treasuries movimentavam-se lateralmente, de olho na decisão de juros do Fed de amanhã, que deve manter as taxas inalteradas, mas dar os primeiros sinais de que o afrouxamento monetário começará em setembro. Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, escreve que o relatório Jolts de geração de empregos já tinha inserido pressões descendentes sobre os juros, e os fluxos de busca por segurança confirmaram a queda dos retornos após o ataque israelense. “Os fluxos de refúgio seguro certamente

ressoam à luz da incerteza geopolítica em andamento”, escreveu. Perto das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 4,360%; o da T-note de 10 anos tinha recuo a 4,144%; e o do T-bond de 30 anos recuava a 4,399%.

Logo após de Israel assumir a autoria do ataque de hoje, as bolsas de Nova York pioraram em bloco, com o Nasdaq caindo mais de 2% e o S&P 500 recuando 1%. No fechamento, o setor de defesa do S&P 500 performou acima da média, na esteira da possibilidade de

conflito armado na região. Com o passar do tempo, o temor inicial se dissipou, mas o clima permaneceu negativo para o mercado acionário, com investidores de olho nas ações da Microsoft, que publica balanço hoje mais tarde. Hoje, a plataforma Azure da companhia apresentou instabilidade globalmente e derrubou as ações da empresa em

0,89%. Segundo o analista de Mercados da Oanda, Zain Vawda, os olhos estarão voltados para os ganhos da Microsoft com inteligência artificial (IA), visto que ela é uma das

pioneiras do setor e costuma ditar as tendências na área. Além disso, as expectativas de gastos futuros com IA podem definir o nível da euforia dos investidores, diz Vawda. No

fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,5%, aos 40.743,33 pontos; o S&P 500 recuou 0,5%, aos 5.436,44 pontos; e o Nasdaq teve queda de 1,28%, aos 17.147,42 pontos.

Com as expectativas de que os conflitos no Oriente Médio não escalem, o mercado de commodities não reagiu aos desdobramentos. O petróleo chegou a reduzir perdas

momentaneamente, mas logo continuou sua trajetória descendente pelo terceiro pregão consecutivo, hoje com investidores já se posicionando para a divulgação do relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), esperando novas pistas sobre os planos do cartel para a produção global do óleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,42% (US$ 1,08), a US$ 74,73 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental

Exchange (ICE), fechou em queda de 1,24% (US$ 0,98), a US$ 78,07 o barril.

No câmbio, o iene se valorizou contra o dólar hoje, na véspera da decisão de juros do BoJ que, segundo analistas consultados pelo Broadcast, elevará as taxas de juros em 15 pontos-base. Nesta manhã, uma notícia de que os conselheiros pretendem estudar um possível aumento dos juros deu força para a moeda japonesa, que vem ganhando força contra o dólar desde a intervenção cambial em 11 de julho. Contra euro e libra, o dólar

avançou hoje, apoiado pelo diferencial de juros, conforme há possibilidades do Banco da Inglaterra (BoE) cortar as taxas no encontro de quinta-feira. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 153,26 ienes, o euro caía a US$ 1,0813 e a libra tinha baixa a US$ 1,2834. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,01%, a 104,554 pontos.

No cenário geopolítico global, a Casa Branca reforçou nesta tarde o pedido por dados detalhados da eleição na Venezuela, e o presidente dos EUA, Joe Biden, teve conversa com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, até então, não houve

divulgação de um comunicado oficial sobre o encontro. Novas sanções econômicas à Venezuela ainda não foram confirmadas pelos Estados Unidos.

BOLSA

Na véspera de deliberação sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa

emendou nova perda, desta vez de 0,64%, aos 126.139,21 pontos. O dia foi de recuo generalizado entre as ações de primeira linha, como as de commodities e do setor financeiro. O giro se manteve moderado na B3, a R$ 17,0 bilhões. Faltando a sessão de

amanhã para o fechamento de julho, o Ibovespa ainda acumula ganho de 1,80% no mês. Na semana, cede 1,06% e, no ano, recua 6,00%.

A terça-feira negativa para o petróleo e o minério resultou em queda para Vale (ON – 2,21%, quase na mínima da sessão no fechamento) e para Petrobras (ON -0,73%, PN – 0,62%), no dia seguinte à divulgação do relatório de produção e vendas da estatal

referente ao segundo trimestre. Entre os grandes bancos, a sessão também foi de perdas, à exceção de Santander (Unit +0,81%). Na ponta do Ibovespa, destaque para Usiminas

(+4,63%), Embraer (+4,26%), Marfrig (+2,95%) e JBS (+2,92%). No lado oposto, São

Martinho (-4,41%), Lojas Renner (-3,55%) e Cogna (-3,21%).

“O dólar fortalecido, ainda em região elevada, perto de R$ 5,62, é um movimento que

conversa com o que se vê lá fora, mas também com a questão fiscal doméstica. Na B3,

essa tendência do dólar favorece as ações de exportadoras, como se viu em parte hoje na Bolsa, em dia majoritariamente negativo para as componentes do Ibovespa – embora com ajustes em geral moderados”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da

Manchester Investimentos.

“O cenário-base ainda é de recuperação para o Ibovespa que, em dólar, continua bastante descontado. Mas há variáveis externas importantes para o médio prazo, como o sinal que o Federal Reserve poderá dar sobre os juros americanos, fundamental para saber se a tendência de retomada da Bolsa, vista a partir de meados de junho, será mantida ou se prevalecerá o ajuste mais recente, no sentido de cautela maior”,

acrescenta o operador, observando que a perspectiva externa é vital para que haja retomada de fluxo que ampare a progressão do Ibovespa.

“Há um receio natural em semana repleta de decisões de política monetária”, diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos. Além de Brasil e Estados Unidos, a semana traz também deliberações sobre juros no Japão e no Reino Unido, que afetam moedas importantes, como o iene e a libra, respectivamente. “Aqui, o mercado tem trabalhado

com a ideia de Selic a 10,50% até o fim do ano, sem mudança na decisão desta semana.

E, nos Estados Unidos, a perspectiva para corte de juros está mantida para o mês de setembro”, acrescenta.

Levantamento realizado pelo BTG Pactual para medir o sentimento dos investidores avaliou que, de modo geral, o mercado concorda que o Ibovespa está barato, mas o apetite por risco permanece restrito, com a maioria dos entrevistados definindo seus níveis de sentimento como “neutros” (48%), reporta a jornalista Isabela Mendes, do

Broadcast. A pesquisa mostrou que 76% dos entrevistados estão com posições de caixa semelhantes ou superiores aos níveis históricos, o que, conforme o banco, indica

“posicionamento cauteloso”.

Nesse contexto, na mínima do dia, à tarde, então abaixo dos 126 mil pontos, o índice da B3 se alinhou à piora em Nova York. No noticiário do exterior, destaque para a

confirmação de bombardeio, feito por Israel, a um subúrbio de Beirute, capital do Líbano, em que procurou atingir o comandante do Hezbollah que seria o responsável por ataques do último fim de semana, segundo comunicado das forças armadas israelenses na rede X.

“No momento, não há alterações nas diretrizes defensivas. Se alguma alteração for feita, uma atualização será divulgada”, acrescenta a nota. No piso da tarde, o Ibovespa foi aos 125.972,91 pontos, com máxima na sessão a 126.950,76, correspondente ao nível de abertura. Uma autoridade sênior de Israel disse que não se quer guerra de larga escala

com o Líbano, em entrevista ao canal israelense N12 TV. “Terminamos a resposta. Não temos intenção de começar uma guerra”, disse.

O alvo da operação era Haj Mohsin, chefe de divisão do Hezbollah responsável pelo ataque do último sábado nas Colinas de Golã.

No noticiário doméstico, destaque à tarde para os mais recentes dados sobre geração de empregos. A abertura líquida de 201.705 vagas de trabalho com carteira assinada em

junho, no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 87.708 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 33.142 vagas.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a geração de vagas registrada neste ano está dentro do padrão, apesar de ter avaliado que o desempenho poderia ser melhor se o Banco Central tivesse reduzido a taxa de juros de forma mais acelerada. Ele reiterou que o “centro da meta” é atingir o saldo de 2 milhões de vagas no acumulado do ano.

Para Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia amanhã a decisão sobre a Selic, deve manter o nível da taxa de juros até o término da gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no fim do ano.

“Os desafios do ambiente econômico são similares aos enfrentados na última ata do Copom”, aponta o economista, em nota. “No ambiente externo, vemos bancos centrais buscando a convergência das respectivas inflações às metas, dentro de um cenário ainda pressionado pelo mercado de trabalho e por dados de atividade econômica que precisam ser melhorados”, acrescenta.

No plano doméstico, “os dados recentes do IPCA não possuem força para indicar novas reduções da taxa até o final do ano”, aponta Simioni, observando também que o Copom tem destacado, nas atas, a importância de reancorar as expectativas de inflação, optando pela manutenção da taxa de juros em 10,50% pelo tempo que for necessário.

17:34

Índice Bovespa Pontos Var. % Último 126139.21 -0.6417

Máxima 126950.76 -0.00

Mínima 125972.91 -0.77

Volume (R$ Bilhões) 1.70B Volume (US$ Bilhões) 3.01B

17:38

Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. % Último 126845 -0.7434

Máxima 127675 -0.09

Mínima 126425 -1.07

JUROS

O mercado de juros passou por um processo de correção de baixa, devolvendo nesta

véspera da decisão do Copom parte dos prêmios considerados excessivos. Não se espera que o colegiado altere a Selic ou dê sinalização clara sobre os próximos passos, mas que alerte para a piora do balanço de riscos desde a reunião de junho. A queda nos

rendimentos dos Treasuries e nos preços do petróleo hoje também contribuiu para o alívio na curva. Até o fechamento da sessão, ainda não havia saído o detalhamento da

contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento.

Às 17h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,71%, de 10,735% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 recuava de 11,73% para 11,66%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 11,92%, de 12,00% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2029 estava em 12,08%, de 12,18%.

Após pressão de alta na primeira hora de negócios, o sinal de baixa prevaleceu ao longo

da sessão, refletindo essencialmente fatores técnicos, na avaliação do estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno. “Temos uma repetição do que ocorreu entre o fim de junho e começo de julho, quando o DI para janeiro de 2027 bateu nos 12,00% e o dólar foi a R$ 5,70, níveis que puxaram um ajuste para baixo na sequência”, afirmou.

Não é coincidência o movimento, também autorizado pelo ambiente externo, ocorrer antes do Copom. “A precificação de Selic na curva está muito agressiva, com altas de 25 pontos para as demais reuniões este ano a partir de setembro”, informou Rostagno,

acrescentando que a curva projeta Selic de 11,28% no fim de 2024. Para o Copom de amanhã, os DIs apontavam 72% de chance de manutenção da Selic em 10,50%.

As elevações de Selic embutidas nos DIs já incorporam a previsão de uma comunicação “hawkish” do Copom, de vigilância em relação ao cenário de desancoragem das expectativas, deterioração do câmbio e do risco fiscal, mas não a ponto de começar a

sinalizar ao mercado que está preparando o terreno para um aperto. Tal indicação, dizem os profissionais, seria prematura na medida em que os próximos meses reservam eventos que podem alterar o cenário, como a possível redução de juros nos EUA, eleição

americana e o quarto relatório bimestral de receitas e despesas.

Na avaliação da Guide Investimentos, o Copom deve reconhecer a assimetria para cima no balanço de riscos, com o câmbio em patamar mais elevado, manutenção de impulso fiscal em 2025 e possível vitória de Donald Trump (que pode consolidar apostas em um juro longo mais alto por mais tempo nos Estados Unidos), que, caso se sustente, pode pedir um juro ainda mais contracionista no próximo ano.

“O Copom deve sustentar a mensagem de ‘pulso firme’ na condução da política

monetária, principalmente em um ambiente caracterizado por uma forte pressão sobre o câmbio. Ainda assim, não enxergamos a necessidade subir o juro nas próximas decisões”, afirmam em relatório os economistas Victor Beyruti e Yuri Alves, para quem, no atual

cenário, a Selic a 10,50% já é contracionista o suficiente para que a inflação convirja para a meta.

Para o UBS BB, a barra para o Copom validar os 100 pontos-base de alta da Selic

precificados na curva é elevada, a menos que a perspectiva fiscal se deteriore de forma aguda nos próximos meses, o que não é o cenário do banco. Modelos da instituição apontam que o DI para janeiro de 2026 tem bom potencial de performance em vários

cenários, com impacto de queda pode chegar a 175 pontos-base caso a Selic seja reduzida a até 8,5% no fim de 2025, que é o cenário base do UBS BB.

À tarde, os dados fortes do Caged tiveram efeito pontual sobre a curva. As taxas chegaram a reduzir o ritmo de baixa após o Ministério do Trabalho informar um saldo positivo líquido de 201.705 vagas em junho, bem acima da mediana das estimativas, de 165 mil. “O

retrato de um mercado de trabalho apertado segue nas preocupações do BC com a

inflação de serviços, notadamente dos intensivos em trabalho, tema que os diretores seguem olhando de perto”, afirma o economista João Savignon, da Kínitro Capital.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries cederam também na véspera da decisão do Federal Reserve, para a qual se espera uma indicação sobre o início do ciclo de corte de juros na reunião de setembro. Além disso, houve aversão ao risco após bombardeios em Beirute, capital do Líbano, por parte de Israel. O ataque, porém, não teve efeito nos

preços do petróleo, que caíram pelo terceiro dia, diante das preocupações com a demanda.

Além do Caged, a agenda no dia reserva os detalhes sobre a distribuição do

congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento. O decreto vai apresentar a divisão do bloqueio e do contingenciamento por órgão. Cada um deles terá até 6 de agosto para indicar o que será afetado nas suas programações

CÂMBIO

Após uma tarde marcada por troca de sinais e oscilações ao redor da estabilidade, o dólar à vista se firmou em leve baixa na reta final dos negócios e encerrou a sessão desta terça- feira, 30, em queda de 0,15%, a R$ 5,6173, perto da mínima (R$ 5,6122). Operadores afirmam que o clima de cautela na véspera de decisão de política monetária nos EUA,

Japão e Brasil manteve investidores na defensiva, sem apetite por apostas mais contundentes.

Pela manhã, o dólar ensaiou um movimento de alta, subindo até R$ 5,6633 na máxima, refletindo a queda das commodities, como do minério de ferro e petróleo, e uma

retomada de posições cambiais defensivas. Era esperado que o real devolvesse na primeira etapa de negócios parte dos ganhos obtidos ontem, quando se apreciou na contramão da tendência de queda das divisas emergentes.

A formação da taxa de câmbio também esteve muito sujeita a questões técnicas típicas de fim de mês, como a rolagem de posições no segmento futuro e a preparação para a disputa amanhã pela formação da última taxa ptax de julho. Investidores estrangeiros ainda carregam estoque superior a US$ 70 bilhões em posições compradas em

derivativos cambiais (dólar futuro, mini contratos, cupom cambial e swap).

“O mercado está completamente sem convicção, na espera dos sinais do Federal Reserve de que a queda de juros está próxima”, afirma o diretor de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão. “Na teoria, a perspectiva de corte nos Estados Unidos beneficiaria o real, mas infelizmente a nossa questão fiscal ainda pesa sobre o câmbio.”

Espera-se que o governo publique ainda hoje decreto com detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões em gastos no orçamento deste ano. Segundo fontes ouvidas pelo

Broadcast, a ala política do Planalto ainda tenta preservar ao máximo as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A avaliação da maioria dos economistas é a de que, para cumprir a meta fiscal deste ano, o governo terá que anunciar novos

congelamentos nos próximos meses.

“A percepção é cada vez maior de que o governo tem dificuldade com o fiscal, o que obrigou o presidente vir a público tentar passar credibilidade ao mercado”, afirma o

economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, em referência ao pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cadeia nacional no último domingo. “Com o fiscal se deteriorando e o cenário de baixa de commodities, parece não ter espaço para uma queda mais forte do dólar”.

No exterior, o índice DXY – que mede o comportamento do dólar em relação a uma sexta de seis divisas fortes – operou ao redor da estabilidade à tarde, pouco acima dos 104,500 pontos. Não houve impacto relevante nas moedas globais do ataque de Israel a Beirute, capital do Líbano, visando alvos do Hezbollah.

A moeda americana teve leve ganho em relação ao euro e baixa moderada na

comparação com o iene. A divisa japonesa se fortalece na expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) anuncie no início da madrugada desta quarta-feira, 31, uma elevação dos

juros, após intervenções no mercado cambial ao longo do mês.

É dado como certo que o Federal Reserve vai anunciar amanhã manutenção da taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50%, mas há expectativa de sinais de corte nos próximos meses, provavelmente em setembro, no comunicado da decisão e na entrevista coletiva do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell.

Em live organizada pela Warren Investimentos, o sócio-fundador e portfolio manager da Novus Capital, Eduardo Portella, afirmou que, se o Fed não reduzir os juros em setembro, o Brasil entrará em uma “espiral negativa” e verá o “o câmbio brigando lá nos R$ 6,00”.

Na mesma linha, o sócio e economista-chefe da Ǫuantitas, Ivo Chermont, avalia que uma postergação do início do alívio monetário vai aumentar o grau de incerteza no mercado local. “Se o Fed atrasar corte de setembro, acho que as cosias ficam muito difíceis. É

inevitável até pela influência que vai ter no câmbio”, disse Chermont.

Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncie manutenção da taxa básica em 10,50%, em um comunicado com tom duro, dada a deterioração recente das expectativas de inflação, a valorização do dólar e o crescente ceticismo com o cumprimento das metas fiscais.

17:38

Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima Dólar Comercial (AE) 5.61730 -0.1458 5.66330 5.61220

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5621.000 0.0623 5664.000 5610.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5639.000 0.0710 5682.000 5631.000

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DÓLAR CONTRARIA EXTERIOR E CAI ANTE REAL, COM MOVIMENTOTÉCNICO E FLUXO AO BRASIL https://www.brokerbrasilcambio.com.br/dolar-contraria-exterior-e-cai-ante-real-com-movimentotecnico-e-fluxo-ao-brasil/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/dolar-contraria-exterior-e-cai-ante-real-com-movimentotecnico-e-fluxo-ao-brasil/#respond Tue, 30 Jul 2024 13:00:14 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012172 Na contramão da valorização externa, do dia ruim para commodities e do comportamento dos demais ativos domésticos, o dólar caiu ante o real nesta segunda-feira. Dois motivos foram mencionados nas mesas de operação para esse movimento. O primeiro é uma antecipação do ajuste de posições típicas de fim de mês. O segundo é o relato de entrada de fluxo de exportadores, depois de a divisa americana bater no nível de R$ 5,65, atrativo para a internalização de recursos. O dólar à vista fechou o dia em R$ 5,6255, baixa de 0,57%. No Ibovespa, o índice foi penalizado principalmente pela queda da Petrobras (ON -2,52% e PN -2,02%), sob temor de a política de dividendos ser prejudicada por investimentos na Namíbia, uma das novas fronteiras de exploração de petróleo. O indicador acionário encerrou a sessão em 126.953,86 pontos (-0,42%). Os juros futuros fecharam o dia em alta, diante das preocupações com o cenário fiscal e com a desancoragem das expectativas de inflação – foco da atenção do investidor na decisão do Copom de quarta-feira. No exterior, a valorização do dólar ocorreu na contramão da baixa dos rendimentos dos Treasuries. A ampliação da queda dos retornos à tarde veio na esteira do anúncio do Tesouro dos Estados Unidos de tomar menos empréstimos do que o esperado no terceiro trimestre.

Câmbio

O dólar aprofundou o ritmo de queda ao longo da tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 29, em terreno negativo no mercado doméstico, abaixo da linha de R$ 5,65, na contramão da onda de fortalecimento da moeda americana no exterior em semana marcada por reunião de política monetária do Banco Central brasileiro, do Federal Reserve e do Banco do Japão.

Operadores ouvidos pelo Broadcast atribuíram a recuperação do real a questões técnicas e a eventual entrada de fluxo de exportadores. Investidores já estariam antecipando ajuste de posições típicas de fim de mês. Além disso, como a moeda brasileira apresenta a maior queda no ano entre as principais divisas globais e foi uma das que mais sofreu com o rali recente do iene, havia espaço para uma recuperação, com provável realização de lucros.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que, com o dólar já perto de R$ 5,65, não compensa a investidores estrangeiros sustentarem níveis tão elevados de posições “compradas” (que apostam na valorização da moeda americana). “Os estrangeiros estão já se antecipando ao fim do mês e zerando posições, já que não compensa promover a rolagem na virada do mês, e isso acaba ajudando a derrubar o dólar mesmo com a cautela lá fora”, afirma.

Com mínima a R$ 5,6240 à tarde, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,6255, em baixa de 0,57%, o que reduziu os ganhos em julho a 0,67%. No ano, a moeda americana acumula valorização de 15,91% em relação ao real.

“O dia é para ser ruim para o real, com commodities em baixa e outras divisas emergentes se desvalorizando. Provavelmente, tivemos fluxo de exportadores e também já um movimento tendo em vista a ptax”, afirma o operador de câmbio Hideaki Iha, da Fair Corretora, em referência a preparações para a disputa pela formação da última taxa ptax de julho na quarta-feira, 31.

Pela manhã, investidores assimilaram também as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem à noite em cadeia nacional, de que não abrirá “mão da responsabilidade fiscal”. Amanhã, sai o detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano – bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões.

Hoje, o Banco Central informou que o setor público consolidado (governo central, estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 40,873 bilhões em junho – um pouco acima da mediana de Projeções Broadcast (-R$ 39,4 bilhões).

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em alta ao longo do dia e voltou a superar os 104,500 pontos. Na outra ponta da gangorra, as commodities recuaram, com as cotações do petróleo em baixa de mais de 1,5%.

Investidores tendem a adotar uma postura mais cautelosa à espera da decisão de política monetária do Fed na quarta-feira, 31. É dada como certa a manutenção da taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50%, mas há expectativa de sinais de corte nos próximos meses, provavelmente em setembro, no comunicado da decisão e na entrevista coletiva do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell.

Espera-se também mudanças de comunicação na reunião do Banco do Japão (BoJ) na passagem da madrugada de terça-feira para quarta, com sinalização de alguma elevação de juros à frente ou até mesmo um aumento da faixa da taxa básica – o que pode levar a uma valorização adicional do iene em relação ao dólar e, por tabela, prejudicar divisas emergentes.

Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncie manutenção da taxa básica em 10,50%, em um comunicado com tom duro, dada a deterioração recente das expectativas de inflação. No Boletim Focus divulgado hoje, aumentaram a mediana das projeções para o IPCA deste ano (de 4,05% para 4,10%) e do próximo (de 3,90% para 3,96%).

Em tese, a combinação de provável manutenção de Selic no nível atual por período prolongado com eventual corte de juros nos EUA tende a favorecer o real, ao aumentar a atratividade das operações de carry trade. Analistas alertam, porém, que o ceticismo com o cumprimento das metas fiscais e o mau humor recente com divisas emergentes inibem apostas na moeda brasileira.

Dólar (spot e futuro)

ÚltimoVar. %MáximaMínima
Dólar Comercial (AE)5.62550-0.57275.66870
Dólar Comercial (BM&F)5.58660
Dólar Comercial Futuro5623.500-0.79395671.000
Dólar Comercial Futuro5639.500-0.81785688.000

Bolsa

Após a alta de 1,22% na sexta-feira, que havia interrompido série de três perdas diárias, o Ibovespa retoma trajetória negativa neste começo de semana, abaixo dos 127 mil pontos – mas cerca de mil pontos acima do encerramento da última quinta, quando foi ao menor nível desde 3 de julho. Hoje, fechou em baixa de 0,42%, aos 126.953,86 pontos, entre mínima de 126.605,66 e máxima de 127.657,17, com giro a R$ 17,6 bilhões na sessão. No mês, que termina na quarta-feira, o índice avança 2,46% – no ano, cede 5,39%.

O desempenho desta segunda-feira foi condicionado em especial por Petrobras (ON -2,52%, PN -2,02%), antes do relatório de produção da estatal. Ao fim, o dia foi levemente positivo para Vale (ON +0,18%) e também para os grandes bancos, com destaque para Itaú (PN +0,73%) e Santander (Unit +1,13%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Klabin (+3,21%) e 3R Petroleum (+2,80%), apesar do ajuste negativo do petróleo, ambas à frente de Suzano (+1,91%) no fechamento. No lado oposto, Magazine Luiza (-5,80%), Usiminas (-4,42%), Vamos (-4,36%) e Petz (-4,31%).

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda forte, entre 1,53% (Brent) e 1,75% (WTI), em meio à incerteza sobre a demanda da China e diante da valorização do dólar no exterior, nesta segunda-feira. “A desvalorização do petróleo exerceu pressão sobre as ações e, além disso, a Petrobras anunciou, na última sexta-feira, plano para adquirir 40% da participação da Galp no campo de Mopane, na Namíbia”, aponta Frederico Nobre, head de análises da Warren Investimentos, referindo-se a uma aquisição avaliada em cerca de US$ 4 bilhões.

“Embora a Petrobras precise aumentar suas reservas de petróleo, a empresa tem um histórico fraco de operações fora do Brasil, o que gera um certo ceticismo entre os investidores”, acrescenta. Tal aquisição, juntamente com a recompra de refinarias que haviam sido vendidas anteriormente, pode reduzir a “margem de segurança” nas projeções de dividendos da

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CHANCE DE FED CORTAR 0,75PP EM 2024 CONDUZ NY A RALI E BOLSA À10ª ALTA SEGUIDA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/chance-de-fed-cortar-075pp-em-2024-conduz-ny-a-rali-e-bolsa-a10a-alta-seguida/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/chance-de-fed-cortar-075pp-em-2024-conduz-ny-a-rali-e-bolsa-a10a-alta-seguida/#respond Mon, 15 Jul 2024 13:10:01 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012161 Mesmo com números mais fortes do que o previsto na inflação ao produtor dos Estados Unidos (PPI), o mercado seguiu se concentrando na inesperada deflação da inflação ao consumidor (CPI) divulgada ontem e, assim, aumentou a visão de que o Federal Reserve cortará 0,75 ponto porcentual da taxa de juros neste ano. Ao fim da tarde, essa chance aparecia como a maioria das apostas (51%). Nesse embalo, as bolsas de Nova York tiveram um rali – suavizado, a bem da verdade, no fechamento. De todo modo, os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam muito perto das máximas históricas. O Ibovespa aproveitou o embalo e marcou a décima alta seguida, encerrando o dia em 128.896,98 pontos (+0,47% na sessão e 2,08% na semana). É a maior sequência de ganhos desde a virada de 2017 para 2018. Nem mesmo ruídos políticos, como o impasse entre Fazenda e Senado sobre o Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e falas duras do ministro Fernando Haddad contra a “elite” do País, desanimaram os operadores da Bolsa. Essa resistência das ações ajudou o câmbio a virar à tarde, em sintonia também com a baixa do dólar ante outras divisas latino-americanas. A moeda americana terminou o dia em R$ 5,4311, queda diária de 0,21% e semanal de 0,57%. Nos juros, a curva perdeu inclinação na semana, mas o dia foi de alta, com questões fiscais no radar e mais um dado forte de atividade – hoje, o volume de serviços.

MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O índice Dow Jones voltou a renovar máximas intraday históricas pela primeira vez desde maio, impulsionado pela recuperação do setor de tecnologia e pelo desempenho das small caps, que sobem desde a leitura da inflação ao consumidor (CPI) americana em junho, divulgada ontem. S&P 500 e Nasdaq acompanharam os ganhos, embora os papéis do Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo tenham após darem início à temporada de balanços de gigantes bancários no segundo trimestre. Hoje, investidores consolidaram apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, e as expectativas por reduções de 75 pontos-base ganharam força após a leitura da inflação ao produtor (PPI) dos EUA. Com isso, os retornos das T-notes de 2 e 10 anos atingiram mínimas desde o início de março, e o dólar continuou sua desvalorização contra moedas desenvolvidas, com a libra atingindo o maior valor contra a moeda americana em um ano. No petróleo, os preços recuaram levemente hoje, enquanto o mercado assumia posições para o plenário da China que acontece na semana que vem.

No primeiro dia de publicação de balanços do segundo trimestre de grandes bancos americanos, os resultados desagradaram o mercado, com as ações dos três grandes bancos Wells Fargo, JPMorgan e Citigroup recuando no fechamento. Para a analista do City Index Fiona Cincotta, a régua está um pouco mais elevada para os resultados trimestrais dos três meses encerrados em junho. “As expectativas são de que os lucros do S&P 500 cresçam 10,1% no segundo trimestre em comparação com o ano anterior”, avalia ela, ao pontuar, porém, que o setor financeiro deve registrar ganhos um pouco abaixo da média, em torno de 6,5%.

Apesar dos balanços aquém da expectativa hoje, os índices acionários subiram, com Dow Jones voltando a ficar acima dos 40 mil pontos pela primeira vez desde maio. Hoje, as small caps – que vinham performando abaixo da média neste ano – estenderam a alta de ontem, mas as ações de tecnologia se recuperaram da queda e voltaram a subir. As techs fecharam com ganhos de mais de 1% no S&P 500. No fechamento, o índice Dow Jones teve alta de 0,62%, aos 40.000,90 pontos; o S&P 500 subiu 0,55%, aos 5.615,35 pontos; e o Nasdaq teve alta de 0,63%, aos 18.398,45 pontos.

Com as apostas por cortes de 75 pontos-base pelo Fed passando de 50% no monitoramento do CME Group, os dados da inflação ao consumidor e ao produtor americano em junho consolidaram as expectativas por reduções de corte de juros neste ano. A Capital Economics pontua que a leitura do PPI de hoje foi “melhor do que o esperado” e mantém na mesa, inclusive, um primeiro corte de juros já na reunião de julho. Após os dados de hoje, os retornos dos Treasuries computaram perdas, com o juro da T-note de 2 e de 10 anos atingindo o valor mais baixo desde o começo de março. Por volta das 17h00 (de Brasília), a taxa da T-note de 2 anos caía a 4,450%, a da T-note de 10 anos recuava a 4,178%, e a do T-bond de 30 anos caía a 4,391%.

No câmbio, o dólar estendeu as perdas de ontem e recuou contra divisas desenvolvidas. No Reino Unido, as expectativas de que a força da economia britânica permita que o Banco da Inglaterra (BoE) proceda em seu relaxamento monetário com mais cautela deram forças à libra, que atingiu o valor mais alto contra o dólar em um ano. Já contra o iene, a Oanda afirma em relatório que uma intervenção cambial pelo governo japonês não é descartada, mas que é difícil mensurar se houve interferência no curto prazo. Hoje, a moeda japonesa continuou se fortalecendo contra o dólar após atingir mínimas desde a década de 80. Há rumores de que uma nova intervenção pode ter acontecido hoje, mas autoridades legais não confirmam, nem negam. Perto do fechamento de Nova York, o índice DXY, que mede a força do dólar teve queda de 0,32%, aos 104,093 pontos. O dólar recuou a 157,83 ienes; o euro subiu a US$ 1,0910; e a libra teve ganhos a US$ 1,2985.

Entre commodities, o petróleo recuou levemente hoje e acumulou perdas semanais, enquanto investidores se posicionam para o Terceiro Plenário do Partido Comunista Chinês, que acontece na próxima semana e quando são esperados uma série de anúncios de incentivos à demanda e à produção. A Pantheon afirma que, durante o evento, o governo chinês deve reforçar a emissão de títulos para fomentar a economia a crescer “perto de 5% ao ano”, tal qual a meta definida pelo país no início do ano. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para agosto encerrou a sessão em baixa de 0,50% (ou US$ 0,41), a US$ 82,21 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro perdeu 0,43% (ou US$ 0,37), a US$ 85,03. Os contratos tiveram quedas semanais de 1,14% e 1,74%, respectivamente.

BOLSA

Em paralelo à acentuação de ganhos nos índices de ações em Nova York no meio da tarde, e acompanhando a virada do dólar frente ao real (em baixa de 0,21%, a R$ 5,4311 no fechamento), o Ibovespa flertou com os 129 mil pontos na máxima do dia, encerrando aos 128.896,98 pontos, em alta de 0,47% na sessão. Foi o quarto avanço semanal consecutivo para o índice da B3, que sobe agora 4,03% no mês, cedendo ainda 3,94% no ano. O giro desta sexta-feira ficou em R$ 17,6 bilhões na B3.

Nessas duas primeiras semanas de julho, o Ibovespa subiu em todas as sessões: uma sequência de 10 altas, a mais longa desde a série de 11 entre 20 de dezembro de 2017 e 8 de janeiro de 2018, quando o dólar estava em R$ 3,23 e o Ibovespa chegava então aos 79.378,53 pontos. Na semana que chega ao fim nesta sexta-feira, o índice avançou 2,08%, ganho semelhante ao do primeiro intervalo de julho (+1,91%).

Na máxima desta sexta-feira, o Ibovespa foi aos 129.014,75, saindo de abertura a 128.293,46 pontos, com mínima aos 128.002,39 na sessão. O nível de fechamento foi o mais alto desde 8 de maio, então perto dos 129,5 mil pontos – no intradia, o nível de 129 mil não era visto desde 10 de maio.

Em relação à mínima de fechamento do ano, tocada em 17 de junho, aos 119.137,86, a retomada se aproxima de 9,8 mil pontos, ou 8,19% em relação ao ponto em que estava naquela data. Ante a máxima histórica de fechamento, em 27 de dezembro passado, então aos 134.193,72, o Ibovespa permanece a uma distância correspondente, na prática, à variação de

uma semana: hoje, a diferença entre os dois níveis é de 4,1% e, na abertura da semana, de 6,1% para a marca do fim do ano passado.

O quadro político, notadamente o impasse entre Executivo e Legislativo sobre a CSLL de instituições financeiras, continua a chamar atenção do mercado, especialmente após o ministro Fernando Haddad se queixar do tratamento de que tem sido alvo no Senado. “Chega a ser inusitado ver parlamentares da base ameaçando o próprio governo, pedindo mais espaço. Este é um governo que distribuiu os cargos do jeito que vocês nunca viram na vida. Nunca vi uma distribuição de cargos tão farta como a que foi feita, e não vejo disposição para ajudar”, disse o ministro.

“A questão da CSLL está atrapalhando bastante a curva de juros, que reagiu mal na quarta-feira ao problema, na mesma proporção de quanto a inflação ao consumidor nos EUA foi recebida bem pelo mercado. Ontem, a curva voltou a subir, mas o ajuste de hoje ficou apenas nas taxas mais curtas, sem atrapalhar a Bolsa”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “A grande expectativa da semana estava nos índices de inflação nos Estados Unidos, tanto CPI quanto PPI, que vieram melhores do que o esperado. Com isso, o mercado voltou a ver a possibilidade de um corte de 75 pontos-base nos juros ainda este ano”, observa ela.

Em sentido contrário, a curva de juros apresentou forte ajuste em baixa para os vértices longos, com a taxa do DI para janeiro de 2030 passando de 10,98% no ajuste de ontem a 10,90% na sexta-feira. A questão fiscal, após as novas desonerações concedidas pelo governo sobre a gasolina, foi tema de cautela entre investidores ao longo da semana, ainda que dados fortes de atividade no Brasil, como as vendas no varejo e, hoje, o volume de serviços, tenham fortalecido expectativas positivas sobre o quadro econômico.

No lado corporativo, os destaques do dia foram as ações da Magazine Luiza, subindo 2,83% (ON), enquanto MRV subiu 3,75%. Na ponta contrária, a Via Varejo caiu 2,51%, enquanto as ações da Marfrig perderam 2,04%.


Qual cenário você prefere?

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IBOVESPA TEM ALÍVIO COM TREASURIES, MAS REAL SENTE PESO DEAJUSTE TÉCNICO https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ibovespa-tem-alivio-com-treasuries-mas-real-sente-peso-deajuste-tecnico/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ibovespa-tem-alivio-com-treasuries-mas-real-sente-peso-deajuste-tecnico/#respond Fri, 12 Jul 2024 14:27:41 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012139 O recuo dos juros das T-notes de 2 e 10 anos ao menor nível desde março foi o pano de fundo da nona alta seguida do Ibovespa. A queda do CPI dos EUA alimentou apostas de que as taxas dos Fed Funds podem cair até três vezes este ano, o que puxou a curva americana e ajudou ativos de risco pelo mundo. Aqui, o índice acionário subiu aos 128.293,61 pontos (+0,85%). Lá fora, contudo, a pressão do setor de tecnologia pesou no S&P 500 (-0,88%) e, principalmente, no Nasdaq (-1,95%), movimento reforçado pelo tombo da Tesla (-8,44%) e relatos de adiamento do lançamento do Robotaxi. Lá fora, o dólar recuou ante as moedas fortes, com destaque para a forte valorização do iene, que levantou rumores de uma possível intervenção cambial do Banco do Japão. O sinal local foi distinto. O dólar à vista subiu aos R$ 5,4426 (+0,55%), em um movimento técnico, especialmente no mercado futuro. O rali do iene também interferiu neste processo, pelo encarecimento de posições de carry trade. Por fim, os juros absorveram apenas parcialmente o sinal das taxas externas, com o câmbio em alta e o varejo forte como contraponto.

BOLSA O Ibovespa segue invicto desde o começo de julho, chegando ao nono ganho consecutivo, o que iguala em extensão a sequência entre 14 e 26 de fevereiro de 2018. Mesmo na contracorrente do dólar nesta quinta-feira – em avanço de 0,55%, a R$ 5,4426 -, o índice registrou também a maior alta da série iniciada em 1º de julho. Hoje, subiu 0,85%, a 128.293,61 pontos, entre mínima de 127.220,95, da abertura, e máxima de 128.326,23, do fim da tarde. O giro foi de R$ 19,8 bilhões.

Na semana, o índice avança 1,60%, limitando a perda no ano a 4,39%. Desde 1º de julho, a recuperação se aproxima de 4,4 mil pontos, ou 3,54%, em relação ao fechamento de junho. Nesta quinta-feira, Vale seguiu em baixa (ON -0,26%), mas o dia foi de retomada para outros nomes do setor metálico, como Gerdau (PN +1,34%) e CSN (ON +1,63%). Petrobras fechou em alta de 0,83% (ON) e de 0,68% (PN), em sessão ao fim majoritariamente positiva para os grandes bancos, à exceção de BB (ON -0,49%) e de Bradesco PN, sem variação no fechamento. No lado oposto, destaque para o avanço de 3,25% em Santander Unit, na máxima do dia no encerramento.

Na ponta ganhadora, TIM (+4,10%), Rumo (+3,40%) e Braskem (+3,27%). Na fila contrária, Transmissão Paulista (-1,53%), Alpargatas (-1,48%) e Hypera (-1,44%). Mesmo na contramão do câmbio, o Ibovespa foi embalado desde a manhã pela leitura abaixo do esperado para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em junho, o que determinou o sinal positivo do índice da B3 desde a abertura, agora aos 128 mil e no maior nível de fechamento desde 14 de maio, então aos 128.515,49.

Para John Kerschner, gerente de portfólio na Janus Henderson, “considerando que faltam menos de três semanas para a próxima reunião do Federal Reserve, o mercado está atualmente precificando que o Fed pulará essa reunião e fará seu primeiro corte [de juros] em setembro”. “A chance de corte [em setembro] está mais próxima de 100%, de acordo com o mercado. Talvez mais importante, o mercado agora está esperando três cortes até o fim de janeiro de 2025”, acrescenta o gestor, em nota.

Ele observa também que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse recentemente que os riscos para a inflação estão mais “equilibrados”, e que os dados do CPI divulgados hoje – com retração na margem de 0,1% em junho, e alta de apenas 0,1% no núcleo de preços na mesma base de comparação, ambos abaixo do consenso – reforçam essa visão. “Talvez agora inclinem a balança para preocupações com uma desaceleração mais acentuada na economia dos EUA.”

“O dado do CPI [inflação ao consumidor] veio em linha com a tese de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, algo bom para ativos de risco – mas essa percepção já vinha sendo precificada nos ativos”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando que a curva de juros nos Estados Unidos continua a devolver prêmio, o que se reflete também no índice DXY, que contrapõe o dólar a uma cesta de moedas de referência, entre as quais euro, iene e libra.

“A bolsa de Nova York se acomodou um pouco hoje [S&P 500 -0,88%, Nasdaq -1,95%], vindo ontem de máximas históricas [tanto no S&P 500 como no Nasdaq], em ajuste natural na sessão. Aqui, o Ibovespa recuperou os 128 mil pontos, que haviam sido perdidos já há algum tempo, tendo os ativos brasileiros sido muito afetados desde o começo do ano [com a redução da expectativa que se tinha no fim de 2023 com relação ao número de cortes de juros pelo Fed em 2024]”, acrescenta o analista.

No cenário doméstico, apesar de progressos como o avanço da regulamentação da reforma tributária na Câmara, a “equipe econômica ainda tem um milhão de batalhas pela frente”, ressalva Spiess, em referência à relativa melhora da percepção de risco doméstico desde o começo do mês. “O mercado vem em recuperação expressiva nas duas últimas semanas, e o filme segue o script esperado, com a afirmação do compromisso do governo com o corte de gastos e o arcabouço fiscal. Estudos estão em andamento na Fazenda para corte de despesas, o que acalma o mercado e se reflete na precificação das ações, em retomada”, diz Felipe Moura, analista da Finacap. “Se houver continuidade na agenda macro, com os cortes saindo do papel, a tendência é de que esse movimento de recuperação dos preços dos ativos se mantenha”, acrescenta.

Além da aprovação, ontem à noite, do primeiro texto da regulamentação da reforma tributária pela Câmara, que contribui para a recuperação do humor, dados do IBGE trouxeram hoje crescimento de 1,2% nas vendas do varejo, acima do esperado para maio ante abril, destaca Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital. A leitura deu impulso, na sessão, às ações de empresas do setor de varejo, “ativos que são também muito sensíveis ao cenário de juros”, acrescenta o especialista. Assim, o índice de consumo (ICON) fechou o dia em alta de 1,40%, andando à frente do de materiais básicos (IMAT +0,86%), mais correlacionado a preços e demanda externa.

17:34 Índice Bovespa Pontos Var. % Último 128293.61 0.8453 Máxima 128326.23 +0.87 Mínima 127220.95 0.00 Volume (R$ Bilhões) 1.97B Volume (US$ Bilhões) 3.65B

17:42 Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. % Último 129365 0.9324 Máxima 129510 +1.05 Mínima 128355 +0.14

MERCADOS INTERNACIONAIS Os retornos das T-notes de 2 e 10 anos caíram ao nível mais baixo desde março na sessão de hoje, impactados pela queda na inflação ao consumidor (CPI) americana em junho, que também pesou sobre o dólar contra moedas desenvolvidas, com destaque para a forte valorização do iene, que levantou rumores de uma possível intervenção cambial japonesa. A queda do dólar também contribuiu para os ganhos do petróleo, que estendeu a alta do pregão de ontem. No mercado acionário, o S&P 500 e o Nasdaq ampliaram as perdas de mais cedo, com a Tesla tombando mais de 8%, na esteira de relatos de adiamento do lançamento do Robotaxi. No S&P 500, o setor de tecnologia amargou mais de 2% de perdas, com investidores deixando as gigantes de tecnologia, como Nvidia, Microsoft e Tesla, e optando por companhias de capitalização menor.

A queda no CPI dos EUA em junho intensificou as apostas por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2024, segundo a ferramenta do CME Group, que agora precifica mais de 90% de chance para a flexibilização monetária começar no encontro de setembro. No agregado do ano, as expectativas por uma única redução neste ano caíram drasticamente: ontem, a probabilidade era de 22,9%; e hoje está em 8,5%. Enquanto isso, houve aumento das apostas por cortes de 50 e 75 pontos-base, e agora

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ALÍVIO SOBRE JUROS LEVA NY A NOVOS RECORDES E RETÉM 127 MILPONTOS DO IBOVESPA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/alivio-sobre-juros-leva-ny-a-novos-recordes-e-retem-127-milpontos-do-ibovespa/ https://www.brokerbrasilcambio.com.br/alivio-sobre-juros-leva-ny-a-novos-recordes-e-retem-127-milpontos-do-ibovespa/#respond Thu, 11 Jul 2024 13:44:08 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1012106 Os índices S&P 500 e Nasdaq voltaram a bater recordes históricos em Nova York enquanto os rendimentos dos Treasuries e o dólar recuaram com esperanças renovadas de redução dos juros nos Estados Unidos. O sentimento decorreu da repetição da mensagem do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em véspera de divulgação da inflação ao consumidor. Segundo ele, o BC americano não precisa esperar a inflação chegar à meta de 2% ao ano para cortar os juros, embora o afrouxamento monetário esteja condicionado a próximos indicadores econômicos e maior confiança na continuidade do processo de desinflação.

Já no mercado doméstico, o alívio foi dado pelo bom comportamento do IPCA em junho. O indicador eliminou apostas em alta da Selic embutidas na curva a termo na próxima reunião do Copom. Assim, diante da visão de que não deve haver aperto monetário por aqui no curto prazo nem postergação da queda esperada nos EUA, os DIs fecharam em baixa, de até 20 pontos-base nos vencimentos longos. O Ibovespa fechou em leve alta (+0,09%, aos 127.218,24), mas estendeu a série positiva pela oitava sessão, e o dólar, que chegou a furar os R$ 5,40, reduziu a queda com ajustes técnicos e marcou -0,04%, R$ 5,4126 ao final da sessão.

MERCADOS INTERNACIONAIS

A segunda aparição do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso dos EUA esta semana trouxe poucas novidades que pudessem alterar a expectativa do mercado por cortes de juros a partir de setembro. Mais uma vez, Powell evitou fixar um cronograma específico, mas reconheceu o alívio na inflação americana e deu maior ênfase aos riscos no emprego. Sem uma guinada expressiva no tom, os rendimentos longos dos Treasuries e o dólar recuaram no exterior, embora sem muita convicção na véspera da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Mas houve espaço para movimentações mais firmes nas bolsas de Nova York, onde os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes de fechamento, com o S&P acima da marca de 5.600 pontos pela primeira vez na história. O petróleo também se fortaleceu, apoiado pela queda nos estoques americanos.

Um dia após participar de audiência no Senado, Powell foi à Câmara dos EUA para replicar a mensagem que já havia apresentado na véspera. O foco, inclusive, se dividiu entre política monetária e perspectivas para regulação bancária. Neste último tópico, Powell reiterou que o banco central americano deve apresentar proposta revisada do pacote regulatório no âmbito das reformas de Basileia III. O setor bancário vinha pressionando por mudanças nos planos desenhados pelo vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr. No fronte da política de juros, Powell voltou a dizer que não pretende enviar um sinal explícito sobre quando o processo de relaxamento monetário começará. Preferiu, em vez disso, atestar “alguma confiança” de que a inflação está caindo, ainda que não de maneira suficiente para justificar cortes na taxa básica.

O Citi avalia que Powell quis manter flexibilidade na condução da política monetária. No entanto, o banco acredita que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) está mais perto de apoiar uma guinada para uma postura mais frouxa. O Citi prevê que os dados subsequentes devem confirmar a desaceleração da inflação e um menor aperto do mercado de trabalho. “Não só Powell, mas também o comitê mais amplo, provavelmente verá isto como uma prova de que os juros devem começar a cair a configurações mais ‘neutras'”, diz. Sob essa perspectiva, o mercado acionário em Wall Street firmou ganhos robustos, com investidores se posicionando também em compasso de espera pelo CPI dos EUA. No fechamento, o Dow Jones subia 1,09%, o S&P 500 avançava 1,02% – superando a marca de 5.600 pontos pela primeira vez na história – e o Nasdaq ganhava 1,18%. Esse ambiente permitiu que S&P 500 e Nasdaq renovassem recordes históricos de máxima e fechamento, impulsionados pelo desempenho de empresas de tecnologia e fabricantes de semicondutores. Entre as ações de destaque, Micron ganhava 4,00%, Nvidia subia 2,69%, Microsoft avançava 1,46% e a Apple tinha alta de 1,88%.

No câmbio, o dólar foi enfraquecido pela perspectiva de diferencial de juros. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,08%, a 105,048 pontos, enquanto o euro subia a US$ 1,0831 e o dólar avançava 161,75 ienes. Particularmente, a libra teve ampla valorização e subia a US$ 1,2845, no horário citado. Dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Catherine Mann afirmou hoje que a inflação continua elevada no Reino Unido e projeta que os preços devem voltar a subir até o fim do ano, ressaltando que “isso importa para sua decisão”, segundo a Reuters. Economista-chefe do BoE, Huw Pill também soou cauteloso quanto à persistência da inflação de serviços, mas disse que reduzir os juros agora é uma questão de “quando” e não de “se” ocorrerá.

Os retornos dos Treasuries foram pressionados pelas expectativas por flexibilização monetária do Fed. O mercado de títulos também acompanhou leilão do Tesouro dos EUA de US$ 39 bilhões em T-notes de 10 anos – que teve demanda acima da média – e novos sinais sobre a incerteza quanto à candidatura do presidente americano Joe Biden para as eleições presidenciais. A deputada democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara e uma das aliadas mais antigas Biden, afirmou hoje que o presidente pode reconsiderar a tentativa de se reeleger depois do desastroso debate contra Donald Trump em junho. No fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,622%, o da T-note de 10 anos cedia a 4,280% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,469%.

Entre commodities, o petróleo fechou em alta robusta, em meio a sinais de demanda pelo óleo. Os estoques de petróleo dos EUA recuaram mais que o esperado no levantamento semanal do Departamento de Energia (DoE) e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve suas previsões otimistas de alta da demanda e da oferta global em 2024 e 2025, em relatórios divulgados hoje. O WTI para agosto fechou em alta de 0,85%, a US$ 82,10 por barril, e o Brent para setembro subiu 0,50%, a US$ 85,08 por barril.

JUROS

A inflação de junho, mais branda do que a mais otimista das projeções do mercado, abriu espaço para a queda das taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) e afastou quase inteiramente a possibilidade de aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês. Apesar disso, o mercado segue cauteloso em relação ao cenário fiscal, e a expectativa dos especialistas é de que a volatilidade nos juros futuros persista até haver mais clareza sobre quais serão as medidas do governo para controlar o déficit nas contas públicas.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho em 0,21%, ante 0,46% em maio. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um aumento entre 0,27% e 0,38%, com mediana positiva de 0,32%. Em 12 meses, a alta do IPCA foi de 4,23%, resultado igualmente abaixo do piso das previsões dos analistas, que iam de 4,25% a 4,40%, com mediana de 4,34%. O indicador derrubou as taxas de DI, que em determinado ponto do pregão chegaram a recuar 20 pontos-base, e reforçou a visão do mercado de permanência da Selic em 10,50% ao ano na próxima decisão do Copom, que será divulgada em 31 de julho.

Segundo Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, a curva de juros passou a embutir probabilidade quase zero de aumento ou corte da Selic para a próxima reunião do Copom, mas para o final do ano essa hipótese muda, deixando implícita um taxa de 10,98%. O prêmio em relação à taxa atual, no entanto, está mais relacionado à percepção de risco do que a uma possibilidade concreta de alta da Selic, de acordo com Luiz Rogé, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset. “Enquanto a gente não tiver um sinal concreto de que o governo vai reduzir despesas, o mercado fica flutuando ao sabor de notícias e indicadores técnicos”, afirmou. “A gente vai continuar com volatilidade. As taxas de DI não têm por que fechar muito se a gente não tiver essa confirmação. Como a gente está olhando em espectro de tempo mais longo, ela sempre

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EXTERIOR AZEDO PRÉ-FOMC TRAZ CAUTELA A ATIVOS DOMÉSTICOS https://www.brokerbrasilcambio.com.br/exterior-azedo-pre-fomc-traz-cautela-a-ativos-domesticos/ Wed, 20 Sep 2023 13:26:20 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007958 A disparada dos juros dos Treasuries nesta véspera de decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) penalizou o sentimento de risco pelo mundo todo. Em meio às dúvidas sobre por quanto tempo a política monetária dos Estados Unidos permanecerá em território restritivo, a T-note de 2 anos chegou ao fim da tarde projetando taxa acima de 5,1%. Nem mesmo o petróleo, em franca trajetória recente de alta, conseguiu se manter no azul, pressionado pela valorização do dólar ante a maioria das moedas. A cena externa traduziu-se em cautela para as cotações de ativos domésticos. O mercado local põe na conta também as expectativas antes do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, bem como as chances de ele abrir espaço para uma aceleração do corte da Selic nas próximas reuniões. Hoje, as apostas na redução de 75 pontos-base no mês de novembro perderam força, com probabilidade agora em cerca de 10%. Em meio à inclinação da curva de juros, ações cíclicas tiveram perdas na Bolsa, enquanto as blue chips Vale ON (+0,19%) e Petrobras PN (+0,23%) terminaram com leve ganho. O Ibovespa fechou em queda de 0,37%, aos 117.845,78 pontos. No câmbio, o dólar à vista subiu aos R$ 4,8730, valorização de 0,35%, em um dia de variações estreitas, de pouco mais de 3 centavos entre a mínima e a máxima.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

Enquanto o mercado aguarda a decisão do Federal Reserve (Fed) de amanhã, as atenções se voltaram para os discursos de líderes mundiais na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com a defesa da reforma do Conselho de Segurança entre os principais temas abordados. Em paralelo, os investidores ainda ponderaram os riscos do setor imobiliário na China, com a notícia de que a Country Garden perdeu prazo para pagamento de juros e a Sunac obteve aprovação para reestruturar sua dívida. Os juros dos Treasuries sustentaram o movimento altista e o rendimento da T-note de 2 anos chegou ao fim da tarde acima da marca de 5,100%, o que ajudou a manter pressão sob as bolsas de Nova York, que fecharam no vermelho. No caso do petróleo, o quadro foi de volatilidade, com a commodity terminando o dia com leve baixa, mas ainda acima de US$ 90. O dólar operou misto e com pouco impulso, apesar de analistas preverem uma recuperação da moeda.

Durante a Assembleia Geral da ONU, tanto o secretário-geral António Guterres, quanto líderes de países como África do Sul e Turquia, defenderam uma reforma do Conselho de Segurança. O Brasil busca uma cadeira permanente e foi defendido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Ele citou especificamente Brasil e Índia como países que deveriam ter assento em uma versão reformada do principal órgão decisório da ONU. Atualmente, China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia são os membros permanentes, com direito a veto.

Ajudando a guiar os mercados, entretanto, está a ideia de que os juros dos Treasuries deverão ficar no nível atual por mais tempo que o esperado na semana passada. E, segundo a Stifel, os cortes deverão ser menores que a expectativa do mercado. “Como a economia se revelou mais forte do que o esperado, o desemprego mais baixo e a inflação mais alta, a mensagem deverá ser cada vez mais inclinada para um cenário de juros mais altos por mais tempo, com redução das projeções de cortes de taxas”.

Assim, os retornos dos Treasuries ficaram nas máximas desde 2007, em “antecipação a uma pausa hawkish do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês)”, segundo avalia o BMO, no aguardo principalmente dos direcionamentos que o presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, dará na coletiva de imprensa após anúncio da decisão de juros. O rendimento da T-note de 2 anos subiu a 5,109%, o da T-note de 10 anos avançou a 4,362% e o do T-bond de 30 anos teve alta a 4,42¨%.

Os retornos pesaram nas bolsas de Nova York, que permaneceram na fraqueza atual durante todo o dia. Segundo a Oanda, entretanto, se persistir o otimismo de que o Banco Central americano já finalizou as altas da taxa, “isso poderá ajudar a manter as ações apoiadas por mais algum tempo”. Assim, o índice Dow Jones caiu 0,31%, o S&P 500 cedeu 0,22% e o Nasdaq teve queda de 0,23%.

O subíndice de pior desempenho hoje no S&P 500 foi o de energia (-0,83%), pressionado pela queda do petróleo. O movimento da commodity, por sua vez, acompanha realização de lucros, após fortes ganhos nos últimos dias, e a aversão ao risco observada no mercado. Entretanto, a Capital Economics alerta que os preços dos barris deverão se manter nos níveis atuais, ou até acima disso, de olho no déficit da oferta.

O contrato do WTI para novembro, agora mais líquido, fechou em queda de 0,11% (US$ 0,10), em US$ 90,48 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 0,10% (US$ 0,09), a US$ 94,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ambos os contratos ainda rondam máximas desde novembro de 2022.

O câmbio, por sua vez, não ofereceu muita pressão ao petróleo, com o dólar operando misto ante divisas fortes. Entretanto, a Oxford Economics avalia que possui uma visão “negativa” sobre o crescimento global, o que é uma boa notícia para o dólar. “É verdade que impressões de inflação mais suaves podem levar a que o mercado precifique cortes anteriores nas taxas da Fed, o que inviabiliza a nossa visão de um dólar forte. Mas ainda não chegamos lá e vemos isso apenas como um cenário do segundo semestre de 2024”. Por volta das 17 horas, o índice DXY operava em queda de 0,05%, a 105,152 pontos, o dólar subiu a 147,85 ienes, o euro caiu a US$ 1,0683 e a libra teve alta a US$ 1,2396.

BOLSA

Em variação de apenas 830 pontos entre a mínima (117.627,67) e a máxima (118.457,81) da sessão, o Ibovespa encerrou esta véspera de reuniões do Copom e Fed em baixa de 0,37%, aos 117.845,78 pontos, saindo de abertura aos 118.293,14. Ainda que em discreta oscilação desde o fechamento da última quinta-feira, quando subiu 1,03%, foi a terceira perda consecutiva para o índice da B3, que ainda avança 1,82% no mês e 7,39% no ano – na semana, cai 0,77%. O giro financeiro desta terça-feira ficou um pouco acima do limiar de R$ 20 bilhões, a R$ 21,5 bilhões.

Na B3, Petrobras se destacava mais cedo entre as ações de maior peso e liquidez, com o petróleo estendendo ganhos recentes, que colocaram a referência global, o Brent, perto da casa de US$ 96 por barril na máxima do dia, a US$ 95,96. Depois das 15h, contudo, os preços da commodity perderam força, oscilando para o negativo no fechamento em Londres (ICE) e Nova York (Nymex), o que afetou o desempenho das ações da petroleira, que encerraram o dia com a ON sem variação e a PN, em alta de 0,23%. Por sua vez, Vale ON mudou de direção e subiu 0,19% no fechamento.

Por outro lado, o desempenho dos grandes bancos foi negativo, com Bradesco PN à frente (-1,14%). Na ponta perdedora do Ibovespa, Pão de Açúcar (-6,90%), Renner (-5,38%) e Totvs (-4,91%). O Bank of America (BofA) reduziu o preço-alvo das ações do GPA, de R$ 15 para R$ 3,50, após a cisão do controle acionário no Grupo Éxito, que passou a ser negociado por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

O BofA diz que prevê melhoras operacionais, mas estrutura de custo elevada, perda de escala e pressão da concorrência nos próximos anos. Disputas trabalhistas também são citadas, o que poderia ofuscar receitas de patrimônio.

No lado oposto do Ibovespa, destaque para retomada parcial em Via (+2,74%), muito pressionada nas últimas sessões pela reação negativa dos investidores à precificação do follow on. Nesta terça-feira, a ação da varejista fechou à frente de Hapvida (+1,81%) e Suzano (+1,40%), e logo atrás de Marfrig (+4,07%).

“A Bolsa operou hoje lateralizada, oscilando entre leve queda e leve alta, mas num patamar relevante, em torno dos 118 mil pontos. Hoje ainda prevaleceu o ‘modo cautela’, pelas reuniões de amanhã dos BCs, o que favorece uma postura mais defensiva, em mercado sem volume expressivo”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos.

“Sinalização de aumento do ritmo de cortes da Selic, amanhã, seria uma surpresa positiva, que ajudaria a Bolsa, mas a expectativa maior está voltada para o Fed, com leituras de inflação acima do esperado nos Estados Unidos nas divulgações da semana passada, o que preocupou parte do mercado. É importante ver como o Fed vai se posicionar, na comunicação”, acrescenta o analista, que antecipa volatilidade para a tarde desta quarta-feira, 20.

Em outro desdobramento recente, a recuperação do petróleo vem no momento em que o mercado começava a precificar convergência maior da inflação, ao redor do globo. Nesse contexto, o Brent voltou a ultrapassar hoje a marca de US$ 95 por barril, durante a sessão, diante de preocupações com a oferta global. “A recente alta dos preços de energia contribui para o aumento da pressão sobre banqueiros centrais, que buscam controlar a inflação sem gerar recessões”, observa a Guide Investimentos, em nota.

Na agenda doméstica nesta véspera de deliberação sobre juros, destaque para o IBC-Br, indicador considerado como uma espécie de prévia do PIB. “O dado apresentou um crescimento de 0,44% em julho, mostrando que a atividade econômica do País se mantém resistente, apesar da pressão da taxa de juros alta”, aponta Vanessa Naissinger, especialista de investimentos da Rico.

O avanço do IBC-Br ante junho foi mais intenso do que o apontado na mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,35%. As previsões iam de queda de 0,10% a alta de 1,10%, no intervalo. De junho para julho, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 146,89 para 147,53 pontos na série dessazonalizada, atingindo assim o maior nível desde abril.

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. %  

Último 117845.78 -0.37403

Máxima 118457.81 +0.14

Mínima 117627.67 -0.56

Volume (R$ Bilhões) 2.14B

Volume (US$ Bilhões) 4.41B

17:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118700 -0.73176

Máxima 119710 +0.11

Mínima 118620 -0.80

CÂMBIO

Após uma manhã de troca de sinais, em que chegou a romper o piso de R$ 4,85, o dólar à vista se firmou em alta ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quarta-feira, 19, cotado a R$ 4,8730, avanço de 0,35%. Como nas sessões anteriores, a amplitude dos movimentos foi reduzida, com oscilação de pouco mais de três centavos entre mínima (R$ 4,8420) e máxima (R$ 4,8756). O escorregão do real à tarde se deu em meio a um ambiente externo mais negativo e ao aprofundamento das perdas do Ibovespa. As cotações do petróleo, que avançaram na primeira etapa de negócios, passaram a recuar e as taxas dos Treasuries renovaram máximas.

Operadores observaram que houve pressão compradora no segmento futuro, com recomposição de posições defensivas e realização de lucros diante de um ambiente de cautela na véspera das decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos. Com liquidez reduzida, a formação da taxa de câmbio ficou muito sujeita ao impacto de operações pontuais. Principal termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para outubro movimentou menos de US$ 10 bilhões.

“Houve uma pressão sobre o dólar no fim do dia, mas sem um motivo específico. O sentimento é de bastante cautela com a expectativa pelas decisões de política monetária amanhã. O mercado tem dúvidas sobre o tom do Federal Reserve, embora a maioria das apostas seja de manutenção da taxa”, afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Lá fora, o dólar se fortaleceu em relação ao euro e ao iene e apresentou comportamento misto na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre os pares do real, o peso mexicano e o rand sul-africano se fortaleceram, ao passo que o peso colombiano recuou ante a moeda americana. As cotações do petróleo fecharam em leve baixa, com o contrato do tipo Brent para novembro em queda de 0,10%, a US$ 94,34 o barril.

É praticamente unânime a aposta de que o Federal Reserve vai anunciar amanhã à tarde manutenção da taxa básica americana na faixa entre 5,25 e 5,50%. As dúvidas giram em torno do tom do comunicado e das projeções econômicas, em especial de inflação e nível da taxa de juros, dos integrantes do BC americano no chamado gráfico de pontos. Como é de praxe, o presidente do Fed, Jerome Powell, concederá entrevista coletiva após a decisão. Nessas ocasiões, o chairman busca corrigir supostas interpretações equivocadas do mercado a cerca do comunicado do Fomc.

“A alta dos Treasuries lá fora com o mercado em compasso de espera pelo Fomc [o comitê de política monetária do Banco Central americano] acabou dando força ao dólar”, afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. “Embora a expectativa seja de manutenção, pode vir uma sinalização mais dura, sugerindo elevação residual dos juros e manutenção da taxa em níveis elevados por período prolongado”.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que o movimento vendedor da manhã perdeu força ao longo da tarde à medida que o quadro externo se deteriorava. Parte da queda do dólar nos últimos pregões tem sido atribuída, segundo Galhardo, ao fato de indicadores domésticos terem vindo melhores do que o esperado. “Existe essa narrativa de que as coisas estão melhorando que dá suporte a grandes grupos vendedores de dólar. Por enquanto, a taxa de câmbio tem respeitado o intervalo entre R$ 4,80 e R$ 5,00”, afirma o gerente da Treviso.

Divulgado pela manhã, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,44% em julho em relação a junho. O aumento foi mais intenso do que o apontado na mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,35%. As previsões iam de queda de 0,10% a alta de 1,10%.

Parte de analistas argumenta que os indicadores econômicos recentes mostram atividade aquecida e justificariam uma postura mais cautelosa do Comitê de Política Monetária (Copom) no processo de redução da taxa de juros. É dado como certo que o comitê vai anunciar amanhã corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. Há quem aposta que o BC pode acelerar o passo para 0,75 ponto nas próximas reuniões.

17:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.87300 0.348 4.87560 4.84200

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4880.500 0.34954 4883.500 4848.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4900.000 0.41891 4900.000 4894.000

JUROS

Pressionados pela escalada das taxas dos Treasuries, os juros futuros subiram durante toda a sessão, sobretudo na ponta longa, refletindo a aversão ao risco importada de Wall Street nesta véspera de decisão de política monetária nos EUA. Mesmo com as apostas para o Copom amanhã bem ajustadas para um novo corte da Selic em 0,50 ponto porcentual, as taxas curtas foram contaminadas e, pressionadas ainda pelo desempenho das commodities, petróleo em especial, avançaram. Diante do estresse no ambiente internacional, o Tesouro reduziu a oferta de NTN-B no leilão à menos da metade em relação ao lote da semana passada. Na agenda local, o IBC-Br subiu acima do que apontava a mediana das estimativas, mas ficou em segundo plano.

Às 17h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,50%, de 10,426% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subia de 10,09% para 10,20%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,45%, de 10,34%. A do DI para janeiro de 2029 saltava a 11,00% (máxima), de 10,88%, e a do DI para janeiro de 2031, de 11,19% para 11,30%.

Como reflexo da tensão externa, a curva ganhou inclinação. O spread entre os DIs para janeiro de 2025 e janeiro de 2029 estava em 50 pontos-base, de 45,5 pontos ontem. “É a tensão pré-Fed predominando, embora quase ninguém acredite em alta de juros nesta reunião”, explicou a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese. De acordo com a economista, em tese, a expectativa de que o Fed não subirá o juro deveria produzir uma reação positiva nos mercados, mas os ativos refletiram a dúvida se a manutenção esperada do juro amanhã representa um fim de ciclo ou apenas uma pausa. “Essa ansiedade é que trouxe volatilidade aos Treasuries”, disse.

Após a reunião, haverá entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que, segundo Veronese, mantida a tendência das reuniões recentes, tende a amenizar um possível tom hawkish vindo do comunicado e do gráfico de pontos.

No fim da tarde, o yield da T-Note de dez anos voltava a flertar com a marca de 4,37% e a rondar os maiores níveis desde 2007 atingidos pela manhã. O da T-note de 2 anos saltava a 5,11%. Essa amplitude afetou em cheio a ponta longa dos DIs, com a taxa para janeiro de 2029 voltando a rodar nos 11% nas máximas da sessão, nível não visto desde o último dia 6.

Houve contágio nos demais trechos, sob a percepção de que a pressão na curva americana acentua o risco fiscal nos EUA, que vem sendo motivo de alerta em discursos recentes de membros do Copom, o que, por sua vez, pode pesar no balanço de riscos do comitê. Na curva, o mercado recolheu parte das apostas na aceleração do ritmo de cortes da Selic para 0,75 ponto porcentual na reunião de novembro, e no fim da tarde a probabilidade era de apenas 10%, ante cerca de 25% nos últimos dias. Para o Copom de amanhã, está mantido o consenso em torno de um nova queda de 0,50 ponto. Os DIs projetam Selic entre 11,50% e 11,75% no fim de 2023 e de 9,50% no fim de 2024. Os números são do banco Bmg.

Quanto ao comunicado do Copom, além do tratamento que será dado ao exterior, não só em função do desempenho dos Treasuries mas também pela escalada do petróleo e outras commodities, outros pontos de atenção serão eventuais ajustes nas projeções do BC para o IPCA 2024 e 2025, atualmente em 3,4% e 3,0%. Ainda, é esperada avaliação sobre o hiato do produto, que pareceu mais fechado após os dados do PIB do primeiro semestre.

A alta do IBC-Br de julho, de 0,44%, superou a mediana das estimativas (0,35%) coletadas pelo Projeções Broadcast, mas não alterou a percepção para o PIB do terceiro trimestre, também sem impacto relevante sobre a curva. “Veio mais forte que o previsto, mas com tendência de desaceleração”, observou Veronese.

Com o exterior o foco, o noticiário fiscal hoje ficou de lado, até pela falta de algo mais concreto. O relator do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), deputado Danilo Forte (União-CE), afirmou que não está descartado alterar a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, mas fontes da equipe econômica reforçaram ao Broadcast que não só a meta está mantida como também que o Congresso ajudará o Executivo a entregá-la em 2024.

Num mercado avesso ao risco, o Tesouro colocou lote de apenas 150 mil NTN-B para venda no leilão desta terça, ante 600 mil na semana passada, vendido integralmente e com taxas dentro do consenso. O risco para o mercado (DV01) foi de US$ 101 mil.

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BOLSA VIRA E REAL PERDE FÔLEGO À TARDE COM PRESSÃO ANTES DE BCS https://www.brokerbrasilcambio.com.br/bolsa-vira-e-real-perde-folego-a-tarde-com-pressao-antes-de-bcs/ Tue, 19 Sep 2023 13:09:40 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007953 O otimismo que marcava o segmento de ações e câmbio no mercado doméstico se esvaiu ao longo da tarde desta segunda-feira, à medida que ampliou a pressão vendedora antes das decisões de política monetária da semana e sob impacto também de uma liquidez estreita. Brasil e Estados Unidos decidem juros na quarta-feira, enquanto Inglaterra anuncia na quinta e Japão, na sexta. O foco, claro, é maior no Banco Central brasileiro, que deve reduzir a Selic em 0,50 ponto, mas o investidor não deixa de monitorar o compasso monetário global, com as principais economias ainda em luta contra a inflação resistente. Neste sentido, temendo-se um saldo mais hawkish na semana, a realização de lucros veio. O Ibovespa terminou o dia em 118.288,21 pontos, recuo de 0,40%, na contramão do viés de alta de Nova York (S&P 500 +0,07%, Dow Jones +0,02%). A queda do índice brasileiro só não foi maior porque Petrobras (ON +1,25% e PN +0,71%) manteve-se em alta, apoiada na aceleração do petróleo lá fora. A perspectiva de aperto da oferta fez o barril do Brent flertar com o nível de US$ 95, o que ajudou também na valorização da maioria dos metais básicos. Assim, moedas de países exportadores de commodities conseguiram algum fôlego. Depois de perder o piso dos R$ 4,85, o dólar à vista terminou o dia cotado em R$ 4,8561 (-0,31%), menor valor desde 29 de agosto. Nos juros futuros, o dia foi de quase estabilidade, com as taxas se alternando ora com viés de alta, ora de baixa.

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

•JUROS

BOLSA

O Ibovespa perdeu força à tarde e não conseguiu sustentar a linha dos 119 mil pontos, vista até o início da tarde, e que havia sido retomada na última quinta-feira, mas cedida ainda na sexta, em fechamento negativo como o de hoje. Ao fim desta segunda-feira, o índice da B3 mostrava baixa de 0,40%, aos 118.288,21 pontos, em sessão na qual oscilou dos 118.122,66 (-0,53%) aos 119.485,90, saindo de abertura aos 118.758,67 pontos. O giro financeiro se manteve fraco, aos R$ 19,2 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 2,20% e, no ano, avança 7,79%.

Em semana de deliberações sobre juros no Brasil e também nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão, os índices de Nova York fecharam o dia em variações contidas, perto da estabilidade: Dow Jones +0,02%, S&P 500 +0,07% e Nasdaq +0,01%. Em São Paulo, com a piora ao longo da tarde na B3, poucas ações de maior liquidez e peso conseguiram se distanciar do sinal negativo, com destaque para Petrobras (ON +1,25%, PN +0,71%) e Santander Brasil (Unit +1,84%). Vale ON caiu 1,18%.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta e o Brent chegou a se aproximar da marca de US$ 95, em novo pico no ano, o que contribuiu para que as ações da Petrobras se desgarrassem da cautela que prevaleceu na sessão. Na ponta do Ibovespa, Braskem (+5,84%), Yduqs (+4,74%), BRF (+4,35%) e Magazine Luiza (+4,03%), com Vamos (-5,66%), Totvs (-4,10%), Via (-3,95%) e Carrefour Brasil (-3,43%) no lado oposto.

“A cautela deu o tom hoje, com as decisões sobre juros, especialmente a Selic, para a qual se espera um corte de meio ponto porcentual, na quarta-feira. Mesmo com o aumento da projeção de crescimento no ano, de 2,5% para 3,2% [em revisão de estimativa divulgada à tarde pelo Ministério da Fazenda], a Bolsa operou em boa parte do dia perto do zero a zero, sem grandes oscilações”, diz Rafael Gamba, assessor da Blue3 Investimentos, acrescentando que a lateralização também se impôs aos DIs futuros, em leve oscilação nesta abertura de semana.

Na mesma quarta-feira, haverá a decisão do comitê de política monetária do Federal Reserve, para a qual a expectativa de consenso é de que os juros serão mantidos na faixa atual, de 5,25% a 5,50%.

“Contudo, parte do mercado parece estar acreditando que essa manutenção será temporária, uma pausa; para a reunião seguinte, está precificado que teremos mais um aumento, com pouco mais de 30% de probabilidade: valor minoritário, mas relevante”, aponta em nota a Guide Investimentos.

“Para a reunião de novembro, ainda enxergamos a decisão em aberto, mas os últimos dados de mercado de trabalho e do PIB americano, que foi revisado para baixo, nos fazem apostar que o ciclo [de elevação dos juros] tenha de fato chegado ao fim. Esperamos que o Fed mantenha a sinalização de que os próximos passos vão depender dos dados”, observa Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos. (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 118288.21 -0.39519

Máxima 119485.90 +0.61

Mínima 118122.66 -0.53

Volume (R$ Bilhões) 1.91B

Volume (US$ Bilhões) 3.94B

17:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 119425 -0.47087

Máxima 120580 +0.49

Mínima 119155 -0.70

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York oscilaram sem muito ímpeto nesta segunda-feira e fecharam o pregão com ganhos marginais, à medida que investidores se posicionam para a decisão do Federal Reserve (Fed) esta semana. O contínuo avanço do petróleo, com o Brent perto de US$ 95, põe em dúvida o alívio na inflação, mas investidores ainda precificam chance quase universal de manutenção dos juros do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira. Em clima de espera, os retornos dos Treasuries ficaram mistos, enquanto o dólar não firmou direção única ante rivais, no aguardo também de reuniões monetárias no Reino Unido, no Japão e na China.

As bolsas de Nova York, apesar de terem recuperado parte do fôlego durante a tarde, perderam força e terminaram o dia em tímida alta. Investidores aguardam a decisão do Fed desta quarta e, mesmo que o levantamento do CME aponte 99% de chance de manutenção dos juros nesta semana e não precifique mais elevações nas taxas neste ciclo, analistas seguem levantando a possibilidade de uma última alta nas taxas dos Fed Funds antes do fim do ano.

Segundo análise do Bank of America, a chance deve ser de mais um aumento de 25 pontos-base em novembro, em decisão acirrada. Para esta semana, a projeção do banco é que o presidente do BC americano, Jerome Powell, seja “equilibrado” durante coletiva de imprensa, em tom semelhante ao de Jackson Hole. Já o gráfico de pontos deverá indicar cortes de juros em ritmo mais lento em 2024, segundo o BofA.

A ferramenta do CME Group também passou a apontar chance majoritária (54,3%) que a primeira redução das taxas da autoridade monetária deverá ocorrer em junho, e não mais em maio, como era registrado na semana passada.

Neste ambiente, o índice Dow Jones subiu 0,02%, o S&P 500 avançou 0,07% e o Nasdaq teve alta de 0,01%. A ação da Apple subiu 1,69%, diante do otimismo com a demanda pelo iPhone 15, lançado na semana passada.

Investidores também levantam preocupações sobre as pressões inflacionárias da energia, com o WTI e o Brent se consolidando acima de US$ 90 o barril. Na visão do Citi, os preços mais altos no setor de energia e a resiliência da economia americana deverão alertar dirigentes do Fed, com preocupações sobre a inflação. Entretanto, a Capital Economics destaca que, mesmo se o Brent chegar ao fim do ano a US$ 95 o barril, a inflação das principais economias deverá seguir desacelerando, visto que é provável “que esta situação seja esmagada por outras forças desinflacionárias”.

Hoje, o contrato do WTI para outubro fechou em alta de 0,65%, em US$ 91,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro avançou 0,39%, a US$ 94,30 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ambos os contratos rondam os níveis máximos desde novembro de 2022.

Já os retornos dos Treasuries permaneceram mistos, à espera do Fed. Mas a Convera alerta que, diante dos dados mais fortes que o esperado dos Estados Unidos na semana passada, o cenário geral deve ser de alta para os yields, destacando a força do rendimento da T-note de 2 anos acima de 5%. No fim da tarde, o juro da T-ntoe de 2 anos subia a 5,045%, o da T-note de 10 anos caía a 4,318% e o do T-nond de 30 anos tinha queda a 4,394%.

O mesmo movimento foi visto no dólar, que ficou sem direção ante moedas fortes. Entretanto, o Brown Brothers Harriman (BBH) destaca que a expectativa é que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) repita a mensagem dovish feita pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, na semana passada. Isso, junto a dados firmes dos Estados Unidos e um possível posicionamento hawkish do Fed, poderá contribuir com a força do dólar.

A Convera, por sua vez, avalia que o dólar vem se beneficiando com a resiliência da economia dos EUA e com as taxas de juros mais altas e, “para que o dólar continue atrativo para os investidores nessas valorizações e num contexto em que a Fed provavelmente terminará o seu ciclo de aperto, as especulações de redução das taxas teriam de permanecer moderadas”, avalia. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 147,63 ienes, o euro avançava a US$ 1,0687 e a libra tinha queda a US$ 1,2378. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,11%, a 105,202 pontos.(Natália Coelho – natalia.coelho@estadao.com)

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira, 18, em queda moderada no mercado doméstico de câmbio, alinhado ao sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior, em semana marcada por decisão de política monetária aqui e nos Estados Unidos, na chamada “super quarta”, dia 20. Em pregão morno e de oscilação de pouco mais de três centavos entre a mínima (R$ 4,8418) e a máxima (R$ 4,8789), a divisa fechou a R$ 4,8561, recuo de 0,31%.

Foi o quarto pregão consecutivo de baixa do dólar à vista, período em que acumulou desvalorização de 1,95%. A recuperação do real nas últimas sessões se deu em meio à melhora do quadro para commodities, na esteira de medidas do governo chinês para estimula à atividade econômica. Antes da “super quarta”, o Banco do Povo da China (PBoC) anuncia, na terça-feira, 18, à noite, a nova taxa de juros de referência de 1 e 5 anos. Embora não seja esperada alteração neste momento, há expectativa de que possa haver novos estímulos monetários à frente.

“A manutenção dos juros referenciais de empréstimos (LPR) amanhã pela China estaria bem precificada nos mercados, mas trabalhamos com um cenário, de menor probabilidade, de surpresa de alguma queda de 10 a 15 pontos”, afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, que vê a queda do dólar hoje como um movimento “pontual”, embalado pelo exterior.

Na quarta-feira, é dado como certo que o Federal Reserve vai manter a taxa básica inalterada, na faixa entre 5,25% e, 5,50%, ao passo que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai anunciar nova redução da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao mês. As atenções estarão voltadas para os sinais dos BCs sobre os próximos passos da política monetária. Especula-se que o Fed pode deixar a porta aberta para uma elevação residual da taxa básica americana neste ano. Por aqui, as especulações giram em torno da possibilidade de o BC acelerar o ritmo de corte da Selic nos próximos meses.

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, observa que as leituras de inflação ao consumidor e ao atacado em agosto nos EUA, divulgadas na semana passada, mostram “aberturas favoráveis”, com os índices sendo puxados principalmente por preços de combustíveis. “Isso dá espaço para manutenção da taxa e eleva a probabilidade de os juros ficarem estáveis nas próximas reuniões do Fed, já que a tendência de desaceleração da inflação segue preservada”, afirma Damico, que atribui a valorização do real nos últimos dias também a dados positivos da atividade doméstica, que mostra arrefecimento da inflação com atividade “resiliente”, o que diminui “a probabilidade de um futuro recessivo”.

Para Velho, da JF Trust, não é possível descartar novas pressões inflacionárias nos EUA, uma vez que o avanço dos preços dos combustíveis nos EUA, em razão da escalada das cotações internacionais do petróleo, pode contaminar a dinâmica de formação de preços. Esse quadro mantém no radar apostas, embora minoritárias, de uma elevação de 25 pontos-base dos Fed Funds em novembro, após manutenção nesta semana. Por aqui, Velho vê “probabilidade elevada” de aceleração do ritmo de corte da Selic de 0,50 ponto para 0,75 ponto porcentual em dezembro ou na primeira reunião do Copom em 2024, quando o BC já vai mirar o IPCA de 2025.

Reportagem de Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter mostra que todas as 69 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast esperam redução de 0,50 ponto da taxa na quarta-feira. Desse universo, 12 (18%) preveem ao menos uma redução de 0,75 ponto porcentual neste ano. É o caso do Itaú Unibanco, que projetava três cortes de 0,50 ponto até o fim de 2023, mas passou a prever redução de 0,75 ponto em dezembro.

Para analista de câmbio Elson Gusmão, da corretora Ourominas, o real continua bem posicionado mesmo com a perspectiva de redução progressiva Selic e eventual alta residual dos Fed Funds ainda neste ano, dado que a renda fixa brasileira continuará a oferecer remuneração expressiva aos investidores internacionais. “Continuaremos com uma das taxas mais atrativas do mundo. E isso vai continuar trazendo recursos para investimento e especulação de curto prazo, fazendo com que o dólar se mantenha na faixa entre R$ 4,80 e 4,95”, afirma. (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

17:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.85610 -0.31 4.87890 4.84180

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4862.000 -0.37906 4888.000 4850.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4946.000 13/09    

JUROS

Os juros passaram o dia rondando a estabilidade, ora com viés de alta, ora de baixa, sem se afastarem dos ajustes da sexta-feira. A lateralidade das taxas foi determinada por pressões opostas, com a valorização do câmbio e a melhora marginal das expectativas de IPCA na Focus de um lado, e o avanço do petróleo e a volatilidade dos Treasuries de outro. No pano de fundo, esteve a espera pelas decisões de política monetária do Copom e do Federal Reserve, na quarta-feira, o que limita a montagem de posições firmes.

Às 17h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,435%, de 10,419% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026, em 10,09%, de 10,06% no último ajuste. A do DI para janeiro de 2027 passava de 10,31% para 10,34% e a do DI para janeiro de 2029, de 10,88% para 10,89%. O DI para janeiro de 2031 projetava taxa de 21%, ante 11,20% no último ajuste.

A segunda-feira não teve um condutor forte para os negócios capaz de dissipar a cautela antes das decisões dos bancos centrais, traduzida até mesmo no volume de contratos negociados, abaixo da média padrão. A taxa câmbio nos R$ 4,85 é boa notícia para o quadro de inflação, mas, por outro lado, os preços do petróleo voltaram a subir, mantendo latente risco de novos reajustes nos combustíveis. Ainda, há dúvidas ainda sobre eventuais impactos dos estragos da passagem do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, que matou milhares de animais, sobre preços de alimentos.

No exterior, a curva dos Treasuries não mostrou comportamento uniforme nos vencimentos longos, refletindo também o compasso de espera pelo Fed. Os rendimentos dos títulos curtos sustentaram-se em alta, com o retorno da T-Note de 5 anos acima dos 5%, diante da percepção de que, ainda que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos possa ter acabado, os juros nos EUA ficarão elevados por muito tempo.

No mapeamento para esta quarta-feira, o mercado parece relativamente tranquilo para o Copom, mas apreensivo com o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês). Não pela decisão em si, mas pela sinalização futura, especialmente vinda dos “dot plots”. Nos dois casos, há consenso em torno da queda de 50 pontos-base para a Selic e manutenção da taxa dos fed funds entre 5,25% e 5,50%, respectivamente. Para o Copom, a percepção geral é de que os diretores reforcem a indicação de manutenção da atual dose para a próxima reunião, mas há grande expectativa pelas pistas do banco central americano sobre se o ciclo acabou ou não. Após a reunião, haverá entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.

“Embora seja esperada a manutenção dos juros desta vez, o discurso deverá continuar duro, sem descartar mais alguma elevação dos juros e defendendo a manutenção das taxas elevadas por um longo período”, escreve Silvio Campos Neto, economista da Tendências.

Para o Copom, a perspectiva é de que o colegiado siga, via linguagem, tentando evitar a todo custo uma migração das apostas para doses maiores de corte, de 75 pontos, na reunião seguinte, como fez no encontro de agosto. Para tanto, deve fazer referência às expectativas de inflação ainda desancoradas, ao cenário externo nebuloso e também aos riscos fiscais.

O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, afirma que as condições para a aceleração do ritmo de cortes para 75 pontos em novembro ainda não estão “na mesa”, mas se os diretores derem brecha o mercado vai reforçar tal aposta. “É difícil que os DIs janeiro de 2026 e janeiro de 2027 voltem a testar as mínimas sem que se vislumbre uma ampliação de ritmo de queda, mas também estão longe das máximas desde que se percebeu que o ciclo ia começar. Estão em níveis justos para o atua cenário. Se subirem 15 ou 20 pontos, dá para ficar aplicado”, diz.

A queda nas estimativas de inflação no Boletim Focus de hoje ainda é tímida se considerado o quanto elas têm de “andar” para voltar às metas, mas não deixa de ser um bom sinal após semanas de estagnação e até leve avanço, ainda mais levando-se em conta que foram acompanhadas de melhora nas projeções de PIB. Para 2023, a mediana de IPCA caiu de 4,93% para 4,86% e, para 2024, de 3,89% para 3,86%. “Para 2025 e 2026 as medianas permanecem em 3,50%, acima da meta do Banco Central, patamar que dificulta a aceleração dos cortes da Selic”, destaca Luiza Benamor, analista da Tendências. Para o PIB, a expectativa para 2023 subiu de 2,64% para 2,89% e, para 2024, de 1,47% para 1,50%. As medianas para Selic foram mantidas em 11,75% e 9,00% para o fim de 2023 e fim de 2024. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

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ATIVOS LOCAIS TÊM SESSÃO NEGATIVA POR PRESSÃO EXTERNA, MAS ACUMULAM GANHOS NA SEMANA https://www.brokerbrasilcambio.com.br/ativos-locais-tem-sessao-negativa-por-pressao-externa-mas-acumulam-ganhos-na-semana/ Mon, 18 Sep 2023 13:42:31 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007947 Os mercados no Brasil e em Nova York encerraram o dia na defensiva, com queda das bolsas e alta nos juros, enquanto o dólar fechou sem sinal único ante as demais moedas. Na China, os indicadores positivos da economia e nova medida para aliviar o mercado monetário divulgados não foram suficientes para estimular o apetite ao risco. A escalada das commodities e seus efeitos sobre a inflação global preocupam, a poucos dias das decisões de política monetária do Copom e Federal Reserve na quarta-feira (20). O petróleo registrou mais uma sessão de alta, acumulando avanço superior a 3% na semana. A sexta-feira teve ainda recado de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) corrigindo a leitura de que o ciclo de aperto monetário na zona do euro acabou e dados mistos na economia americana. Apesar do bom desempenho das matérias-primas, o Ibovespa terminou em queda com realização de lucros após quatro pregões de ganhos, aos 118.757,53 pontos (-0,53%). No câmbio, o dólar mostrou oscilação restrita durante o dia e liquidez moderada, terminando quase estável, aos R$ 4,8712 (-0,03%). Os juros na B3 subiram junto com os rendimentos dos Treasuries e com peso adicional da piora do risco fiscal no fim da tarde, na ponta longa. Se o desempenho dos ativos locais decepcionou no dia, na semana houve ganho, de 2,99% no caso da Bolsa, enquanto o dólar teve desvalorização de 2,2% ante o real. Os DIs devolveram prêmios no acumulado da semana, mas ainda assim com ganho de inclinação para a curva. Em Wall Street, Dow Jones (-0,83%), Nasdaq (-1,56%) e S&P 500 (-1,22%) caíram na sessão e com queda na semana, exceto o S&P, que ficou de lado. Os yields dos Treasuries subiram e terminaram a semana acima dos 5% no caso da T-Note de 2 anos e a taxa de 10 anos foi a 4,33%. Merece destaque o potencial impacto da greve de trabalhadores da United Auto Workers, ainda que o dia tenha sido de ganhos para as ações de Stellantis e GM.

•BOLSA

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

BOLSA

Aqui e em Nova York, investidores evitaram tomar risco na última sessão de semana que antecede decisões sobre a Selic e a taxa de juros de referência dos Estados Unidos, ambas na próxima quarta-feira. Assim, o Ibovespa permaneceu em faixa relativamente estreita esta sexta-feira, de mínima a 118.666,46, no fim da tarde, à máxima de 119.780,20, em variação de pouco mais de 1,1 mil pontos até o fechamento aos 118.757,53, em baixa de 0,53%. O giro financeiro subiu a R$ 29,6 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações. Em Nova York, as perdas ficaram entre 0,83% (Dow Jones) e 1,56% (Nasdaq) na sessão.

Na semana, com a alta nas quatro sessões anteriores, o Ibovespa obteve ganho de 2,99% até a sexta-feira, no que foi o melhor desempenho desde o intervalo entre 5 e 9 de junho, quando havia avançado 3,96%. Dessa forma, mais do que reverteu a baixa de 2,19% da semana passada, que havia sucedido ganhos de 1,77% e 0,37%. O índice progrediu em três das últimas quatro semanas, vindo de perdas nas quatro anteriores, no intervalo iniciado em 24 de julho e que se estendeu a 18 de agosto. No mês, o Ibovespa sobe 2,61% e, no ano, 8,22%.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, as projeções dos analistas sobre as decisões de juros da próxima semana estão bem próximas de “consenso”, mas há “divergência” sobre o que pode emergir nos comunicados, como indicação para os próximos passos na condução das políticas monetárias. “Mais do que as justificativas que embasarão as decisões, analistas e operadores estarão interessados nos sinais do que poderá vir pela frente”, enfatiza. Além do Fed e do Copom, haverá a decisão do Banco da Inglaterra, no dia seguinte, quinta-feira.

Para o Copom, “existe amplo consenso de que na próxima semana haverá mais um corte de 0,5 ponto porcentual [na Selic] e as dúvidas recaem sobre se já será revelado que o Comitê considera a possibilidade de acelerar [o ritmo de redução] para 0,75 ponto porcentual ainda este ano”, acrescenta o economista, ressalvando que o cenário-base continua a ser de manutenção do ritmo de cortes, com a Selic encerrando 2023 a 11,75% ao ano.

Por sua vez, nos EUA, os dados de inflação divulgados nesta semana que antecede a deliberação sobre os juros “vieram um pouco mais pressionados”, diz Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos. “Mas quando olhamos para a abertura do indicador, o que fez essa inflação ficar um pouco mais alta, tanto no CPI [ao consumidor] quanto no PPI [ao produtor], foram itens voláteis, como passagem aérea, combustíveis e veículos usados. O núcleo, que exclui esses itens mais voláteis e sazonais, continuou desacelerando”, acrescenta a economista, que considera que os juros de referência nos Estados Unidos serão mantidos na reunião.

Com a cautela que prevaleceu nesta véspera de fim de semana, as ações de maior liquidez na B3, que ontem haviam subido em bloco, hoje tiveram desempenho majoritariamente negativo, em variações que ganharam impulso perto do encerramento da sessão. Assim, Vale ON cedeu 0,83%, na mínima do dia no fechamento; Petrobras ON e PN, que mostravam perdas inferiores a 1% mais cedo, encerraram o dia sem sinal único, com a ON em queda de 1,47%, na mínima do dia no fechamento, e a PN, em leve alta de 0,06%. As ações de grandes bancos tiveram variação negativa nesta sexta-feira, entre -0,20% (Bradesco PN) e -3,63% (Unit do Santander, piso do dia no encerramento). BB ON se desgarrou, em leve alta de 0,34% nesta sexta-feira.

Na semana, contudo, o desempenho foi positivo para as principais ações do Ibovespa, com Petrobras (ON) e Vale (ON) mostrando ganhos na casa de 6,8% em setembro – na semana, destaque para Vale, que avançou 4,24%. Entre os grandes bancos, destaque na semana para Bradesco PN, em alta de 3,76% no intervalo – apenas Unit do Santander (-1,81%) não avançou no período, entre as maiores instituições financeiras.

Aparando os ganhos na semana, as ações da Petrobras não acompanharam hoje o desempenho moderadamente positivo do petróleo, com o Brent subindo mais um degrau, agora a US$ 94 por barril, após uma nova sequência de dados reanimadores sobre a economia chinesa, nesta sexta-feira. Na China, a produção industrial subiu 4,5% em agosto, e as vendas do varejo, 4,6%, números bem acima do esperado. O único dado que veio abaixo da expectativa foi o de investimento em ativos fixos, que cresceu 3,2% {na comparação ano a ano]”, observa em nota a Guide Investimentos.

Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão desta sexta-feira, Energisa (+4,90%), Azul (+3,36%) e São Martinho (+3,00%), com Via (-15,56%) – ainda na esteira da precificação do ‘follow on’ -, IRB (-7,24%) e Carrefour Brasil (-7,04%) no canto oposto.

O mercado financeiro mantém-se otimista sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 57,14% acreditam que a próxima semana será de ganhos para o Ibovespa e 42,86% preveem variação neutra para o índice, sem respostas indicando baixa. No levantamento anterior, 60,00% disseram que a Bolsa teria alta nesta semana e 40,00%, estabilidade, também sem projeções de queda. (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadao.com)

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 118757.53 -0.53104

Máxima 119780.20 +0.33

Mínima 118666.46 -0.61

Volume (R$ Bilhões) 2.96B

Volume (US$ Bilhões) 6.08B

17:51

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 120005 -0.32393

Máxima 120975 +0.48

Mínima 119760 -0.53

JUROS

Os juros futuros encerraram a sessão desta sexta-feira, 15, com alta leve na ponta curta e mais intensa no trecho longo, refletindo principalmente aumentos nos rendimentos dos Treasuries às vésperas da próxima “super quarta”, no dia 20 – quando o Federal Reserve e o Banco Central do Brasil decidem sobre suas taxas de juros. Na última hora do pregão, o temor fiscal voltou à tona e ampliou o ganho das taxas longas.

A incerteza fiscal surgiu com mais força após o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), ter dito que é “quase impossível” zerar o déficit primário no ano que vem. Conforme informação divulgada inicialmente pela coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, Forte ainda afirmou em audiência na Alerj ter “dó” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estabeleceu a meta.

Às 17h20, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mais longos avançavam mais de 12 pontos-base na comparação com o ajuste anterior: o DI para janeiro de 2029 passava de 10,801% para 10,930% e o para janeiro de 2031, de 11,119% para 11,240%. O DI para janeiro de 2024 subia de 12,280% para 12,290%; o contrato para janeiro de 2025, de 10,393% para 10,440%; e o para janeiro de 2027, de 10,244% para 10,345%.

“É significativo pelo fato de ser o relator da LDO, é alguém que tem o pulso político em torno da proposta de Orçamento. Para ele vocalizar esse tipo de coisa, é sinal de que ele sabe que, dentro do governo ou entre os congressistas, há pouco apoio para a proposta de déficit zero do Haddad”, diz o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, comentando as declarações de Forte.

Antes, os juros futuros já operavam em alta, seguindo os ganhos dos Treasuries, entre 3 pontos-base, no caso da T-Note de dois anos, e 4 pontos-base, no T-Note de dez anos. A alta de 0,4% na produção industrial dos Estados Unidos em agosto – acima do consenso do mercado, de 0,1% – amparou o movimento, apesar de números da Universidade de Michigan terem mostrado queda nas expectativas de inflação no país.

Para o gestor de multimercados da Neo Investimentos, Mario Schalch, o movimento dos juros americanos explicou boa parte do comportamento da curva doméstica. Mas ele destaca que a pressão externa não foi suficiente para levar a um ganho expressivo das taxas nos trechos curto e intermediário da curva, que ainda refletiram o fortalecimento das apostas em aceleração dos cortes da Selic após o IPCA de agosto abaixo do esperado.

“Um número bom de inflação na terça-feira permitiu a queda das taxas mais curtas, e não tem motivo para as taxas mais longas caírem na mesma proporção”, afirma Schalch. “O que segura as taxas longas é a combinação da incerteza fiscal e das taxas lá fora, porque tem um cenário bastante dividido entre a manutenção dos juros nos Estados Unidos nos patamares atuais e uma nova alta de 25 pontos-base [este ano].”

A curva teve ganho de inclinação na semana, com o diferencial entre os contratos para janeiro de 2025 e janeiro de 2029 subindo a 49 pontos-base no horário mencionado, de 42,5 pontos no ajuste da última sexta-feira, 8. Na quinta-feira, 14, o spread entre os contratos era de 40,8 pontos.

Para o economista da MAG Investimentos Felipe Rodrigo de Oliveira, a maior parte da alta dos juros domésticos nesta sexta-feira é explicada pelo movimento internacional, mas o pano de fundo de incerteza fiscal pesa. “O fiscal vem pesando desde o resultado primário do governo central em agosto. De lá para cá, aumentaram as dúvidas com relação à dinâmica fiscal, ao cumprimento de metas”, afirma.

Oliveira avalia que o movimento dos juros, domésticos e americanos, vai responder principalmente à “super quarta” na semana que vem. Embora as decisões do Fed e do Copom já estejam precificadas pelo mercado – que espera manutenção da taxa dos Fed Funds e corte de 0,5 ponto porcentual da Selic -, ele destaca que observar a comunicação dos bancos centrais será importante para ajustar posições.

“Acho que vai ter muita tensão com o comunicado do Copom e, no caso do Fed, com a fala do presidente [Jerome Powell] no pós-reunião. Não pela decisão em si, mas pela sinalização, que, no caso do Copom, pode abrir espaço para possivelmente acelerar o ritmo de corte, que não é nosso cenário. E, no caso do Fed, o mercado vai olhar se há uma sinalização de nova alta de juros em novembro, que também não é nosso cenário”, afirma. (Cícero Cotrim – cicero.cotrim@estadao.com)

Volta

MERCADOS INTERNACIONAIS

Wall Street operou no vermelho neste pregão, com os olhares já se voltando para a próxima decisão monetária do Federal Reserve (Fed) na semana que vem. A principal aposta do mercado segue sendo de manutenção da taxa, ainda que dados mais fortes do que o esperado da economia dos Estados Unidos divulgados hoje tenham alimentado dúvidas sobre uma possível última elevação de juros nos próximos meses e até quando a política monetária seguirá restritiva. Os yields dos Treasuries subiram, enquanto o dólar operou misto. Investidores também ponderaram o potencial impacto da greve de trabalhadores da United Auto Workers (UAW), ainda que o dia tenha sido de ganhos para as ações de Stellantis e GM. Já o petróleo avançou mais uma vez e acumulou alta de 3% na semana, acompanhando o aperto do mercado da commodity.

Com as atenções já se direcionando para a decisão do Fed da semana que vem, o ING reforça a expectativa de manutenção das taxas na quarta-feira, mas destaca que preocupações com a inflação, assim como a resiliência da economia dos Estados Unidos, sugerem que o BC americano irá seguir sinalizando o potencial de uma última elevação da taxa – apesar de destacar que essa possibilidade não faz parte de seu cenário-base.

Já a Oxford Economics destaca que a expectativa é que o presidente do BC americano, Jerome Powell, reitere sua mensagem de que aumentos adicionais de juros estariam condicionados a um aperto do mercado de trabalho ou à reaceleração da inflação ou de aumentos salariais. A consultoria ainda destaca que espera uma trajetória mais lenta de corte de taxas de juros, com o risco de que a “taxa de juro neutra possa ser ligeiramente elevada no curto prazo”.

Neste contexto, as bolsas de Nova York fecharam em queda, com baixas em especial da Meta (-3,66%), Amazon (-2,99%) e Microsoft (-2,50%). Segundo a Oanda, as ações também cediam devido ao anúncio da greve da UAW, com dúvidas sobre quanto tempo as paralisações anunciadas nesta madrugada seguirão. Entretanto, mesmo com a movimentação, as ações da GM e Stellantis fecharam em alta de 0,86% e 2,18%, enquanto a Ford caiu 0,08%, respectivamente. A Disney, por sua vez, se manteve resiliente e subiu xxx%, após receber oferta de US$ 10 bilhões pela ABC. Assim, o índice Dow Jones caiu 0,83%, o S&P 500 cedeu 1,22% e o Nasdaq teve queda de 1,56%.

Os retornos dos Treasuries, por sua vez, permaneceram em alta, “à medida que os investidores aguardam as decisões políticas do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do Banco do Japão (BoJ) durante a próxima semana”, avalia a Oxford Economics. Já o BMO alerta que, mesmo que não haja aumento de juros nos EUA na quarta-feira, é possível que o posicionamento de Powell mantenha os rendimentos da T-note de 10 anos em alta. No fim da tarde, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 5,028%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,332% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,416%.

O dólar, por sua vez, caiu ante o euro, após a moeda comum da zona do euro ter se recuperado da forte queda ontem, mas ainda assim o índice DXY subiu na semana. Entretanto, a Capital Economics alerta que a rodada de ganhos do dólar não deve durar muito tempo. “Os dados contínuos e robustos da atividade nos EUA e o Banco Central Europeu (BCE) sinalizando o fim do seu ciclo de subida das taxas são responsáveis pela recuperação renovada do dólar nos últimos dois dias”. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,08%, a 105,405 pontos. Na comparação semanal, ele avançou 0,22%. No horário, o dólar subia a 147,83 ienes, a libra cedia a US$ 1,2385 e o euro avançava a US$ 1,0665.

O petróleo subiu quase 1% e, segundo a Oanda, a não ser que haja uma deterioração de dados econômicos, será possível que o barril chegue a US$ 100 “mais cedo do que tarde”. “Cortes Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), junto com as restrições voluntárias de oferta da Arábia Saudita e da Rússia, criaram um mercado muito apertado”, avalia a análise. O contrato do WTI para outubro fechou em alta de 0,67% (US$ 0,61), em US$ 90,77 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro avançou 0,24% (US$ 0,23), a US$ 93,93 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

CÂMBIO

Em sessão morna e de liquidez moderada, o dólar à vista encerrou o pregão desta sexta-feira, 15, em baixa de 0,03%, cotado a R$ 4,8712. Houve oscilação de pouco menos de dois centavos entre mínima (R$ 4,8599) e a máxima (R$ 4,8794). Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para outubro movimento pouco mais de US$ 10 bilhões.

Segundo operadores, após a desvalorização de 1,61% da divisa nos últimos dois pregões, investidores preferiram adotar uma postura mais cautelosa à espera da decisão de política monetária aqui e nos Estados Unidos, na chamada “super quarta”, 20. A recuperação recente dos preços das commodities, após sequência de dados mais animadores da economia chinesa e de estímulos monetários pelo Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês), já estaria incorporada à taxa de câmbio.

Após se aproximar do teto psicológico de R$ 5,00 na semana passada, o dólar encerrou esta semana em baixa de 2,24%, voltando a se situar em níveis vistos no fim de agosto. Novas rodadas de apreciação do real dependeriam, segundo operadores, de anúncio de mais estímulos à economia chinesa e recuo das taxas dos Treasuries. Por aqui, investidores aguardam sinais de que o governo vai conseguir aprovar no Congresso projetos que ampliem a receitas para se aproximar da meta de resultado primário neutro em relação ao PIB no ano que vem.

Lá fora, o índice DXY trabalhou em leve baixa e rondava os 105,300 pontos no fim da tarde, com moderada recuperação do euro, que ontem desceu ao menor nível em relação ao dólar desde março na esteira de sinalização do Banco Central Europeu (BCE) que o processo de alta de juros na região já se encerrou. Na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities, o dólar apresentou comportamento misto, incluindo pares do real.

“O real vem se valorizando por conta da melhora aparente que vem ocorrendo na economia da China. O país asiático é um grande comprador de commodities e puxa o Brasil, com nossa balança comercial”, afirma o CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, ressaltando que há também um panorama “mais previsível em relação às taxas de juros no exterior”.

Ontem à noite, o PBoC que reduziu a taxa de juros de contratos de recompra (repos) e injetou 34 bilhões de yuans (US$ 4,67 bilhões) no mercado para manter a liquidez. É a primeira vez desde janeiro que a autoridade monetária chinesa adota tal medida. Nesta semana, o BC chinês já havia reduzido o compulsório bancário. Além disso, dados de produção industrial e vendas na China, em agosto, superaram as estimativas dos analistas. Embora ainda haja dúvidas entre economistas sobre a capacidade do governo chinês de atingir as metas de crescimento, as ações recentes trouxeram um ambiente mais favorável para commodities.

O analista de investimentos Alex Martins, da Nova Futura, observa que, além dos estímulos monetários tradicionais, a China tem adotado outras medidas relevantes para impulsionar a econômica, como o afrouxamento de regras para seguradoras investirem em ações e facilitação para tomada crédito imobiliário, o que contribui para aumento recente de concessão de empréstimos.

“O fato de a China ter aumentado um pouco a abrangência dos estímulos trouxe a percepção de que o governo pode adotar medidas para outros segmentos, o que favoreceu as commodities”, afirma Martins. “Combinado com o sinal de fim de ciclo do BCE e a possibilidade de que o Fed (Federal Reserve, o BC americano) não eleve mais os juros, a alta das commodities levou à queda do dólar”.

Monitoramento da CME mostra que são que são praticamente unânimes as apostas de que o Fed vai anunciar na próxima quarta-feira manutenção da taxa de juros na faixa entre 5,25% e 5,50%. Além disso, são de cerca de 60% as chances de que não haja nova elevação dos FedFunds ainda neste ano. Leituras de inflação ao consumidor e produtor nos EUA divulgadas nesta semana vieram praticamente em linha com o esperado.

Martins, da Nova Futura, observa que, além da melhora das perspectivas para a China, o real se beneficiou de relatório de um grande banco americano recomendando operações de carry trade com a moeda brasileira. A perspectiva é que o Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira, anuncie nova redução da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. Mesmo com a trajetória de baixa do juro básico, as taxas reais locais ainda são muito atraentes e o diferencial de juros interno e externo, expressivo. (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

17:51

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.87120 -0.0308 4.87940 4.85990

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4877.000 -0.05123 4889.500 4869.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4906.151 13/09    

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BOLSA RUMA AOS 120 MIL PONTOS E REAL É MELHOR MOEDA GLOBAL NA ESTEIRA DE COMMODITIES https://www.brokerbrasilcambio.com.br/bolsa-ruma-aos-120-mil-pontos-e-real-e-melhor-moeda-global-na-esteira-de-commodities/ Fri, 15 Sep 2023 14:01:06 +0000 https://www.brokerbrasilcambio.com.br/?p=1007943 A firme alta das matérias-primas após o corte de compulsório do banco central da China embalou a bolsa e o real, ambos destaques globais de alta nesta quinta-feira. O Ibovespa subiu aos 119.391,55 pontos e já flerta com a marca psicológica dos 120 mil pontos. No fechamento, o índice escalou ao maior nível em 40 dias, com ajuda substancial de Vale ON (+4,10%) e Petrobras (PN +2,54% e PN +2,94%). No mercado de câmbio, o dólar à vista deixou o nível dos R$ 4,90 e caiu ao menor valor desde 30 de agosto. Ao fim da sessão, valia R$ 4,8727 (-0,91%), a maior queda ante as principais moedas negociadas no mundo. Entre as commodities, o destaque foi o salto do barril do petróleo WTI, referência para as petroleiras dos Estados Unidos, para além dos US$ 90 pela primeira vez no ano. Lá fora, a possível pausa no aperto do Banco Central Europeu (BCE) e a percepção de que o Federal Reserve conseguirá um “pouso suave” para a economia americana injetaram otimismo adicional. Nas bolsas de Nova York, o Dow Jones subiu 0,96%, o S&P 500 ganhou 0,84% e o Nasdaq avançou 0,81%. De volta ao Brasil, o mercado de juros futuros acabou não sentindo a onda de otimismo que ações e real experimentaram, com as taxas chegando ao fim da tarde muito próximas dos ajustes. Foi um jogo de forças tanto para alta (petróleo e juros dos Treasuries subindo) quanto para baixa (bom desempenho do câmbio). Agentes já evitam posições mais direcionais antes das decisões do Fed e do Copom, na quarta-feira que vem.

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

BOLSA

Embalado desde a manhã por Vale (ON +4,10%) e Petrobras (ON +2,94%, PN +2,54%), o Ibovespa obteve o quarto ganho consecutivo, em sua melhor sequência desde o intervalo de 20 a 26 de julho, de cinco altas. Assim, foi alçado hoje ao maior nível de fechamento desde 4 de agosto, então aos 119.507,68 pontos. Hoje, oscilou dos 118.181,15, mínima na abertura, até os 119.748,08 pontos, na máxima do dia no fim da tarde, e encerrou em alta de 1,03%, aos 119.391,55 pontos, com giro financeiro a R$ 24,0 bilhões na sessão. Na semana, o índice da B3 avança 3,54% e, no mês, tem alta de 3,15%. No ano, acumula ganho de 8,80%.

As ações de commodities reagiram positivamente à nova iniciativa da China para estimular a própria economia – grande consumidora de insumos -, por meio de corte nos depósitos compulsórios recolhidos ao Banco Central. Perspectiva mais favorável sobre o ritmo de atividade na maior economia asiática já vinha induzindo recuperação das ações de produtores de matérias-primas, especialmente as do setor metálico, como Vale, cuja ON ainda acumula perda de 17,32% no ano – em setembro, sobe 7,74% e, na semana, 5,11%.

Com o petróleo em alta perto de 2% nesta quinta-feira, colocando o Brent na faixa de US$ 93 por barril, as ações da Petrobras também foram bem na sessão, acumulando agora ganhos de 6,04% (PN) e 8,43% (ON) no mês – em 2023, avançam respectivamente 69,86% e 60,87%. Na ponta do Ibovespa na sessão, além de Vale e Bradespar (+5,17%), destaque também para CSN (+3,65%), CSN Mineração (+3,26%) e Cosan (+3,19%).

No lado oposto, destaque para a queda de 18,92% em Via, ação que passou por sete leilões ao longo da sessão, por ter atingido a oscilação máxima permitida, em meio à reação negativa dos investidores à precificação de R$ 0,80 por ação no follow on de papéis da companhia. “A oferta foi precificada com um desconto de 28% sobre o fechamento de ontem. Com isso, a companhia irá captar R$ 623 milhões, que devem ser utilizados no reforço do capital de giro, na otimização da estrutura de capital e na renegociação de dívidas”, observa a Guide Investimentos. No campo perdedor na sessão, destaque também para Azul (-4,31%), Pão de Açúcar (-3,17%) e Gol (-3,09%).

“Hoje, as ações do setor de commodities responderam bem ao corte de compulsório na China, mas o cenário ainda é desafiador, de forma que o Ibovespa, no ponto atual, deve manter uma lateralização nessa faixa que vai dos 117 mil até a resistência dos 121 mil, nível que enfrentará dificuldade para romper”, diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

Ele menciona um cenário externo ainda difícil, com juros elevados nas maiores economias, apesar da recente melhora de perspectiva em relação à China. No contexto doméstico, o mercado volta a prestar atenção à situação fiscal e a eventuais medidas de oneração tributária para que o governo consiga se aproximar ou eventualmente atingir a meta de déficit zero para o próximo ano.

Lá fora, “os dados americanos de hoje sugerem manutenção dos juros do Federal Reserve na semana que vem”, mas, considerando os últimos resultados corporativos trimestrais, as ações no índice amplo de Nova York, o S&P 500, ainda estão esticadas, observa Harada. E, com o nível de endividamento que se tem por lá, as empresas poderão começar a encontrar dificuldade no vencimento das dívidas, o que mantém no radar a possibilidade de correção mais aguda, tendo em vista o nível em que os índices de ações estão, acrescenta o gestor.

“Hoje, o núcleo do índice de preços ao produtor (PPI) nos Estados Unidos teve variação quase em linha com a expectativa [para o mês de agosto]. Também pela manhã, foi divulgada a leitura semanal sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego, em [leve] alta frente ao intervalo anterior, mostrando certo arrefecimento do mercado de trabalho americano. Por outro lado, as vendas do varejo nos Estados Unidos vieram bem acima do esperado para agosto, em alta de 0,6%”, diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

Na próxima quarta-feira, no Brasil, também haverá a decisão do Copom sobre os juros de referência, a Selic. “Seguimos esperando um corte de 0,5 ponto porcentual, levando a taxa de juros para 12,75% ao ano. Entendemos que pressões domésticas e globais ainda devem manter o tom de cautela dos diretores do Banco Central – incluindo a recente alta nos preços de petróleo, o elevado nível das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, além do risco fiscal latente e da economia ainda resiliente por aqui”, aponta Antonio Sanches, analista da Rico Investimentos.

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 119391.55 1.02862

Máxima 119748.08 +1.33

Mínima 118181.15 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.39B

Volume (US$ Bilhões) 4.91B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 120500 0.84104

Máxima 120940 +1.21

Mínima 119930 +0.36

CÂMBIO

O dólar à vista emendou nesta quinta-feira, 14, a segunda sessão consecutiva de queda firme no mercado doméstico de câmbio e fechou abaixo da linha de R$ 4,90 pela primeira vez desde 30 de agosto. Operadores atribuíram a baixa do dólar a desmonte de posições defensivas no mercado futuro e a fluxo estrangeiro para a Bolsa, em meio ao avanço das commodities metálicas e do petróleo, após anúncio de novos estímulos monetários na China.

O real apresentou o melhor desempenho entre as principais moedas globais, incluindo divisas fortes e emergentes. Ativos de risco se beneficiaram da aposta quase unânime em manutenção da taxa básica americana pelo Federal Reserve em seu encontro de política monetária na próxima semana, apesar de a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e as vendas no varejo nos Estados Unidos em agosto terem superado as expectativas.

Em baixa desde a abertura, o dólar à vista furou o piso psicológico de R$ 4,90 na primeira hora de negócio e registrou mínima a R$ 4,8628 pela manhã. No fim do dia, a moeda recuava 0,91%, cotada a R$ 4,8727. Com as perdas ontem e hoje, a divisa já acumula desvalorização de 2,21% na semana. Principal termômetro de liquidez, o contrato de dólar futuro para outubro apresentou giro forte, acima de US$ 14 bilhões.

“O real está se destacando muito hoje. Esse movimento está muito ligado às commodities, com minério de ferro quase nas máximas do ano e o petróleo acima de US$ 90”, afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.

Segundo o tesoureiro, a inflação americana já mostra uma trajetória clara de desaceleração, com seus componentes, à exceção de serviços, abaixo do índice cheio na comparação anual. “E mesmo serviços já mostra uma tendência de perda de fôlego. Não parece que a inflação vai surpreender para levar a outra alta de juros. E o Fed parado é bom para o real”, afirma Weigt.

Uma rodada de apreciação mais forte do real depende, além de um ambiente externo de maior apetite por emergentes, de redução de prêmios de risco associados à questão fiscal. Investidores ainda veem com ceticismo a possibilidade de o governo conseguir alcançar a meta de resultado primário zero em relação ao PIB no ano que vem.

Ontem à note, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta a tributação de apostas esportivas e outros jogos online, uma das medidas do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ampliar as receitas e cumprir a meta fiscal. A proposta segue agora para o Senado. Hoje à tarde, o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que deve organizar na próxima semana reunião do governo com líderes partidários no Senado para acertar os ponteiros em torno de projetos prioritários do governo na Casa.

Lá fora, o índice DXY – referência do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – operou em alta firme ao longo do dia e orbitava os 104,400 pontos no fim da tarde. O euro desceu aos menores níveis desde março diante de apostas de que o Banco Central Europeu (BCE) encerrou o ciclo de aperto monetário hoje ao elevar a taxa de juros em 25 pontos-base. A presidente do BCE, Cristine Lagarde, disse que o nível atual dos juros pode ajudar a inflação a voltar para a meta, caso seja mantido por tempo suficiente.

A moeda americana recuou, contudo, na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre as exceções, figuraram o rand sul-africano e o peso chileno. Já os pesos mexicano e colombiano, moedas de carrego que exibem os maiores ganhos no ano, também se fortaleceram em relação ao dólar

Para o analista de mercado da Ebury Eduardo Moutinho, o BCE “provavelmente já encerrou o ciclo de aperto”, embora ainda haja pressões inflacionárias. “As moedas emergentes dispararam após a divulgação do BCE. Os mercados estão abraçando o cenário de que as taxas de juros nos países desenvolvidos atingiram um pico, e a história do carry trade volta a ser a principal”, afirma Moutinho. (Antonio Perez – antonio.perez@estadao.com)

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.87270 -0.907 4.92170 4.86280

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4881.000 -0.94368 4933.000 4874.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4946.000 13/09    

MERCADOS INTERNACIONAIS

O apetite por risco seguiu guiando os mercados no exterior, favorecidos pela ideia de que o Federal Reserve (Fed) conseguirá chegar a um ‘pouso suave’, após dados econômicos hoje reforçarem a percepção de que a economia dos Estados Unidos segue resiliente. As bolsas de Nova York fecharam em alta, com força em particular da Arm Holdings, em seu primeiro dia na Nasdaq. Já os juros dos Treasuries foram para cima, com o rendimento da T-note de 2 anos voltando a operar acima de 5%. O dólar avançou ante moedas fortes, com fraqueza principalmente do euro após analistas considerarem que a alta de 25 pontos-base nos juros do Banco Central Europeu (BCE) poderá ser a última do ciclo de aperto, apesar das dúvidas sobre quando os cortes de juros iniciarão. Já o petróleo fechou em alta de quase 2%, acompanhando a possibilidade de que o mercado da commodity siga apertado.

Dados da economia dos EUA vieram mais fortes que o esperado hoje, que incluíram o avanço do varejo acima do consenso em agosto ante julho e com menos pedidos de auxílio-desemprego que o projetado na semana, o que beneficiou as bolsas de Nova York. Segundo avalia a Oanda, os índices ganharam fôlego pela ideia de que o consumidor americano segue resiliente.

Os indicadores, para Carla Argenta, analista da CM Markets, reforçam a ideia de que os Estados Unidos deverão ver o esperado “pouso suave”. Entretanto, a Navellier alerta que as projeções de que o Fed consiga reduzir a inflação sem causar uma recessão terão de conviver com a ideia de taxas de juros mais elevadas por períodos mais longos, a não ser que o BC americano mude a meta da inflação de 2%.

Neste cenário, os mercados acionários de Nova York fecharam no positivo, com destaque para a alta de 24,69% da Arm Holdings. A empresa levantou US$ 4,9 bilhões em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), com sua ação chegando a ser negociada por mais de US$ 60. Hoje, o índice Dow Jones subiu 0,96%, o S&P 500 avançou 0,84% e o Nasdaq teve alta de 0,81%.

Os dados, entretanto, também ajudaram os retornos dos Treasuries, pela expectativa de que o Fed possa manter as taxas altas por mais tempo, conforme avalia o BMO. Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 5,011%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,290% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,386%.

Mesmo com o avanço do dólar ante moedas fortes hoje, o protagonista do dia foi o euro, que chegou a operar nos menores níveis desde março, pressionado pelo discurso considerado dovish da presidente do BCE, Christine Lagarde, por analistas, que já consideram que a alta de juros de hoje será a última. “O BCE decidiu aumentar mais uma vez [os juros], mas sugeriu claramente que as taxas não poderiam subir mais. Acreditamos que o BC terminou [o ciclo de aperto] e continuamos a esperar o primeiro corte das taxas em junho de 2024”, avalia a Nordea.

Já segundo a City Index, há ainda a probabilidade de uma quebra do euro abaixo de US$ 1,0635. De acordo com análise, a moeda precisará subir para o suporte entre US$ 1,0765 e US$ 1,0775 para “inclinar ligeiramente esta balança”. No fim da tarde, o dólar operava estável ante o iene, o euro caía a US$ 1,0643 e a libra cedia a US$ 1,2409. Já o índice DXY subiu 0,61, a 105,405 pontos.

Mesmo com pressão cambial, o barril do WTI chegou a operar na máxima neste ano, fechando acima de US$ 90 pela primeira vez em 2023. Falando do déficit do mercado, a Fitch espera que haja mais impulso no aperto do mercado neste semestre, ainda na esteira dos cortes da Arábia Saudita. Entretanto, a Capital Economics chama atenção que os temores sobre os cortes é “exagerado” ao considerar a possibilidade de que os preços cheguem a três dígitos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 1,86% (US$ 1,64), a US$ 90,16 o barril, enquanto o Brent para o novembro negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,98% (US$ 1,82), a US$ 93,70 o barril. (Natália Coelho – natalia.coelho@estadao.com)

JUROS

Enquanto a Bolsa e o câmbio repercutiram os ganhos das commodities na esteira do corte de compulsório pela China, os juros futuros se acomodaram perto da estabilidade durante à tarde, que não trouxe novidades no noticiário nem agenda relevante capazes de dar dinâmica ao mercado, após manhã de volatilidade. No balanço geral, a quinta-feira teve uma gama de fatores que poderiam influenciar as taxas tanto para baixo quanto para cima e esse jogo de forças acabou limitando a oscilação. Além disso, a uma semana do Copom e da reunião do Federal Reserve, players já evitam posições mais direcionais antes das decisões.

Às 17h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,385%, de 10,367% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,00%, de 9,99% ontem. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,23%, estável ante o ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2029, também estável, marcava 10,79%%. O DI para janeiro de 2031 exibia taxa de 11,11%, a mesma do ajuste anterior.

As taxas se movimentaram praticamente só pela manhã, período em que estavam reservados os destaques da agenda. O Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu ao indicar pausa no atual ciclo de aperto monetário após elevar hoje o juro em 25 pontos-base, enquanto nos EUA índices de inflação e atividade vieram acima do esperado. Os dados jogaram mais pressão à curva dos Treasuries, com ganho de inclinação. A taxa da T-note de 2 anos voltou a testar os 5% e a de dez anos bateu máxima nos 4,30%.

A contaminação dos DIs, porém, foi neutralizada pela queda do dólar, por sua vez, atribuída ao avanço nas commodities, em reação ao anúncio da China de corte na taxa do compulsório, o que representa uma medida de relaxamento monetário. Por outro lado, a alta de 2% do petróleo, agora com o tipo WTI também atingindo os US$ 90, mantém a apreensão quanto ao risco de novo reajuste nos preços de combustíveis. De todo modo, dólar fechou abaixo de R$ 4,90, a R$ 4,8727, sendo o real destaque hoje entre as moedas.

Na opinião de Marcos Iório, gestor da Integral Investimentos, o mercado de juros já tinha “andado” nos últimos dias após o IPCA de agosto animar apostas na aceleração do ritmo de redução da Selic e hoje houve uma tentativa de ajuste, considerando as decisões de política monetária na próxima semana. “A parte curta está esperando o Copom, com algumas casa já considerando as chances de uma aceleração e um taxa terminal menor”, destaca. Mas para a próxima semana parece consolidado o consenso de corte de 0,50 ponto porcentual. Na avaliação do gestor, no comunicado, os diretores devem repetir na linguagem a estratégia de tentar barrar apostas na ampliação da dose dos cortes futuros, diante do risco de nova inclinação da curva.

As taxas longas ficaram perto dos ajustes diante das incertezas no cenário internacional. Nem mesmo a aprovação pela Câmara, ontem, em votação simbólica, do projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas e outros jogos online, como cassinos virtuais, conseguiu animar o mercado, que segue cético sobre a capacidade de geração de receitas pelo governo para zerar o déficit primário em 2024. “Muito ainda tem de ser feito para atingir as metas. No papel é uma coisa….”, avalia Iório. O governo espera arrecadar em torno de R$ 700 milhões com a regulamentação, mas estimativas internas calculam que o montante possa chegar a R$ 12 bilhões em um mercado totalmente regulado.

No Senado, o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM), adiou a apresentação do seu parecer, antes marcado para 27 de setembro, para o dia 4 de outubro, com previsão de votação no dia 18 do mês que vem.

A agenda doméstica trouxe hoje a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho, com a alta de 0,5% no volume de serviços ante junho alinhada à mediana das estimativas e, portanto, sem efeito sobre a curva.

No leilão de prefixados, o Tesouro mais do que dobrou hoje a oferta de LTN, para 11 milhões, ante o lote muito fraco de 5 milhões na semana passada, e elevou também o lote de NTN-F, de 800 mil para 1,050 milhão. Nas LTN, vendeu 8,737 milhões, bem menos do que o ofertado, mas as NTN-F tiveram demanda integral. As taxas saíram todas dentro do consenso. (Denise Abarca – denise.abarca@estadao.com)

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